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Musei del Castello Sforzesco


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12 pequenas jóias a visitar dentro do Castelo!

Publicado por flag-pt Ana Carolina Helena — há 7 anos

O Castello Sforzesco, situado na Piazza Castello, é um dos grandes ex-líbris da cidade de Milão, juntamente com o Duomo. É uma estrutura imponente, em tijolo vermelho, mandada construir no perído medieval com intuito defensivo (Milão foi atacada por inúmeros povos, entre os quais, espanhóis, franceses e austríacos) e tornada casa real com a chegada ao poder da família Sforza, que comandou as rédeas da cidade durante vários séculos. 

Mas não é exactamente do Castello que aqui venho falar hoje, mas sim do Complexo Museológico que se pode visitar no seu interior: os Musei del Castello Sforzesco. No total são 12 espaços que reunem um espólio incumensuravelmente rico e variado, que passarei a inumerar. 

12 pequenas jóias a visitar dentro do Castelo!

Bandolim Napolitano exposto - Março de 2017

Tive a possibilidade de visitar estes espaços no dia 5 de Março (de 2017), em que o estado italiano abriu algum dos museus e pontos de interesse gratuitamente nas principais cidades. Milão ainda tinha bastante escolha e posso dizer que aproveitei o facto de ainda não estar em aulas para passar o dia todo a visitar museus, que em tempo normal mesmo com o desconto de estudante têm entradas pouco económicas. 

Julgo que esta é uma excelente iniciativa, pois permite que aqueles que têm orçamentos mais apertados possam também ter acesso à cultura. Pelos menos nos locais a que fui, reparei na grande adesão, de pessoas de todas as idades e grupos sociais. Mesmo assim,os museus estão "visitáveis" e não demasiado cheios, de modo que foi possível fazer a visita calmamente. 

De que se trata?

O complexo museológico do Castello Sforza inciou após a Unificação Italiana, após a aquisição do Castello por parte do Estado. Beltrami, umas das mais importantes figuras no campo da Conservação e Preservação do Património teve um papel fundamental no "pontapé de saída" e começou a organizar e a recolher o espólio, que todos os anos aumenta, e que pode ser hoje visitado por todos os curiosos de arte e da história desta bela cidade: Milão. 

12 pequenas jóias a visitar dentro do Castelo!

Tapeçarias alusivas aos meses do ano - Março de 2017

Como em praticamente todos os museus, também este tem uma peça muito procurada que tende a ser aquela que faz filas para ser observada: a Pietà Rondanini, de Michelangelo. No entanto e enunciando, muitos são os outros espaços que merecem visita: no piso enterrado, existe o o Museu Arqueológico, onde para além de registos proto e pré-históricos, se pode visitar a grande secção de Arte Egipcía, segundo dizem muito completa devido às escavações promovidas por italianos nos anos 30 em alguns pontos desta Antiga Civilização. No piso zero, encontra-se o piso público do Palácio, onde se situam as salas mais importantes e públicas do Castello, pode ver-se o Museu de Arte Antiga (recolha arqueológica feita na cidade que vai desde a Baixa Idade Média até ao Renascimento), a Sala delle Asse (dedicada a Leonardo da Vinci, mas que está de momento em obras de restauro), a Armeria e o famoso novo espaço Museo Pietà Rondanini. Nos pisos superiores, pode visitar-se no 1º andar o Museo dei Mobili e delle Sculture Lignee, a Piancoteca (que alberga pinturas dos mais importantes nomes italianos como Mategna e Canaletto), o Museo degli Stumenti Musicali (dedicado às várias famílias lombardas mestres neste ofício) e o Museo delle Arti Decorative, que se desdobra no segundo piso também.

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Entrada do Museo di Arte Antica - Março de 2017

Como chegar?

A chegada aos museus pode ser feita muito facilmente já que a Piazza Castello é uma zona muito central da cidade e está bastante ligada pelos vários meios de transportes que ligam a cidade. 

Uma das maneiras mais fáceis de chegar é usando o metropolitano. Existem duas paragem bastante próximas: Cadorna (Linha M1  e M2) e Cairoli (Linha M1), que fica mesmo de frente para o Castello. Quanto a autocarros, pode usar-se o 18, 50, 57, 58, 61 e 94 e os eléctricos 1, 2, 4, 12, 14, 19.

Quando visitar? 

Os museus estão abertos todos os dias, com excepção de Segunda-feira, entre as 9h e as 17h30. As entradas são feitas até 30 minutos antes. O Castello tem um horário diferente abrindo durante o período de Verão entre as 7-19h e no de Inverno entre as 7-19h.

Quanto custa?

O bilhete para os Musei custa 5€ e a tarifa reduzida é de 3€ (aplicável a estudantes universitários e maiores de 65 anos). Terça-feira à tarde, todos os visitantes podem usufruir da tarifa reduzida. Para menores de 18 anos, a entrada é gratuita. 

A minha experiência 

Levantei-me cedo para um Domingo pois já desconfiava que muito possivelmente muita gente iria acorrer ao local por as visitas serem gratuitas. Levei cerca de 20 minutos de metro. A praça estava animada, mas apesar de já existir uma pequena multidão no local, o ambiente estava calmo e tranquilo e convidava a uma visita. 

12 pequenas jóias a visitar dentro do Castelo!

Uma das salas afrescadas do Apartamento dos Sforza - Março de 2017

No interior, existiam placas alusivas ao dia e indicações para as entradas nos respectivos espaços. Iniciei a linha visita pelo Museo degli Strumenti Musicali (a minha inteção também era a de visitar o museu de Artes Decorativas (que infelizmente estava fechado para obras). 

Comecei, então, pelo dos Strumenti Musicali. A primeira sala, muito bem organizada e documentada, fazia uma abordagem simples mas detalhada sobre o papel que o fabrico de instrumentos teve na região da Lombardia, mais preponderantemente na cidade de Cremona. Mostra algumas fotos das famílias e dos seus locais de trabalho, acompanhadas de alguns exemplares aí produzidos (maioritariamente cordas). É possível ver instrumentos pouco comuns, experiências dos seus períodos, e analisar as diferenças entre as várias famílias e as diferentes cidades. 

Em seguida, existem várias salas, organizadas por temas e por período com instrumentos de cordas, percussão e sopro. Tudo estava muito bem documentado, com a respectiva identificação por baixo, a proviniência e o ano ou período de fabrico. Aparentemente esta foi uma colecção que foi sendo feita ao longo de muitos anos e nela constam exemplares de todo o mundo. 

As peças mais importantes vêm acompanhadas de uma ficha detalhada, disponível em várias línguas, que os visitante podem tirar e levar para casa, para ler mais detalhadamente sobre o assunto. No fim do percurso, existe uma grande sala onde estão postos os pianos e restante família, o que muito diz a Itália, visto que eles aqui nasceram. A sala está muito bem decorada e para além dos instrumentos, é possível admirar ricas tapeçarias que foram feitas propositadamente para o Castello e que representam todos os meses do ano. No fim, basta fazer o caminho inverso para voltar a sair e entrar num qualquer outro espaço daqueles que estavam disponíveis para visita. 

Outro detalhe que apreciei (e ainda mesmo antes de mudar de tema), é que neste museu foi remontada uma das primieras estações de som experimentais da RAI, canal de televisão público italiano. Eu, que não sou de todo letrada no assunto, achei que foi um toque engraçado pra mostrar os caminhos que a área do som está a tomar nos nossos dias e as saídas profissionais daqueles que se dedicam a este domínio. 

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Móveis expostos - Março de 2017

A minha paragem seguinte foi o Museu de Arte Antiga. Este espaço localiza-se no piso público do Castello, sendo que muitas das salas pertencem aos antigos Apartamentos da família Sforza. O cenário ideal para expor peças que retratam um pouco a história da região deste o período tardo-romano até ao Renascimento. Existe um pouco de tudo, mas maioritariamente encontram-se exemplares da pintura e da escultura divididos por períodos. A informação está presente em cada sala através de um pequeno cartaz patrocinado pelo Rotary Club Milano - a informação é suficiente e para além de detalhar as obras mais notáveis de cada sala, faz achegas sobre a história política e social de Milano de modo a que o vistante menos conhecedor possa localizar-se. Interessei-me particularmente pelas obras relativas a Sant'Ambrogio - padroeiro da cidade de Milão - e às peças das várias famílias que estiveram responsáveis pelo governo da cidade - primeiro os Torroni e os Visconti, depois os Sforza, antes das invasões estrangeiras. Neste museu existe também uma ala de salas dedicada às armas utilizadas, bastante sui generis. 

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Cadeira moderna exposta no Museo dei Mobili - Março de 2017

De seguida, fui ver o Museo dei Mobili e delle Sculture Lignee, um dos que mais gostei, não fosse eu estudante de Arquitectura. O museu era um dos mais bem organizados e dinâmicos - tinha sofrido uma intervenção recente de um colectivo de arquitectos milaneses. Está muito bem documentado contendo objectos domésticos desde o período medieval até às experiências modernistas de arquitectos italianos como Gio Ponti ou Carlo Mollino. Perdi ainda um bom bocado de tempo a apreciar tempo com calma, já que existiam imensas explicações interessantes a ler. 

Por último, fui ver a famosa Pietà Rondanini de Michelangelo, umas das obras maiores que está na cidade de Milão. A fila era maior e tive de esperar cerca de 15 minutos. Tudo isto porque recentemente, em vez de estar junto das restantes peças do Museo di Arte Antica, a peça foi mudada para um espaço próprio. Confesso que estava muito curiosa, visto que já tinha tido a oportunidade de ver a outra Pietà, bem mais conhecida, em Roma. 

A Pietà Rondadini é uma peça tardia do artista, inacabada à hora da sua morte. Desapareceu pouco depois da sua morte e só voltou a reaparecer muito mais tarde no seio da família que lhe dá o nome. É uma peça que almeja transmitir emoções - maioritariamente tristeza e fragilidade - mais do que a perfeição anatómica e compositiva. Fiquei extremamente surpreendida com a genuinidade e o despretensiosismo com que a peça parece ter sido feita. À entrada há algum controlo e apenas um número limitado de visitantes podem estar ao mesmo tempo dentro da sala. Existem uns bancos de onde se pode admirar a peça mas a maior parte das pessoas agrupa-se na borda dos limites de segurança da peça, logo a experiência não é tão tranquila e agradável como poderia ser. Só nos deixam demorar no máximo 15 minutos, de modo a fazer entrar outro grupo. 

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Pietà Rondanini - Março de 2017

Gostei bastante, no geral, desta manhã passada no museu. Foi uma excelente iniciativa da Comune di Milano que me permitiu ter acesso a uma enorme quantidade de espaços que geralmente só poderia ter mediante o pagamento de bilhete. Espaços lindíssimos que merecem atenção e a visita de todos aqueles que querem saber um pouco mais sobre o mistério que envolve o Castello e Milano!

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