Erasmus experience in Vienna, Austria

Por que escolheste ir para Viena, Austria?

Houve várias razões para a minha decisão. Desde logo, o facto de querer desenvolver o meu conhecimento da língua alemã, o que me levava naturalmente a ter de escolher entre Viena e uma qualquer cidade alemã. Depois, tinha óptimas referências de pessoas que já lá tinham feito Erasmus, que me diziam (o que se veio a confirmar) que é uma cidade espectacular, que combina muito bem a tradição com a modernidade normal de uma grande cidade. Por outro lado, a faculdade onde estive (WU Wien) é conceituada a nível internacional, enriquece o currículo, tem muitas cadeiras em inglês, bons professores, mas não implica demasiado estudo (tive sempre tempo para me divertir e viajar, como é desejável num semestre de intercâmbio). Finalmente, a localização de Viena é excelente, a uma hora de Bratislava e 3 ou 4 de Praga e Budapeste, Munique também não é longe...

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Quanto tempo dura a bolsa? Quanto dinheiro recebes como ajuda?

A validade da bolsa era a duração do semestre (4 meses), num pagamento único em vez de mensalidades. Creio que foram €1. 250 ou €1. 500.

Como é o ambiente estudantil em Viena?

É muito bom a todos os níveis. Para quem estava habituado a uma faculdade pequena pelos standards internacionais (Universidade Nova), ter 400 alunos Erasmus em cada ano em Viena é de facto uma dimensão completamente diferente, e permite ter uma experiência verdadeiramente internacional. A Associação de Estudantes é muito dinâmica e organiza actividades constantemente, desde festas a viagens (fui com eles a Praga, Budapeste, Veneza, podia ter ido a Cracóvia... ). Talvez pudesse haver maior ligação entre os Erasmus e os alunos austríacos, mas esse problema é recorrente em qualquer universidade. Uma das coisas que achei mais curioso foi a maior comunidade de alunos estrangeira ser, pelo menos naquele semestre, muito provavelmente a americana.

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Recomendarias a cidade e a Universidade de Viena a outros estudantes?

Sem dúvida. Há outras alternativas boas na Europa, mas acho que Viena é uma das melhores escolhas: para além das razões que apontei na primeira pergunta, a cidade (e o país em geral) é mesmo belíssima, com imensos museus e concertos, os transportes públicos são pontuais e passam com muita frequência, as pessoas simpáticas, etc. Naturalmente, tem também, na minha opinião, alguns pontos fracos: a alimentação de que se fala na questão seguinte; a língua é difícil, para quem não tem conhecimentos de alemão (mas como a comunidade Erasmus é grande, se quisermos quase só se fala inglês, e muitos dos austríacos também falam bem); há imensa burocracia em tudo, e na faculdade em particular (inscrições nos cursos às vezes são complicadas, não há vagas, etc. ).

Que tal é a comida do país?

Sinceramente, não é o ponto mais forte do país... para quem vem de países mediterrânicos, vai achar a gastronomia pobre. Anda tudo à volta das salsichas, tarte de maçã, escalopes de panados (“Wiener Schnitzel”), alguma comida de influência turca ou húngara (“goulash”), e pouco mais.

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Como encontraste alojamento?

A faculdade WU Wien, através do seu International Office, manda uma lista de residências e nós fazemos a nossa escolha, naturalmente sujeito às vagas de cada uma.

Como são os preços a nível de alojamento? E os preços em geral?

Os preços em geral diria que estão um pouco acima dos de Lisboa. Eu pagava €380 pelo quarto na residência (Haus Döbling) e a relação qualidade-preço naquele caso era má, havia residências bem melhores nesse aspecto, como a Haus Erasmus, Panorama, etc. A minha era boa unicamente pela localização, porque levava apenas 5 minutos a pé até à faculdade.

Como é o idioma? Frequentaste algum curso de língua na Universidade?

Eu já sabia algum alemão, que queria melhorar, mas não o suficiente para ter cadeiras de Economia (a minha licenciatura) ou Gestão nessa língua. Assim, o que fiz foi frequentar dois cursos de alemão, um normal (como numa escola de línguas) e outro uma cadeira de “Business German”, em que aprendíamos alemão orientado de certa forma para os negócios.

Qual é a forma mais económica de chegar a Viena a partir da tua cidade?

A forma mais económica penso que seja com a SkyEurope directo para Viena, ou fazer dois voos low cost (por exemplo para Barcelona ou Paris e daí para Viena). A verdade é que também para levar as malas é um bocado complicado fazer escalas... Na altura (2007) a SkyEurope ainda não voava directo de Lisboa para Viena e por isso fui pela TAP, ficava em cerca de 250 ou 300 euros ida e volta (atenção aos custos por excesso de peso, que na TAP são muito elevados). Há outra alternativa, que é voar Porto-Bratislava com a Ryanair.

Que sítios recomendas para sair à noite em Viena?

Em Viena a Mariahilferstrasser e o Neubaugasse são os locais mais semelhantes ao Bairro Alto, pelos restaurantes e bares. O café Leopold tem música todos os dias, com estilos diferentes. Discotecas lembro-me do Flex, a maior da cidade (é uma antiga galeria do metro), e do sítio onde se ia todas as segundas à noite por se ter desconto por sermos alunos da WU (não me lembro do nome do estabelecimento).

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E para comer em Viena? Podes citar os teus sítios favoritos?

Como qualquer Erasmus, as refeições eram sobretudo cozinhadas na residência ou na cantina da faculdade (de boa qualidade e muito variada). No entanto, gostávamos bastante de ir ao Centimeter (onde se comia carne com tamanho XXL), comer uma Sacher Torte (provavelmente o melhor bolo de chocolate do mundo) ao Museu Sacher, ou ir a um qualquer restaurante típico (“Gasthaus”), onde se bebe bom vinho, mas já não me recordo de nomes. E depois também muitas vezes comíamos Kebabs na rua, que se vendem em cada esquina – é muito bom mas de facto comer repetidamente não é propriamente saudável... Por último, há um mercado ao ar livre (o Naschmarkt) onde se pode comprar tudo, para quem viva perto compensa.

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E em termos de visitas culturais?

Há imensos sítios que se devem visitar, com a grande vantagem de que a sua maioria está concentrada no interior do “Ring” (uma rua comprida que forma como que um anel): Ópera, Palácio de Hofsburg, Stephansdom (a catedral), o Stadtpark (parque da cidade), o museu de arte Albertina, o Museu de Arte Histórica e o Museu de História Natural, o Teatro Nacional, o Museu da Sissi, a Escola de Equitação Espanhola; depois fora do Ring há o palácio e jardins de Schoenbrunn, as galerias Belvedere um pouco mais longe, a casa de Hundertwasser, o MuseumsQuartier, entre outros.

Já não tanto no âmbito cultural, mas de passeio, o bosque e montanha em redor de Viena (lado oeste da cidade penso eu) são fantásticos.

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Tens algum conselho que queiras dar a futuros estudantes em Viena?

Para além do óbvio – divirtam-se, disfrutem e boa sorte! Gostava de dar alguns conselhos práticos:

Para quem vai para a WU (não sei como é noutras faculdades), aproveitem o programa de integração de 2 semanas que a faculdade organiza para os alunos estrangeiros antes de as aulas começarem, não custa mais do que 100, 150 Euros e vale imenso a pena, com viagens e actividades que permitem aos Erasmus começarem a conhecer-se e sentirem-se adaptados logo desde início.

Agora para qualquer estudante que vá para Viena – aproveitem também o passe especial da rede de caminhos-de-ferro austríaca, que permite viajar aos sábados, a preço baixo, por todo o país. É ideal para ir passar um dia a Salzburgo, Linz, etc., sem sequer ser preciso dormir lá.

Se quiserem ir à Ópera, que é cara, vão 30 minutos antes de começar – muitas das entradas acabam por ser devolvidas ou haver bilhetes de última hora (em pé), que se podem comprar com 50% de desconto. Outro programa caro mas que vale a pena é ir de barco até Bratislava (demora cerca de uma hora).

Finalmente, a maior parte dos Museus tem um dia certo da semana em que as entradas são livres, podem aproveitar.

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