Mega viagem 10º dia
4/1/18
Último dia em Viena e acordei da melhor forma possível, com uma mulher a assoar-se com a máxima força possível, no meio do quarto, às 6 da manhã, ainda pensei que tivesse sido a Carolina a fazer aquele estrondo todo, porque ela anda meio constipada, mas afinal foi uma senhora que devia ter os seus 40 e tal anos.
Quando eu estou num hostel e acordo, tento fazer o mínimo barulho possível para não incomodar as outras pessoas que estão ainda a dormir, mas tenho visto que há pessoas que não querem saber, simplesmente têm lacunas em relação ao civismo. Se fosse eu a assoar-me, ia para a casa de banho ou então saía do quarto e ia para o corredor, de modo a não perturbar ninguém, tenho aprendido tanto estando fora da minha zona de conforto, a maior lição é a de que nem toda a gente é como eu ou vai agir da mesma forma que eu iria agir a determinada situação, situações essas que eu achava que obtinham comportamentos iguais de todos.
Saímos do hostel cedo e fomos ver um dos monumentos que ainda faltava, depois seguiriamos para a free tour.
Segundo estava na Internet, a free tour seria em frente ao museu Albertina, por isso sentamo-nos num banco em frente ao museu, entretanto o tempo passou, faltavam 5 minutos para a excursão começar e não havia sinal de guia, nem de pessoas à espera, mas tinha que ser ali, eu até voltei a ir confirmar. Chegou a hora e não estava ninguém, decidimos ir para um café esperar pela hora de almoço para depois irmos ver o último monumento que faltava. Demos a volta ao museu e lá estava o guia com umas 30 pessoas à volta, a meu ver, em frente ao museu, é em frente à entrada do museu, não na parte de trás do museu, para isso diziam "atrás do museu Albertina", mas o erro foi só meu, porque pelos vistos todas as outras pessoas chegaram ao local sem dificuldade e assim começou a free tour, falei nela numa outra publicação.
Em 2 horas ouvi a história de Viena, uma parte presumo eu, pois para contar tudo deveria ser preciso muito mais tempo. No final fomos à procura de um sítio para almoçar que fosse perto do monumento que nos faltava ver, encontrámos um café restaurante e não era nada barato, mas pelo menos não tinha os preços de Copenhaga, portanto por lá almoçámos.
O último monumento era o Palácio Belvedere, mais uma vez obriguei a Carolina a fotografar-me, a pobre coitada tem sido a minha escrava nesse campo durante esta viagem. Vi que ela estava completamente desgastada e não insisti muito, só a obriguei a tirar-me mais umas 100 fotos.
Sentámo-nos um pouco nos bancos do jardim do palácio para descansar, pois esta viagem tem sido destrutiva para os pés e joelhos, e depois seguimos em direção à estação de autocarros, ainda faltavam 4 horas para o autocarro, mas decidimos que iríamos ficar num café que lá ficasse perto.
Primeiro fomos até à estação para vermos onde era e o local onde estaria o nosso autocarro e depois fomos então à procura de um café com fichas para carregar os telemóveis e Internet. O café mais próximo que encontrámos foi a quase 1km de distância, sem fichas de eletricidade e sem Internet, o senhor que me atendeu era super simpático, para compensar.
Sentei-me à mesa e o empregado chega com uma cara de "o que é que estão aqui a fazer?" e eu pedi-lhe o menu, ele disse que se quisesse-mos comer tínhamos que esperar, pois a cozinha só abria em meia hora, por isso fiquei com o menu das bebidas. Pedi a limonada, ele disse que não havia, então pedi a limonada de maracujá, também não havia, acabou por dizer que não havia nenhuma bebida que estava no menu, então para que é que me deu o menu? Disse-me que tinha sumo de maçã e de laranja, pronto, tudo bem, pedi sumo de laranja.
Ficámos lá umas 3 horas à espera que chegasse a hora da ida para o autocarro, um homem que lá estava até tentou pagar-nos uma bebida, eu disse que não, ele parecia mais velho que o meu pai, Cristo não têm noção, devo ter cara de Glória da "família muito moderna".
Quando se aproximou a hora pedimos para pagar e eu fiquei traumatizada, ainda agora estou traumatizada, isto vai ficar para sempre na minha memória. O copo de sumo custou 3 euros, agora devem ficar a pensar "mas devia ser sumo de laranja natural e um copo daqueles grandes, de coquetel, cheio de efeitos", não, não era. Vou descrever o copo de sumo que consumi, devia ser um copo de 25cl ou mais pequeno, com sumo de laranja do pacote, aqueles que se compram nos supermercados, pronto foi isso, 3 euros por isso! É que se eu tivesse ido a um café de luxo na torre mais alta da cidade, se calhar ainda compreendia, mas ali? No fim do mundo, onde não há nada perto? Poupem-me, eu nunca fui tão roubada na vida, 3 euros que não voltam, maldito empregado medíocre. Se tivesse ido ao Starbucks tinha gasto 5 euros, mas era numa bebida grande e boa, um local com fichas de eletricidade e Internet, eram 5 euros que valiam a pena, hei-de ficar traumatizada com isto para sempre.
Fomos para a estação de autocarros e a Carolina foi a ouvir-me o caminho todo a queixar-me dos 3 euros pelo sumo, além de coxa pelas caminhadas exaustivas que demos, também ia ficar surda.
Na estação de autocarros tivemos que ficar 1 hora ao frio, à espera, porque nos enganámos e afinal o autocarro era uma hora mais tarde. Entretanto, faltavam menos de 20 minutos e o autocarro ainda não tinha aparecido, normalmente ele aparece com 20 minutos de antecedência, a Carolina já estava a ficar stressada e quando ela fica stressada, ela deixa-me stressada, eu só lhe dizia para ter calma, era aquela a paragem certa e ele ia aparecer, ela estava doida a dizer que se calhar não era aquela a paragem e que devíamos ir perguntar a alguém. Como já expliquei em várias publicações anteriores, a Carolina tem um trauma qualquer com os transportes e as horas.
O autocarro acabou por aparecer e a Carolina parou de ficar nervosa e de me deixar a mim nervosa. O próximo destino foi Bratislava.
A viagem foi curta, deve ter sido de uma hora ou menos, estava a dormir quando oiço o condutor a dizer que aquela era a paragem de Bratislava, era uma paragem em nenhures, no meio da estrada, lá saímos, a Carolina estava a voltar a stressar-me a dizer que não era aquela a paragem, porque era no meio do nada, era aquela a paragem, sim! O motorista teve que ir ver o meu bilhete para confirmar, de modo a que a Carolina acreditasse em mim.
Como Bratislava é minúscula, andamos só 2km até ao hostel.
Faltavam agora 23 dias para voltar a Portugal.
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