Mega viagem 4º dia
29/12/17
Seria de esperar que este dia fosse monótono, pois seria o dia em que iríamos viajar de Copenhaga para Berlim, 8 horas de viagem fatigantes, mas não foi o que aconteceu.
Neste dia acordámos tarde, só às 9 horas é que saímos da cama, ultimamente temos acordado às 6 e 7 da manhã, portanto às 9 horas é horário de realeza.
O plano era irmos tomar o pequeno almoço e irmos comprar mantimentos para a viagem. Tínhamos que comer uma boa refeição de início de dia, pois o nosso almoço seriam umas sandes dentro do autocarro, por isso decidimos ir ao McDonald's, mais uma vez.
Pedi o bagel com ovos mexidos e bacon, a Carolina estava prestes a pedir, era a seguir a mim, só não pedi em conjunto, para cada uma pagar o seu, porque eu já sei como é que funciona, se pedisse tudo ao mesmo tempo não ia dar para fazer conta em separado.
Depois de eu fazer o meu pedido, ia fazer o da Carolina, só que a mulher que me atendeu fechou a caixa e foi embora, ou seja, a Carolina teve que voltar para o final da fila e, entretanto, acabou o horário para servir pequenos-almoços.
Assim que chegou a vez da Carolina, eu pedi à senhora que estava na caixa o mesmo que eu tinha escolhido para mim, ou seja, o bagel com ovos mexidos e bacon, só que depois das 10 horas já não é possível fazerem ovos mexidos, não entendi o motivo, mas continuei a insistir com a senhora a explicar-lhe o que tinha acontecido, que a minha colega era a seguir a mim, só que a rapariga que estava na caixa decidiu ir embora antes de eu poder pedir para ela.
A resolução foi servirem-lhe o bagel com ovo estrelado, porque é impossível servirem ovos mexidos depois das 10 horas. Não sei qual é o problema deles com ovos mexidos e 10 horas, mas não insisti mais, nós só queríamos comer e ir embora.
Na Roménia há o petro, é uma espécie de pastelaria, há um a cada 500 metros, na Dinamarca há o fotex. Fomos ao fotex comprar comida para sobrevivermos à viagem e foi mais uma pequena fortuna que lá deixei, mas pelo menos não ia passar fome.
A seguir ao pequeno almoço tomado e comida comprada, fomos à procura da localização da paragem do comboio que iríamos apanhar para Berlim, fomos com cerca de 1h30min de antecedência, porque podíamos não encontrar à primeira ou haver algum incidente e ainda bem que o fizemos.
Segundo o meu bilhete, dizia-me que a localização era na estação de comboios, claro que achei estranho, mas nem pensei mais nisso até chegar o dia.
Chegámos à estação de comboios e fui ao balcão de informações, estava lá uma senhora a quem mostrei o bilhete e perguntei para onde tinha que ir, visto que não tinha qualquer tipo de informação no meu bilhete. A senhora disse-me que eu teria que sair da estação de comboios e ir em frente, então eu fiz isso, só que não vi nada, a informação que ela me deu não foi nada esclarecedora, portanto dei a volta à estação de comboios à procura de... Eu não sabia do que é que estava à procura, sinceramente, pois nunca tinha andado nos autocarros aos quais comprei bilhete e não sabia se tinha que ir de comboio até à paragem, eu não sabia nada, só sabia que a localização era na paragem de comboios.
Voltei a entrar na estação de comboios e mais uma vez fui ao balcão de informações, por sorte já lá estava outra mulher, por isso não fiz figura de ignorante ao perguntar outra vez o mesmo, mas desta vez a senhora foi mais esclarecedora, disse-me que não tinham protocolo com aquela empresa de autocarros e que a estação se encontrava no outro lado da estrada.
Segui as indicações da senhora e bem que vi autocarros parados à beira da estrada, mas não via nenhuma espécie de central de autocarros, então fui até ao final da rua e encontrei um motorista dentro do autocarro, decidi perguntar-lhe onde era a paragem e ele disse-me que era em frente, ou seja, do sitio de onde eu tinha vindo. Tentei explicar ao senhor que não encontrava e ele quase que me dava com a porta do autocarro na cara a mandar-me embora, foi super simpático e prestável.
Voltei para trás, pelo caminho que já tinha percorrido e já estava a começar a ficar stressada, normalmente sou aquela que mantém sempre a calma, mas estava a ver o tempo a passar e nada de paragem, estava a ficar com medo de ficar em terra.
Ao seguir em frente vi uns senhores com uns casacos e neles dizia o nome da empresa de autocarros, decidi mais uma vez tentar a sorte e perguntar se eles sabiam onde era a estação, pelos vistos a estação era todo aquele bocado de linha onde os autocarros estavam parados.
Andei às voltas cerca de uma hora para descobrir que a estação era aquilo.
Já estava descansada por saber que ia conseguir apanhar o autocarro, agora a nova aventura seria lá dentro.
Conseguimos lugar no topo, ou seja, com vista para a estrada de frente e nos bancos ao lado sentaram-se dois rapazes da Síria, a Carolina é que descobriu, porque viu que eles tinham uma pulseira qualquer de lá, para mim eles eram da Arábia.
Passei 6 horas a ouvir aquelas duas gralhas sempre a falarem árabe ou o que seja, não entendo muito das línguas dos países islâmicos, não consig distingui-las, é como o resto do mundo com os portugueses, espanhóis e italianos. Só não passei 8 horas a ouvi-los, porque o autocarro entrou para um barco e tivemos que sair e ocupar lugares dentro da embarcação.
Contudo, aquilo que mais me enervou foi o facto de um deles ter enchido um copo com sumo e depois ter posto numa espécie de apoio perto de mim, ou seja, se aparecesse uma curva aquilo ia entornar para cima de mim. Dito e feito, aquela porcaria entornou para o meu casaco e eu comecei a reclamar super alto, mas o idiota fingiu-se de desentendido, como se aquilo não fosse nada com ele.
Isto é o tipo de coisas que eu odeio, eu nunca faria uma coisa dessas, iria pensar que o meu copo poderia sujar a outra pessoa, mas não, as pessoas com que me tenho deparado possuem uma falta de civismo e de puro egocentrismo.
Às 8 da noite o autocarro chegou a Berlim e mais uma nova aventura nos esperava, a ida para o hostel.
Meti a localização do hostel no GPS, passei a viagem toda a poupar bateria para esse momento, 8 horas num autocarro a tentar não ir à net, imaginem o sofrimento. Da estação até ao hostel eram 8km. 8 malditos km!
Depois da minha mala de viagem ter quase perdido as rodas, chegámos por fim ao hostel e no momento em que tentei fazer o check-in tive que me esforçar para perceber o que é que a rapariga me estava a dizer, na realidade chegava ao que ela dizia por lógica, presumia que ela estivesse a dizer determinada coisa e concordava e sorria, tudo isto porque é super difícil entender um alemão a falar inglês, eu achei, falam para dentro e super depressa.
Após estarmos finalmente instaladas, estava na altura de estudar o mapa e decidir quais os pontos turísticos a ir, horários e preços de museus e local para comer.
Faltavam agora 29 dias para voltar a Portugal.
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