Praxe - Uma tradição académica Portuguesa

Praxe

É bem provável que já tenhas visto estudantes vestidos de preto pelas ruas do Porto. Vestem-se assim devido à Praxe, que na realidade começou em Coimbra. A Praxe é o "batismo" de estudantes nas universidades de Portugal e foi criada de modo a integrar os Caloiros e também suportar o aumento da perda de inibições sociais. Tradições, eventos, regras e felicidade são algumas das componentes chave da Praxe. Cabe aos universitários mais velhos, os Doutores, praxar os Caloiros e, para isso, os Doutores têm de desenvolver novas ideias, na maioria engraçadas, para os Caloiros porem em prática durante a Praxe. Rapazes e raparigas têm regras e rituais diferentes de modo a manterem o respeito e a auto-estima. A maioria destes rituais são feitos juntos, no entanto, a Praxe é ocasionalmente levada longe demais pelos mais velhos. Estes, por vezes, tornam os rituais de iniciação em maus hábitos e humilhação, que é uma grave violação ao código da Praxe e em tudo o que ela se baseia.

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As roupas tradicionais usadas pelos estudantes chamam-se Capa e Batina. Estas já são usadas desde a inauguração da Universidade do Porto. A Capa e Batina podem ser conectadas ao período do Fascismo em Portugal que terminou em 1974. No início, as raparigas usavam um véu cor-de-rosa mas hoje em dia as roupas assemelham-se muito mais às dos homens. Atualmente, o traje académico para os homens inclui calças pretas, um colete preto, a batina, uma gravata preta, uma camisa branca, assim como sapatos pretos tradicionais. No que toca às raparigas, o seu traje consiste numa camisa branca, um casaco preto, uma grava preta, uma saia preta, meia-calça escura e saltos também pretos com pouco salto. Embora a Capa e Batina esteja maioritariamente associada à Praxe, qualquer aluno universitário a pode usar, mesmo que não tenha sido praxado.

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Quando aos eventos estudantis, existem vários ao longo de todo o ano. Maio é o mês de muitas "festas": a Semana da Queima das Fitas (que inclui a atuação de grupos musicais de estudantes universitários chamados Tunas e outros grupos convidados, a Serenata Monumental assim como o desfile de todos os estudantes universitários a que se dá o nome de Cortejo).

A Capa e Batina serviu de inspiração a J. K.Rowling, a escritora dos livros do Harry Potter, para as roupas dos alunos de Hogwarts. Ela estava a viver em Portugal quando começou a escrever o seu primeiro livro do Harry Potter.

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Diz-se que lavar a Capa e Batina é o mesmo que esquecer as memórias de toda a vida académica, e é por essa razão que estas duas peças não são geralmente lavadas. O traje pode também ser utilizado de modo a demonstrar respeito a certos lugares onde um indivíduo se encontra, ou mesmo quando um indivíduo se encontra na presença de alguém em particular. O maior gesto de respeito na vida académica é pôr o traje académico no chão para outra pessoa passar por cima.


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