Monumento dos judeus assassinados na Europa!!
- Morada: Cora-Berliner-Straße 1
- Etiquetas: O que ver Berlim, Berlim, Alemanha
Uma experiência para refletir, a melhor maneira de conhecer a Alemanha!!
Memorial Judaico do Holocausto: um monumento muito diferente:
Este é um dos monumentos em Berlim que não podes perder. Lamentavelmente não é um memorial que vais visitar devido à sua arquitetura ou porque vais conseguir tirar fotos fantásticas para o teu Instagram. Este é um dos locais que se visita pelo seu significado histórico e também para se fazer uma reflexão da vida, ou pelo menos foi assim que eu o vi.
Conheci o memorial do holocausto judaico devido a uma visita guiada gratuita pela cidade de Berlim, estas visitas chamam-se Free Walking Tours. Recomendo muito que vás numa destas visitas "gratuitas" porque normalmente os guias são estudantes ou jovens trabalhadores que te dão a conhecer, e informam-te muito bem sobre a cidade. No final da visita, apesar de esta ser gratuita te pedem sempre uma cooperação de avaliação do seu trabalho, ou seja se no final merecerem deves dar, por exemplo, 5 euros, mas a verdade é que eles merecem, irás economizar muito mais do que se tivesses ido numa visita privada. O ambiente na visita é incrível e podes conhecer muitos turistas de mochila que no final se podem tornar em teus amigos. Podes pesquisar nas páginas da internet, porque as visitas organizam-se em diferentes dias, tens também diferentes percursos, e até podes escolher o idioma em que queres a visita.
A página é: Free Walking Tours
Uma vista do memorial, onde é muito fácil te perderes no meio de todas essas colunas. Esta fotografia foi tirada durante o inverno, quando estava a nevar e acho que é muito mais bonito e com um impacto muito maior durante esta altura do ano.
A controvérsia de construir ou não o memorial:
Este memorial de Berlim foi construído para honrar as vitimas do Holocausto. Originalmente foi desenhado por Peter Eisenman e por Buro Happold. Inicialmente houve muita controvérsia face à sua construção, já que alguns alemães consideravam que construí-lo implicaria que esta parte da história alemã não fosse superada. Outros diziam que o Holocausto foi um terrível erro das gerações passadas e que por isso as novas gerações teriam de carregar com esta culpa de anos atrás, que na realidade não era algo que lhe devia ser incumbido. À parte disto tudo, não consideravam justo se gastar 25 milhões (que foi o custo desta construção), porque tinha sido algo que tinha acontecido há muitos anos atrás. Mas apesar disso, começou-se a construir no mês de abril de 2003, e terminou-se em dezembro de 2004. A visita a este lugar é algo imperdível para qualquer turista, já que se encontra tão perto de uma das mais famosas atrações de Berlim, a Porta de Brandenburgo, estando localizados na mesma rua.
Aqui estávamos todas as pessoas da visita a rodearem um dos muitos blocos de cimento, ouvindo atentamente a explicação do guia turístico. Uma experiência que te deixa a pele em galinha. Se olhares com atenção, também poderás conseguir ver os guardas com os seus uniformes cinzentos, que se encargam de garantir que os turistas têm um comportamento educado face ao memorial e para evitar vandalismo.
Um significado aberto:
Apesar de muitas pessoas se terem oposto ao memorial este memorial foi construído. Está composto por 2. 711 blocos de cimento, que estão num campo com 19. 000 metros quadrados. Alguns dos blocos ou pedras, que estão posicionadas no campo, vão variando de altura e largura, as que podemos encontrar no exterior têm até 20 centímetros, mas depois há outras que chegam quase aos cinco metros (essas estão localizadas mais centralmente). Estes blocos encontram-se organizados em 54 filas e 87 colunas, para sermos mais exactos. Mas como decidiram o número exacto de colunas? Se observares bem o número 2. 711 é um número primo, e os números primos são divisíveis entre si mesmo e entre cada um, e é por isso. Os autores quiseram dar-lhe um significado aberto, ou seja, qualquer pessoa pode sentir e interpretar no seu coração da maneira que queira.
Para mim os blocos de cimento que estão localizados nas esquinas fazem-me lembrar de sepulturas, como se fosse a sepultura das milhares famílias afectadas. Umas mais ricas e outras mais pobres, e isso está representado na altura dos blocos. Esta é a minha perseção sobre o que significa, mas adoraria que deixasses a tua opinião, com uma mensagem no meu perfil.
Apesar de o número dos blocos ser para muitos irrelevante, para mim tem um significado muito forte. É como dizer que estamos todos unidos, como um só ou então que estamos completamente sozinhos e divididos. Como muitos sabem infelizmente, ainda existem alguns partidos neo-nazis hoje em dia, estes grupos foram os responsáveis por alguns actos de vandalismo, especialmente com os graffitis. É por isso que cada um destes blocos está protegido contra pinturas e também é a razão por existirem alguns seguranças, devido a já terem acontecido alguns acidentes.
O Museu Subterrâneo:
Na parte de trás do monumento poderás entrar para uma espécie de museu por debaixo da terra, e que é gratuito e aberto a toda a gente. Nele encontrarás o nome das três mil vitimas do Holocausto judaico.
Depois de visitares o memorial, não te esqueças de completar a tua visita indo ver o Museu Subterrâneo. É uma experiência recomendável para todos os turistas que queiram aprender mais sobre a história mas ao mesmo tempo não possa ou não queira pagar para ir ver Auschwitz, o campo de concentração em Sachsenhausen. É importante mencionar que cada pessoa reage de um modo diferente perante este tipo de exposições que apelam aos sentimentos mais profundos do coração. Há pessoas que não podem, nem querem, ir a Auschwitz, e que ao mesmo tempo queiram retirar algo desta experiência muito forte. Assim é uma boa opção visitar o memorial do Museu que é fácil de sair e ir para a cidade, no caso de não conseguires aguentar, para além disso a experiência não é tão forte, quando se compara com os campos de concentração mencionados anteriormente.
O memorial do Holocausto Judaico recebe centenas de visitas diárias, e na época baixa vê-se um fluxo turístico como grande, que é algo raro numa época que costuma ser precária em turistas.
No museu deves deixar todas as tuas malas e compras no bengaleiro, são gratuitos. Aqui encontras as histórias de seis pessoas que acabaram por ir para Auschwitz, e que falam sobre os seus últimos dias, com cartas de despedida, que escreviam aos seus familiares (muitos de eles já se encontravam mortos). É incrível ver como tudo isto aconteceu, sobretudo quando lês a carta de um menino de seis anos que escreveu para os seus pais, explicando-lhes que sabia que ia morrer. Realmente este tipo de experiências não são muito agradáveis, e fazem-te pensar sobre a história da humanidade, sobre se vamos repetir os mesmos erros e sobre todo o impacto que uma guerra poder ter.
O museu ajuda muito a entender o que passou, é bastante didático e incluí vídeos, e também as cartas escritas são projetadas no chão com uma iluminação própria que te ajuda a poderes apreciá-las. Podes te sentar, ver os vídeos e conhecer algumas das vítimas, ver como eram as condições em que viviam, os soldados que estiveram envolvidos e como era o dia a dia nos campos de concentração.
A minha amiga e eu conseguimos ler tudo o que estava no museu, mas por outro lado a minha mãe e a minha prima decidiram só ver metade e depois esperaram por nós, porque como vos disse, é diferente para todos e há pessoas que simplesmente não querem ou não podem ouvir o que aconteceu outrora. Na minha opinião, se tiveres a oportunidade de viajar até aqui viaja, e não ficares apenas por ler o que se passou nos livros de história. É bastante importante que aproveites a oportunidade para te informares em primeira mão como é que a Alemanha se encontra depois de tantos anos da primeira e da segunda Guerra Mundial. É uma experiência inigualável, uma experiência que nem o melhor curso de história te pode dar. As aulas foram da sala de aula são sempre as que mais aprendes. Se te interessa entrar no museu gratuito podes chegar cedo, porque abre às 8 horas da manhã, mas fecha às 15 horas da tarde.
Sobre as atitudes inaceitáveis dos turistas:
Durante o tempo que estive no memorial vi muitas atitudes de diferentes turistas que deixavam muito a desejar. Falar sobre o genocídio de milhares de judeus não é algo que se deva levar de maneira leviana, é algo muito sério e que merece muito respeito. No geral, cada um dos blocos de cimento tinha aspeto de túmulos de cemitério, sobretudo devido à sua cor e pelo modo de como estavam colocadas. Na minha opinião estar neste local significa respeito e silêncio para se poder refletir sobre o ocorrido. Chateou-me muito ver muitos turistas que com os seus filhos queriam se divertir no memorial, e lembravam-se de brincar de laje em laje como se fosse algo ao qual não se deve nenhum respeito.
Também havia pessoas que subiam aos túmulos (os que estavam mais altos) e se sentavam, tudo para tirarem uma selfie. Este memorial não é como o monumento da Torre Eiffel, não é um Arco do Triunfo, no qual queres pousar para uma fotografia, há que ter respeito a este memorial que representa milhões de judeus que foram assassinados violentamente, milhões de famílias destruídas e a uma época da história que qualquer pessoa gostaria de esquecer.
Na minha opinião não há problema tirar fotografias, porque afinal de contas vieste como turista e queres recordar cada lugar que visitas, mas podes fazê-lo com respeito. Um exemplo, o meu amigo Luiz do Brasil, que foi comigo nesta viagem foi tirando fotografias do memorial sempre com respeito.
Algumas informações curiosas que aprendi ao visitar este lugar:
Os danos causados pela Segunda Guerra Mundial e pelo Holocausto continuam a sentir-se, onde até há ocasiões (apesar de já não ser tão comum) em que ainda se encontram bombas no subsolo que não rebentaram, mas que o podem fazer a qualquer momento. A este tipo de bombas chamam-lhe bombas adormecidas, e aproximadamente pesam uma tonelada. Consegues imaginar? Cada vez que ocorre um evento destes, a polícia tem de retirar todas as pessoas que estão próximas do local e têm de parar a circulação de veículos durante umas horas para assegurarem que não fica ninguém no local. Muitas pessoas dizem que há, aproximadamente, 3. 000 bombas da guerra que ainda não explodiram, o que é um número muito reduzido, tendo em conta que Berlim foi bombardeada com meio milhão de toneladas de bombas.
As bombas adormecidas são algo que preocupa muito o governo, porque algumas delas podem explodir espontaneamente, como aconteceu em 1983 em que uma delas explodiu ao pé de uma escola.
Outra coisa que me impressionou foi que até ao ano de 2015, ou seja, faz uma no, a República da Alemanha terminou de pagar à França os danos económicas causados pela guerra, acordo esse que ficou assinado no famoso Tratado de Versalhes, assinado no Palácio de Versalhes em França. Como te podes dar conta o turismo em Berlim é principalmente turismo histórico e nada mais, porque uma guerra tão importante como a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto Judaico são ainda temas relações com a população alemã, gostem ou não.
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