Aventura em Sofia
O hostel onde fiquei foi o melhor onde já estive e o mais barato, tendo ainda pequeno almoço incluído, só tinha um problema, eram os mosquitos, nunca vi tantos mosquitos no mesmo local, o verão já acabou, mas aqueles malditos recusam-se a voltar para o buraco onde todos se metem durante o resto do ano. Passei a noite toda a sufocar-me a mim própria com os lençóis, pois sempre que me destapava para respirar ouvia um ao meu ouvido a zumbir, preferia quase morrer sem ar a noite inteira do que deixar esse vil ser usar o meu sangue.
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Na alvorada o pequeno-almoço foi ótimo, eu e a Carolina parecíamos esfomeadas que não comiam há uma semana, toda a gente ia buscar duas fatias de pão e um copo de leite, mas nós? Nós levavamos tudo aquilo a que tínhamos direito, a dobrar e ainda voltámos a repetir, posso não ser elegante, mas pelo menos não passo fome, tenho o típico pensamento de pobre, se não pago mais por isso, então vou comer até o botão das calças quase desapertar.
Após o pequeno-almoço requintado fomos à receção buscar um mapa, o rapaz que lá estava ofereceu-se para nos dar indicações e descobriu que eu era portuguesa, então começou a tentar falar português comigo, pois esteve a viver em Portugal 3 meses, foi um suplício tentar entender o que ele dizia, porque é que não falava em inglês? Só queria as indicações o mais rápido possível para ir ver a cidade e ali estava ele a enrolar lentamente a língua enquanto tentava falar o meu idioma.
Quando me livrei do poliglota (eu sei que é alguém que fala 3 ou mais línguas, ele era mexicano e também falava inglês), parti pela aventura da descoberta e um velhote apercebeu-se que eu era turista, estava bem na cara, porque andava com uma máquina fotográfica ao pescoço e um mapa. Perguntou-me se eu não queria vender-lhe euros, disse que me dava 20 leva em troca de 20 euros, não consegui evitar rir-me na cara dele, contudo foi um insulto à minha inteligência, pois 20 euros valem 40 leva e o homem deve ter induzido que eu tinha cara de ignorante.
Findei a excursão pela cidade e estava esfomeada, procurei um restaurante que tivesse pratos típicos bulgaros, encontrei um que tinha a ementa à porta e lá estava um prato que dizia ser típico da Bulgária, por isso foi o escolhido. Foi uma completa desilusão, só tinha vegetais e este corpo não se aguenta só com ervas, faltava o essencial, a carne.
Já tinha metade da barriga cheia com as ervas, por isso fui em busca de um parque aparentemente gigante, segundo o mapa. Comecei a ver vários polícias na rua e eu achei que Sofia era uma cidade mesmo bem protegida, o nível de criminalidade devia ser muito baixo, à medida que avançava via cada vez mais polícias, até que vi um batalhão, ouvi gritos e dezenas de pessoas com camisolas vermelhas, ou seja, iria haver um jogo de futebol e o estádio era no parque, estava uma confusão autêntica, até havia polícias com cavalos e levei com o rabo de um cavalo quando passei por ele, relinchou-me e deu-me com ele na cara que nem um chicote, ótimo já posso contar às pessoas acerca do dia em que um cavalo me deu com o rabo na cara.
Fiquei no parque por volta de uma hora a descansar as pernas e a assediar os cães que passavam, eu sou doida por cães e passavam tantos e tão lindos, enquanto os via lamentava a falta que a minha cadela me fazia. Decidi por fim ir visitar um monumento que faltava, quando o avistei estava em obras, andei meia hora para nada, mas nem tudo estava perdido, vi uma mulher a vender castanhas e decidi comprar, a mulher de certeza que me enganou, porque viu que eu era turista. Eu escolhi o pacote maior de castanhas e ela deu-me um pacote minúsculo, meio vazio e com castanhas do tamanho de avelãs. Nunca tinha visto castanhas tão pequenas, deu vontade de as atirar à cara da vendedora.
Voltei ao hostel e tinham tirado os lençóis da minha cama, a minha mala estava na cama de baixo e levaram-me a minha toalha que eu trouxe para tomar banho, fiquei possuída, porque ninguém tinha mexido na cama da Carolina, o que é que será que pensaram? Que tinha ido embora e deixava as minhas coisas lá? Agora teria que fazer a minha cama novamente e tinha ficado sem toalha. Fui à receção e disseram que tinha sido um mal entendido, pois claramente que foi, a essa conclusão já eu tinha chegado. Desceu logo na minha consideração o hostel. Para me acalmar depois do incidente fui comer um bolo a uma pastelaria.
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