Uma visita à Polónia

Publicado por flag-pt Cristiana * — há 6 anos

Blogue: Uma portuguesa em Verona.
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No fim-de-semana passado fui até à Polónia, onde visitei duas belas cidades, Sopot e Gdansk.

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(http://www.lahistoriaconmapas.com/atlas/mapa-portugues/Pol%C3%B4nia-mapa-Capital.htm)

Notei um conjunto de influências de outros países na sua arquitetura, como Dinarmarca, Suécia, Áustria, Países Baixos, Alemanha... um pouco de tudo. No interior das suas casas, parecem ser fãs da modernidade, com o uso de móveis e decorações do IKEA.

Sopot é uma cidade junto ao mar, famosa pela sua vida nocturna e estudantil. É conhecida por ter uma casa torta, que alberga o café Costa, muito semelhante ao Starbucks. Tem vários pisos, sendo que alguns têm lojas, outro até é um bar/discoteca muito famoso por aqueles lados, a Ego. Sopot é interessante por ficar junto ao mar, ter uma praia fantástica, mas também edifícios fora do vulgar. É muito tranquila para se viver e, para quem gostar de mais agitação, fica a poucas estações de comboio de distância. Gostei de entrar na Igreja principal, que me surpreendeu por ser tão simples, em tons maioritariamente brancos. Não percebia nada, mas mesmo nada do que o padre dizia.

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(http://gdansk-nu.dk/skaeve-hus?page=2)

Gdansk é a terceira mais importante do país, logo depois de Varsóvia e Cracóvia.

Chamam-lhe, e com razão, a cidade pintada. Em Verona, por todos os lados vemos casas com frescos impecavelmente pintados. Neste caso, em Gdansk, vemos os prédios fantásticos e decorados com variadas pinturas, que nos fazem sonhar. Cada um deles é único, mesmo que haja várias cores, tem sempre detalhes diferentes.

uma-visita-a-polonia-e4b4f1582cc2cff406f(https://www.mirror.co.uk/lifestyle/travel/gdansk-poland-city-break-6125768)

Ambas as cidades que visitei se localizam no norte, sendo que em frente, percorrendo o Mar Báltico, se consegue ver a Suécia. A Polónia partilha fronteiras com a Alemanha, República Checa, Eslováquia, Ucrânia e Bielorrússia, assim como a Lituânia. É, portanto, um sítio muito central na Europa, o que já por si explica os preços tão baixos das viagens entre um lugar e outro. Por exemplo, dali até Berlim paga-se cerca de 20 euros, ida e volta, de autocarro. Até mesmo as viagens de comboio ficam muito baratas, por volta de 0,50 cêntimos, e se tivermos passe ainda nos fica mais em conta. É um país que merece ser visitado, cheio de história (foi com a invasão a Gdansk que começou a Segunda Guerra Mundial) e de magia. Está a par de todas as tendências musicais, gastronómicas e culturais. Pude visitar museus alternativos, ouvir músicas que, provavelmente, ficarão conhecidas pouco tempo depois, e por todo o lado se viam restaurantes com as mais diversas gastronomias do mundo. Eles davam um relevo especial à cozinha italiana, à qual não pude escapar, por mais quilómetros que percorresse.

uma-visita-a-polonia-d73d5ceee5ab429e82d(http://monipag.com/claire-pennetier/2015/09/25/poland-first-episode/)

A Polónia surpreendeu-me até mais não! Vinha de Bérgamo, uma localidade quente e muito diferente em termos arquitectónicos.

Assim que cheguei, por volta das sete, oito horas, já estava noite cerrada e estava a nevar. A própria estação de comboios de Gdansk, junto ao aeroporto, estava repleta de neve. Cheguei lá de óculos de sol, mas rapidamente me apercebi que iriam ser pouco úteis durante a minha estadia lá.

A minha prima está a viver em Sopot. Veio buscar-me à estação. Pouco se percebia das placas e dos letreiros.

  • Ficava completamente à nora! Perguntei-lhe se já sabia falar polaco, ela disse que sabia algumas coisas e procedeu a ensinar-me algumas palavras, como “Dziękuję!” que se diz quase como “Gincuia” e quer dizer obrigado(a). A língua é eslava, tendo muitos dos fundamentos do russo. É algo completamente diferente do que estamos habituados.

O comboio é o meio de transporte preferido pelos polacos, por ser fácil e eficaz. O espaço entre o comboio e o passeio é deveras perigoso, por ser tão largo. De qualquer forma, as viagens são absolutamente incríveis, pois vamos avistando neve, bem como paisagens espectaculares. Chegamos ao nosso destino muito rápido, mas não é que o queiramos fazer... só o facto de estarmos a viajar por aqueles lugares, nos enche de satisfação.

Fomos até ao McDonalds de Sopot, onde ela reconheceu um dos seus colegas portugueses. Trocámos algumas palavras e, depois disso, apreciei o meu hambúrguer duplo, as minhas batatas fritas e o meu refrigerante de limão. Soube-me muito bem. O McDonalds de Verona não tinha metade da qualidade daquele. Só lhe faltava mesmo a McBifana, que eu adoro, mas que só existe no menu português. Depois de nos alimentarmos, fomos dar um passeio. Apaixonei-me pelas casas, pelas cores e pelo calor humano. As pessoas foram todas muito simpáticas, mesmo com o frio que se fazia sentir, um frio que eu nunca havia experimentado. Era Sábado e, em Sopot, isso significa noite de arromba. Encontrámos muitos jovens “felizes”.

Bem, de qualquer forma, dirigimo-nos até casa dela. Era muito moderna. Para entrar tínhamos que pôr um código, tinha elevador e ficava num terceiro piso confortável. Ela vive com mais dois portugueses, que me receberam de forma exemplar. Fizeram-me uma tour pela casa. Tinha um ar muito sofisticado, com ares nórdicos e varandas e janelas incríveis, com vistas soberbas. Ficámos no quarto maior, que era gigante e, também ele, tinha uma entrada para a varanda. Apesar de estarem cerca de seis graus negativos, juntámos forças, vestimos as nossas roupas mais quentes e fomos até ao exterior.

Repousámos, porque o dia seguinte seria cheio de aventuras e temperaturas pouco amigáveis. Quando acordei, fui até à cozinha para tomar o pequeno-almoço. Fiquei espantada quando reparei na neve que caía. Fui chamar a minha prima e ela disse que era algo habitual. Daí a umas horas estaria estupefacta, pois a neve pegou mesmo e isso era pouco comum, pois deitavam sal ou acabava por desaparecer.

Desta vez, isso não iria acontecer…

Principalmente em Sopot, ficou tudo branquinho e a neve já chegava a um palmo de profundidade. Vi crianças e cães a brincarem com ela, trenós a serem puxados e até gaivotas e patos-reais a socializarem com os transeuntes na praia. Nunca tinha visto uma praia onde a areia fora substituída por neve. A neblina tornava tudo aquilo um tanto ou quanto místico... Uma paisagem sem palavras, que pouco ou nada a minha câmara fotográfica conseguiu capturar.

À hora de almoço, fizémos pierogi, um prato polaco muito conhecido. Parece uma mistura de rissóis com um tipo qualquer de pasta italiana. Os que escolhemos foram recheados com carne e espinafres. Pusémos metade no forno, outra metade foi refogada a par com especiarias e cebola picada. Ficaram muito bons. Quando estávamos a escolhê-los no supermercado, e perante a nossa cara de espanto a ver os pierogi com uma substância avermelhada que não entendíamos bem o que podia ser, pois não apanhámos nada do polaco na embalagem, uma senhora abordou-nos em inglês. Explicou que o pierogi era comido como prato principal, mas não só, muitas vezes como sobremesa em eventos especiais ou uma vez por semana, aos Domingos. Aquele pierogi era de morango. Agradecemos, mas ainda não ia ser dessa que iríamos tão longe e provaríamos tamanha extravagância para os nossos palatos sensíveis, acostumados ao sabor mediterrânico.


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