#6 À descoberta de Montenegro
No final de Abril, eu e o meu grupo de Erasmus decidimos fazer uma espécie de “férias de verão com amigos” em Montenegro, talvez porque percebemos que o nosso Erasmus estava lentamente a chegar ao fim e queriamos aproveitá-lo ao máximo. Comprámos voos baratos de Budapeste para Podgorica – confesso que fiquei fã da Wizzair e da relação preço/qualidade da companhia – e partimos à descoberta de Montenegro.
Quando chegámos ao aeroporto de Podgorica (um aeroporto minúsculo!) dirigimo-nos a um stand de automóveis no exterior para levantar o carro que tínhamos alugado previamente online. Não me lembro do preço que pagámos mas sei que foi barato, principalmente porque era um carro para cinco pessoas e nós afinal éramos seis – não foi a coisa mais correta a fazer, mas estávamos mesmo em “low budget mode” e não queríamos alugar dois carros para seis pessoas! Mas ter carro é quase obrigatório para explorar Montenegro porque a rede de transportes públicos é quase inexistente.
Do aeroporto partimos em direção a Sveti Stefan, onde estava localizado o nosso Airbnb, que ficou cerca de 25 euros a cada um por três noites! Muito barato mesmo, e o Airbnb era super moderno e espaçoso, com uma varanda espetacular com vista para o mar.
Nesse primeiro dia almoçámos num restaurante perto do apartamento (mais uma vez, muito barato!) e depois partimos em direção à praia! Fiquei feliz porque, sendo de Portugal, já tinha muitas saudades do mar. Em Abril já estava bastante calor em Montenegro, o suficiente para mergulhar no mar, ainda que a água fosse um bocado fria. A praia onde fomos era muito pequena, cerca de 15min a pé de nossa casa, não sei como é a praia na época alta mas nesses dias estava vazia então parecia mesmo uma praia privada e o pôr-do-sol lá era incrível! Nessa noite fomos ao supermercado e fizemos uma jantarada em casa.
No segundo dia passámos pela ilha do resort Aman Sveti Stefan, que é paradisíaco! Não descemos porque nos disseram que não é permitido entrar, mas vale a pena tirar uma fotografia! Fomos de carro em direção a Budva para experimentar outra praia. Esta era muito mais “turística”, tinha vários restaurantes e bares perto, por isso imagino que durante o Verão seja muito movimentada! Ficámos lá a tarde toda a relaxar.
Quando saímos ao final do dia ainda passeámos pela marginal, mais uma vez com várias esplanadas, barcos, restaurantes etc. Nesta noite também jantámos em casa mas depois decidimos ir explorar Budva à noite, porque nos tinham dito que era animado. Não sabíamos bem onde era a “noite”, por isso fomos à descoberta. Entrámos no Beer & Bike Club, pelos vistos um dos bares mais conhecidos, com um ambiente super “rock n’ roll” e animado. Mas por alguma razão decidimos não ficar ali e fomos passeando por umas ruas que tinham uma espécie de mercado de rua com vários kebabs.
Pedimos a uns locais recomendações de discotecas onde pudessemos ir. Um taxista levou-nos para uma discoteca chamada Torine, supostamente popular entre os locais. Entrámos e era uma espécie de bar, em forma de túnel, e logo à entrada um empregado deu-nos as boas-vindas e conduziu-nos a uma mesa. Sim, eles têm este conceito: os gurpos de amigos têm uma mesa, à volta da qual é suposto dançarem e beberem. A música era super diferente do que estou habituada e as pessoas à nossa volta... como hei de dizer... pronto, tinham um aspeto um bocado duvidoso! Bebemos um bocado, dançámos (a discoteca estava cheia de fumo! Muito pior do que as discotecas em Portugal) mas eventualmente decidimos que não pertencíamos ali e saímos para chamar um táxi de regresso a casa. Aqui aconteceu uma situação que podia ter sido perigosa mas graças a Deus no final não aconteceu nada de especial: entrámos no táxi e percebemos logo que o contador estava avariado porque o preço estava a ficar quatro vezes mais caro do que a viagem de ida! Um dos meus amigos tentou falar com o condutor e dizer-lhe sabíamos que ele nos estava a roubar e que queríamos sair do carro mas ele fingiu que não percebia nada de inglês (e se calhar não percebia mesmo) e continuou. Felizmente Montenegro é um país mesmo barato, portanto quando digo “caro” quero dizer que a viagem ficou tipo 15 euros em vez de ficar 7 euros. Eventualmente chegámos ao nosso Airbnb mas no momento de pagar a viagem um dos meus amigos sabia falar russo e começou a discutir com o condutor, a dizer que se recusava a pagar. E, do nada, o condutor pôs as mãos à votla do pescoço do meu amigo e começou a esganá-lo e a ameaçá-lo!!! Saímos todos do carro, o meu amigo estava pronto para enfrentar o outro homem mas eu percebi que podia ser perigoso porque estávamos num país que não era o nosso e não sabia de que é que o condutor podia ser capaz. Assim, dei-lhe imediatamente o dinheiro que ele estava a pedir e afastamos o nosso amigo. Ainda anotámos a matrícula do táxi, mas decidimos que não valia a pena fazer nada porque dificilmente a polícia se ia preocupar com esta situação. Foi um susto enorme mas felizmente não passou disso – e mais tarde essa história tornou-se motivo de risota entre o nosso grupo. Mas acho importante partilhar isto porque, realmente, quando viajamos para outros países, principalmente quando têm uma cultura diferente da nossa, é preciso ter cuidado e evitar estes conflitos.
Situação resolvida, no dia seguinte acordámos cedo e decidimos ir até Kotor. Kotor é uma cidade fortificada, situada numa baía. Tem um estilo super medieval, parece um cenário de um filme antigo. A cidade tem cerca de 2000 anos e tem imensa história. Estacionámos o carro e fomos passear pelas ruas, sem nenhum destino específico, só a explorar. Tem piada porque uma das imagens de marca da cidade são os gatos vadios e realmente há imensos! Kotor já é muito mais “turístico” do que o resto de Montenegro, aqui toda a gente fala bem inglês e há imensos restaurantes e comércio. Almoçámos num restaurante no centro da cidade onde finalmente comemos um bom peixe (é mesmo difícil encontrar bom peixe em Budapeste!) e a seguir ao almoço decidimos subir a pé até ao cimo da Forteleza de Kotor que tem cerca de 1400 degraus!
Confesso que não estava mentalizada. Estava um dia de imenso calor, a subida é super puxada e têm mesmo de levar água, se não não aguentam o percurso! Cruzamo-nos com pessoas de todas as idades, desde crianças a idosos, portanto a subida é possível para todos. Mas alguns caminhos são um bocado mais perigosos, é preciso ir com calma e não fazer como uns dos meus amigos que queria ir rápido e acabou por cair de rabo em frente a toda a gente. À medida que se vai subindo a Fortaleza, é impossível não parar para admirar a paisagem incrível para a baía de Kotor! Tivemos sorte porque estava um dia de céu azul. Chegados ao cimo, sentámo-nos a admirar a paisagem e ficamos contentes com a nossa conquita. Ah, e claro, tirámos imensas fotografias porque a paisagem é deslumbrante!
Descer foi muito mais rápido, e ao fim do dia ainda tivemos tempo de passear pela cidade, entrar em algumas lojas e comer um gelado. Foi um dia super bem passado! Quando chegámos, ainda tivemos tempo de apreciar outro pôr-do-sol na nossa “praia privada”. À noite, para o último jantar, decidimos ir a um restaurante mais “chique” perto do nosso Airbnb. Sinceramente a comida não era nada do outro mundo mas o jantar foi agradável. Nessa noite não nos deitámos muito tarde porque no dia seguinte tivemos de sair cedo do apartamento para regressar ao minúsculo aeroporto.
Fiquei muito surpreendida com Montenegro, é um país com imensos recantos para descobrir e que graças a Deus ainda não está super explorado pelo turismo, mas acredito que seja uma questão de tempo até o mundo descobrir esta maravilha, portanto aconselho a visitarem o mais rápido possível! E enquanto destino para férias com amigos, acho que tem tudo: praia, noite, paisagens bonitas e preços muito acessíveis. Espetacular!
Votação final: 5/5
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