Curiosidades – Coisas que irritam em Milão/Itália

Publicado por flag-br Amanda Krelling — há 7 anos

Blogue: Intercâmbio à milanesa
Etiquetas: flag-it Blogue Erasmus Milão, Milão, Itália

Viver em meio a uma cultura diferente nunca é fácil! Em maior ou menor grau, sempre tem alguma coisinha a que você não consegue se acostumar. Felizmente, no final a maioria dessas situações acabam virando apenas histórias engraçadas para contar. Nesse post eu quero listar algumas das coisas do cotidiano que ME irritam aqui em Milão. Quero também deixar claro que essa é apenas a minha opinião que, obviamente, é muito influenciada por características culturais do sul do Brasil. Algumas pessoas com quem conversei concordaram com o que penso, então creio que deva fazer algum sentido! Maaas, é claro, pode ser que você ache que não tem nada a ver e que não faria a mínima diferença no seu dia-a-dia. Enfim, vamos lá!

1. “Vendedores” de pulseirinhas, flores e afins

Esses caras estão espalhados em pontos estratégicos da cidade. A maioria fica nos lugares turísticos, como o Castello Sforzesco e a Duomo, mas também vão para pontos com considerável movimento, como a frente das universidades (no Politecnico di Milano tem pelo menos três deles, sempre em algum lugar em que você vai precisar passar). Por que é irritante? Porque eles simplesmente vão pra cima de você tentando te fazer ficar com uma pulseira artesanal ou flor, com a justificativa de ser um presente (“regalo”). É claro, depois disso te pedirão dinheiro e será bem difícil se livrar. Felizmente, os do Politecnico são bem simpáticos e gentis, mas existem alguns (principalmente no Castello) que são extremamente invasivos e se você der a menor chance vai acabar com uma pulseirinha (porque eles já chegam amarrando uma no seu braço). Todos os dias então, eu tenho que andar para a universidade com um “no, grazie” preparado! Eu sinceramente não sei qual o lucro que sai disso, sei que eles vendem algumas outras coisas que, pra falar a verdade, nunca parei para ver. A única pessoa que vi até agora realmente comprando uma dessas pulseirinhas foi uma amiga, que me deu de presente por um dia que passamos juntas. Só o que eu sei é que parece que esses caras se teletransportam para todos os lugares da cidade! Essa semana eu estava andando na rua com amigos e um deles simplesmente chegou me abraçando, quase morri de susto! Fora esses incidentes, nunca tive problemas. Mas que é um pouco irritante, é.

2. Ciao bella!

Para mim, essa é a frase que mais caracteriza a minha estadia aqui. Se você for mulher e estiver andando por um lugar que tenha feiras ou algum tipo de vendedor na rua, quase certeza que será por isso que te chamarão. Ok, no começo era legal. Só que acontece que aqui tem uns homens aqui muito sem noção, então depois de um tempo andar por aí com completos desconhecidos gritando “bella bella bella” e “ciao bella” para chamar a atenção acaba ficando meio chato.

3. Pessoas fumando na sua cara

Ok, talvez você seja do tipo de pessoa que não se importa com isso, mas para quem se importa esse é realmente um assunto muito incómodo por aqui. Os italianos (na verdade acho que os europeus de uma forma geral) fumam muito. Em lugares fechados, nas ruas, dentro de casa, nos corredores da universidade, em todo lugar (excepto nos que realmente é proibido) tem gente fumando. É extremamente contrastante essa questão com relação ao Brasil, onde a maioria dos fumantes procura lugares mais reclusos. Aqui não, baforam na sua cara e nem percebem. Nas ruas existem muitos restos de cigarros pelo chão e você vê desde adolescentes até idosos com um deles na boca. O que é curioso é que na Itália o cigarro é caríssimo, o que, ao invés de diminuir o consumo, só faz com que as pessoas o “confeccionem” com papel de seda e fumo.

4. Pedintes

Acredito que isso deve ser um “sintoma de cidade grande”, porém, é bastante incómodo. Em todos, TODOS os lugares de movimento (estações de metro, igrejas, pontos turísticos, trens) tem uma pessoa pedindo dinheiro. Normalmente com uma plaquinha escrita “ho fame” (estou com fome) no pescoço, eles ficam parados o dia inteiro esperando pela caridade alheia. Algumas situações são bastante incómodas, como pessoas com deficiências sérias tendo de se arrastar até você para pedir dinheiro, outras chegam a ser cómicas. Já vi pedintes dentro de trens em uma viagem até Verona, só não entendi a coerência de pedir dinheiro dentro de um lugar em que era preciso pagar para estar. Hoje mesmo vi um senhor barbudo, sentado em uma cadeira na estação de metro, com a sua clássica plaquinha “ho fame” e... falando no celular! Não estou dizendo que muitas dessas pessoas não passem por verdadeiras dificuldades, mas ao andar pela cidade você verá algumas situações, no mínimo, peculiares.

5. Pessoas assoando o nariz

Tudo bem, pode parecer um pouco reparador demais, mas não teve como deixar de notar que aqui as pessoas são BEM menos discretas ao assoar o nariz! Enquanto durante toda a minha vida, todos sempre foram extremamente discretos ao fazer isso (evitando qualquer tipo de barulho ou indo até o banheiro), aqui eles fazem em alto e bom som. Não importa se é no meio de uma aula silenciosa, na rua, na frente de alguém, sempre é possível escutar o agradabilíssimo som de alguém limpando a sua mucosa nasal. Vai entender.

6. Cachorros nas lojas.

Aqui é permitido entrar com animais de estimação nas lojas. Não é que é algo extremamente irritante, mas acontece que é preciso tomar um certo cuidado para não pisar em algum cachorrinho bonitinho que decidiu sair pra fazer compras com o seu dono.

7. Jeito de atravessar a rua

Isso é uma coisa que definitivamente ainda não consegui me acostumar. Aqui as pessoas têm a mania de se jogar na frente dos carros para atravessar a rua. Diferentemente do que estava habituada, que era a esperar um pouco na faixa e atravessar quando um carro parasse, em Milão é o contrário: você começa a atravessar esperando que o carro que está vindo, pare. Felizmente, eles o fazem, mas ainda não tenho tanta confiança!

8. Voltar para casa à noite

Cheguei a triste conclusão de que é preciso um carro para viver bem aqui. Sim, o transporte público é muito bom e tudo mais, porém você fica muito limitado a determinados horários e localizações. Os metros param de funcionar próximo à meia noite e muitas vezes o ónibus não é uma opção muito viável para o percurso. Infelizmente é comum você ter que deixar de fazer algumas coisas porque surge a pergunta: ta, mas como eu vou voltar pra casa depois?


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Comentários (2 comentários)

  • flag- Tereza Couto há 10 anos

    hehehe! Bella vai ser seu apelido quando voltar :P

  • flag- Lais de Bortoli há 10 anos

    Gostei dos cachorros indo fazer compra aheuhaeia

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