Convento de Mafra

De que se trata?

Fachada Principal - Fonte: http://www.palaciomafra.pt/

O Convento Palácio de Mafra é o maior exemplo do estilo e magestade do Barroco que temos em Portugal. Mandado erigir pelo rei absolutista, D. João V, em 1717, é uma obra de enorme imponência, colocando a pequena cidadede Mafra, a cerca de 20km a Norte de Lisboa, no mapa dos turista que visitam a cidade.

A construção deste grandioso monumento data do período em que Portugal possuía um enorme Império espalhado pelos vários continentes e só foi possível devido às enormes remessas de ouro brasileiras que chegavam nesses anos à metropole.

D. João V fez uma promessa, motivado pelos religiosos franciscanos, uma vez que após alguns anos de casamento com Maria Ana de Áustria, ainda não tinha descendentes: caso a esposa lhe desse um filho, mandaria erigir um Convento naquele inóspito local, que à altura era a periférica vila de Mafra.

Pouco tempo depois, nasceu a princesa Maria Bárbara e os trabalhos de construção inicaram-se. A sua construção durou inúmeros anos, já que o complexo inclui as dependências próprias de um Palácio Real, um Convento, uma rica Basílica - conhecida pelos seus órgãos e carrilhões, um jardim e uma tapada, onde os reis frequentemente gostavam de ir caçar. Inspirada no famoso caso de Versailles, Mafra nunca foi totalmente terminada já que se tornou um grande encargo que nem todos os seguintes descendentes de D. João V puderam suportar.

Apesar de a família real nunca ter vivido oficialmente em Mafra, esta foi durante uma dinastia destino preferencial de férias. O nosso último rei português, D. Manuel II, também se refugiou em Mafra no seu último dia em solo português antes de se exiliar em Inglaterra após a Implantação da República em Portugal, a 5 de Outubro de 1910.

Um dos pontos altos deste espaço é a Biblioteca, considerada uma das mais bonitas da Europa, marco pelo qual a maioria dos visitantes pergunta logo à chegada do Palácio. A Biblioteca data do século XVI/XVII e uma colectânea separada por temas de inúmeros fascículos pertencentes e dedicados ao estudo dos franciscanos. Na galeria superior existe uma secção curiosa com livros que na altura eram proibidos dos temas mais fantabulásticos e encontrar morcegos, que na verdade ajudam à preservação dos livros comendo os parasitas, é frequente, no seu interior.

Vista do Interior da Biblioteca - Fonte: palaciodemafra.pt/

Como chegar?

Para chegar a Mafra vindo de Lisboa, só há uma opção: metro + autocarro. É necessário ir até à paragem de metro da linha verde/amarela Campo Grande, descer para o apeadeiro dos autocarros e apanhar um da companhia Barraqueiro Oeste com destino a Torres Vedras - não directo - ou da Mafrense com destino à Ericeira - sendo este mais rápido. O bilhete custa cerca de 4€, mas ao comprar ida e volta, é possível usufruir de um desconto de -10% (preços de Agosto de 2016).

Também há a possibilidade de alugar um carro e apanhar a A8, saindo com direcção a Mafra. Nas imediações do Palácio, do lado direito da entrada, há um espaço com estacionamento para visitantes totalmente gratuito todos os dias da semana.

Quando visitar?

O Palácio Nacional de Mafra está aberto todo o ano. A visita como é interior pode ser feita independentemente das condições meteorológicas. Mafra é um local particularmente ventoso e à frente do palácio ergue-se uma monumental praça, totalmente descamoada, desagradável para que não vem preparado com um casaco ou abrigo.

O Palácio está aberto entre as 9h30 e as 17h30 todos os dias, com excepção de Terça-feira, sendo a última entrada feita meia hora antes. O Palácio, infelizmente, não tem acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. Convém trazer calçado confortável e vir preparado para andar: o palácio é gigante e tem várias alas, uma visita média pode durar cerca de 1h30/2h.

Vista do interior da Basílica - Fonte: all-about-portugal.com/

Todas as Quintas-feiras de manhã há uma recriação de como seria a vida no Palácio e alguns voluntários e amigos deste espaço vestem-se a rigor e recriam espontaneamente algumas cenas do quotidiano barroco, o que é muito apreciado pelos visitantes, em especial pelas crianças. Todos os primeiros Domingos de cada mês, à semelhança dos restantes espaços culturais portugueses, a entrada é gratuita.

A ala do Convento não é actualmente visitável já que está actualmente sobre a alçada do Exército Português. Abre apenas ocasionalmente para espectáculos teatrais - alusivos ao famoso livro do prémio Nobel português José Saramago, "O Memorial do Convento - ou outros eventos comemorativos ou visitas especializadas.

Quem queira visitar a Basílica pode fazê-lo de forma totalmente gratuita. Vale a pena admirar os seis ricos orgãos que por vezes soam em caso de casamento ou concerto. Por cima da Basílica situam-se as duas Torres Sineiras com os famosos Carrilhões, nome dado aos imponentes sinos, considerados instrumentos musicais e que por vezes também dão o ar da sua graça.

Na parte posterior do Palácio, existe um grande parque verde, o chamado Jardim do Cerco, que faria parte dos jardins reais mas que actualmente é um grande espaço público que visa oferecer qualidade de vida aos mafrenses. É um espaço indicado para merendas e um passeio à hora de almoço ou ao final da tarde. A entrada faz-se pelo lado do estacionamento, que se situa do lado esquerdo da entrada do Palácio. Ao fundo, encontra-se um grande espaço de recreio infantil com todo o tipo de equipamentos adaptados à diversão dos mais novos.

Nos mês de Julho, este espaço recebe o Festival do Pão, onde se celebram as mil e uma formas de preparar este alimento, sendo a estrela o Pão de Mafra. Vale a pena a visita e provar os diferentes tipos que se encontram à venda.

Quanto custa?

O bilhete para o visitar as várias alas e salas do Palácio e respectivos jardins custa 6€. Existem descontos para estudantes, crianças e jovens até aos 18 anos e combinados para famílias. Para visitar a Biblioteca, a não ser que a visita seja motivada por motivos de consulta de livros e investigação, obriga igualmente ao pagamento deste valor. Este valor não inclui visita guiada, mas é possível fazê-lo mediante o pagamento de um valor simbólico extra, uma vez por dia, por volta da hora de almoço desde que haja pessoas suficientes que justifiquem a tal visita.

Jardim do Cerco - Fonte: ericeiracamping.com/

Impressões Finais

O Palácio Nacional de Mafra é um lugar que pode interessar a todos, rico em História de Portugal. Como estudante de Arquitectura e natural deste concelho, tive a possibilidade, de ao abrigo de um programa de estágios, trabalhar neste fabuloso lugar durante um mês nas férias de Verão. Foi uma excelente experiência.

Os únicos pontos negativos a apresentar é que relamente o espaço merecia maior atenção dos devidos organismos públicos e maior informação gratuito deveria ser dispensada aos visitantes.

De resto, é um excelente plano para quem está em Lisboa e quer fazer uma escapadinha de um dia à periferia, podendo conciliar com uma visita à costa Oeste, na Ericeira durante a parte da tarde ou para todo e qualquer estudante de Erasmus que queira conhecer mais sobre a região de Lisboa ou sobre o período Barroco português!