Lisboa: A Terra da Oportunidade
Não é novidade nenhuma para esta cidade: o Turismo é a sua maior fonte de rendimento. A enchente de estrangeiros que chegou a esta cidade fez dela mais rica, bonita, arranjada, variada, diversificada, e feliz. Também a fez mais infeliz, com menos espaço para os naturais, tanto para viver como para abrir a carteira. Mudanças boas e mudanças más.
Estrangeiros vêm para ficar. Uns procuram enriquecer, mas a maior parte procura qualidade de vida. A cidade tem clima quente, é barata, e está feita para o estrangeiro. Outros vêm visitar, ficam encantados com o lugar, deixam cá a nota, e o Português fica contente.
Mas aqui venho falar do estrangeiro que vê oportunidade, oportunidade essa que é a de buscar uma nova vida. Falo de pessoas que vêm em busca de uma vida melhor, porque no seu País não têm condições para ficar.
Conheci o Jonas no Terreiro do Paço, e observei as esculturas deste senhor brasileiro. Fiquei curioso e tive de saber mais sobre a sua vida. Viveu 14 anos nos Estados Unidos, onde era pedreiro. Emigrou para Portugal e há mais de um ano que faz esculturas a partir da areia da praia do rio do Tejo.
Ao andar no Terreiro do Paço,
encontra-se uma praia.
Lá,
Um senhor morenaço
a fazer o que quer da areia.
É o homem do Brasil
e faz parte dos muitos que vêm para Portugal.
Mas este tem outra visão,
Uma diferente ocupação,
E um coração.
Trabalha ao nascer do Sol
e trabalha ao nascer da Lua.
Com Calma,
levando o seu tempo,
Deixa que a sua alma
Faça das suas.
Tigres, Elefantes e Rinocerontes
bebem a água do Tejo
e encantam os transeuntes.
Este senhor apenas pede que cuidem do ambiente,
para que os seus animais possam beber água do rio livremente.
Muito é o dinheiro,
mais que um pedreiro,
ganho em Portugal.
Turista vem para gastar,
mas este turista vem para ganhar.
É a oportunidade,
vista por poucos,
que espanta os ocos,
pouco corajosos,
e cheios de ilusão.
Mas para aquele que observa,
é tudo tão fácil,
como fazer esculturas da alma e do coração.
Não é normal,
nem é convenção,
que alguém olhe para a praia do Tejo,
e veja um ganha-pão.
Ainda menos o é,
que seja profissão,
e ainda menos o é que seja de sol a sol com praia e diversão.
A fortuna não parece ser para os ocos,
mas sim para os poucos,
que vivendo com pouco
vêem muito.
Ainda que não peça dinheiro, as pessoas dão moedas ao ficarem surpreendidas com as suas esculturas. Mas o pedido deste senhor é diferente: "Espero que estejam a gostar, mas por favor lembrem-se! Nós partilhamos o mundo com maravilhosas criaturas e crianças. Ajudem a mantê-lo limpo e seguro para todos! Obrigado!"
Ver tudo isto fez-me escrever:
Quando vejo os outros,
vejo o mar de possibilidades à minha frente.
Se um homem é pescador,
também eu o posso ser.
Se um homem é CEO,
também eu o posso ser,
especialmente da minha vida.
Vivo num mundo em que trabalhar
é fazer muito dinheiro,
é trabalhar muito
fazendo o que não se gosta,
é chegar a casa cansado
sem tempo para fazer o que se gosta.
É fazer o que se gosta ao fim-de-semana,
e nas poucas férias.
É trabalhar para reformar,
o mais cedo possível.
Mas isto já não é o meu mundo.
Eu não me reformo.
Eu trabalho todos os dias,
porque gosto do que faço,
e o que faço,
não é considerado considerável,
nem trás muito dinheiro à casa,
mas ser feliz,
trás tudo a esta casa.
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