10 Vantagens de estudar em Lisboa!

Publicado por flag-pt Ana Carolina Helena — há 2 anos

Blogue: Senhora Lisboa
Etiquetas: flag-pt Blogue Erasmus Lisboa, Lisboa, Portugal

Inspirada nos posts semelhantes que fiz para Milão, lembrei-me que poderia ser boa ideia escrever/ fazer algo semelhante para Lisboa, já que pode ser útil a muitos estudantes que ponderam ou estão mesmo com viagem marcada para um Erasmus em Lisboa.

Depois de 3 anos a estudar na capital, e 2 a viver num apartamento partilhado com outras colegas bem no centro da cidade, julgo ter recolhido informação mais do que suficiente para poder dar uma opinião bem consolidada sobre Lisboa.

Nota: já escrevi um outro post sobre as particularidades positivas da cidade; este post vai focar-se mais nas vantagens do mundo universitário, coisas que notei, por exemplo quando finalmente experimentei outros mundos, por exemplo. A faculdade que frequentei em Lisboa foi a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e possivelmente as minhas impressões serão mais baseadas nesta experiência, embora alguns, senão a maioria dos pontos, serão muito comuns à realidade universitária lisboeta, no geral.

Aqui vamos nós!

1. As cantinas são baratas

Em Lisboa, praticamente todos os pólos universitários têm uma cantina associada. As faculdade pública, a Universidade de Lisboa e todas as Faculdades que lhe estão associadas têm opções bastante baratas nas imediações de todos os edifícios.

Por exemplo, na Faculdade de Arquitectura, que fica situada no Pólo da Ajuda, existe uma cantina, onde por 2, 5€ é possível almoçar com direito a sopa, prato principal e sobremesa. A comida nem sempre é fabulosa, mas é uma excelente opção para quem não tem tempo para cozinhar ou por algum motivo não teve um espacinho no dia anterior para organizar marmitas.

Estes espaços são locais acolhedores, que muitas vezes estão inclusivamente abertos durante um período alargado de tempo, de modo a que independentemente da hora de almoço dos estudantes, estes possam sempre encontar comida. Na maioria dos casos, basta apresentar o cartão de aluno para poder ter acesso a estes preços.

2. O alojamento é barato e simpático

Apesar de ser a cidade capital, Lisboa mantém preços bastante razoáveis no que diz respeito ao alojamento. Ainda são poucas as universidades que têm as suas próprias residências, mas a própria cidade gera naturalmente a oferta necessária para o número de estudantes que todos os anos chegam à capital.

Algumas partes da cidade são de evitar no que ao alojamento diz respeito por se situarem nos eixos comerciais da cidade ou em zonas muito turísticas, mas de resto os preços são muito, muito razoáveis e praticamente sempre seguros.

No meu caso, vivi durante 2 anos numa casa partilhada com outras duas raparigas no bairro de Alcântara, bem perto da minha faculdade (a cerca de 10/15 minutos de autocarro). A experiência foi boa, pois o bairro é muito tranquilo e pacato, maioritariamente habitado por estudantes e casais na terceira idade. Nas proximidades, tinha tudo o que precisava e para além do autocarro, podia também apanhar o eléctrico (o que era uma verdadeira delícia). Da janela da minha cozinha, podia ver ao longe o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, dois importantes monumentos lisboetas, já bem perto do rio, o Rio Tejo.

Tinha um quarto só para mim, que funcionava quase como um pequeno estúdio já que estava dividido em dois: dum lado tinha o meu quarto e do outro uma área de trabalho só para mim, tendo apenas de partilhar a casa-de-banho e a cozinha. O apartamento não era muito grande mas o suficiente para mim, num edifício de 1910 bem tradicional e ao estilo lisboeta. Por tudo isto pagava 180€ + despesas / mês.

Por vezes noto que cobram preços ligeiramente mais altos aos estudantes de Erasmus, mas há formas de contornar esta situação. Nas faculdades, geralmente, existe um quadro onde alguns propritários locais deixam anúncios, os preços costumam ser mais em conta do que o que se encontra na internet.

Outra boa ideia, para aqueles que querem chegar a Lisboa com a certeza de que já têm o alojamento tratado, é falar online com alguns alunos da Faculdade. Em Lisboa, é muito comum fazer Erasmus, por isso, os alunos estão abertos a partilhar casa com outros estudantes estrangeiros, o que é sempre mais engraçado e promove a troca cultural.

3. Existem muitos espaços onde estudar ao Sol

Lisboa é uma cidade catita e acolhedora, muito habituada ao grande número de estudantes. Um pouco por toda a parte existem parques, cafés e esplanadas ideiais para estudar ao ar-livre e aproveitar o bom tempo que reina em toda a cidade um pouco por todo o ano.

No que a jardins diz respeito existem dois que merecem menção: o Jardim do Campo Grande e o Jardim da Gulbenkian. O Jardim do Campo Grande é um sítio muito acolhedor, recentemente remodelado, bem pertinho da Alameda das Universidades junto ao Campus da Cidade Universitária. Para além da área verde, campos de jogos e bancos, existe um café muito agradável estrategicamente posicionado no meio do lago que anima o local. Recentemente, foi também construído um edifício de apoio ao estudo, onde os alunos se podem abrigar confortavelmente a estudar quando os dias não estão muito convidativos a que isso se possa fazer no exterior. O edifício tem dois pisos, sendo que o de baixo é ocupado por um McDonalds, casas-de-banho e um espaço Internet. Para que não estuda nas imediações, não é nada inacessível também, já que se localiza a menos de 5 minutos a pé da estação de metro do Campo Grande (Linha Verde e Linha Amarela).

Outro parque a que também gostava muito de ir é o Parque da Fundação Gulbenkian. Este é um espaço que é um pequeno sonho para estudantes ligados a áreas artísticas. A Fundação Museu é um dos espaços culturais mais dinâmicos de Lisboa, constantemente com um calendário invejável cheio de exposições a preços reduzidos para estudantes, conferências e eventos. No interior, existe uma biblioteca onde é possível trabalhar em silêncio e um pequeno café com esplanada.

No entanto, nos dias de sol, o melhor mesmo é levar uma toalha e ocupar um dos cantinhos à sombra no verdejante relvado. É um sítio calmo e ao qual muitos outros estuantes recorrem também para estudar para os últimos exames antes das merecidas e grandes férias de Verão. Situa-se nas proximidades da estação de metro de S. Sebastião (Linha Vermelha) mas a partir do Marquês de Pombal também é muito fácil chegar de autocarro.

Podia estar para aqui a nomear eternamente espaços engraçados, mas também faz parte chegar lá e ir descobrindo onde é que os colegas de curso mais gostam de ir e os sítios escondidinhos com vista para o rio.

4. Todas as faculdades têm uma Associação de Estudantes

Cá em Milão ainda não percebi bem como é que funciona esta questão, mas caso existam associações de estudantes não são tão dinâmicas e activas na vida estudantil como em Lisboa.

Praticamente todas as Faculdades têm uma associação de estudantes, isto é, um grupo de alunos voluntários, a quem nos podemos dirigir para resolver algumas questões académicas ou tirar dúvidas. Geralmente, estes grupos têm um papel imprescindível na chegada dos estudantes de Erasmus e garantem que as situações sejam resolvidas de um modo mais informal e baseado na experiência de outros estudantes que já passaram pelo mesmo e por situações semelhantes.

Por vezes, estas Associações organizam mesmo semanas de boas-vindas no início dos anos lectivos para os estudantes que acabam de chegar. É bom saber que há sempre alguém a quem recorrer!

Nas faculdades maiores, onde existem muitos e variados cursos, é ainda comum existirem os Núcleos de Curso, grupos ainda mais específicos responsáveis pelo apoio aos alunos e dinamização de actividades no que ao seu curso específico diz respeito.

A minha experiência diz-me que esta pequena mas significante particularidade facilita a integração dos alunos de Erasmus nos já existentes grupos de colegas dos cursos que irão frequentar e criam um ambiente mais receptivo para quem chega com alguns receios.

5. A comunidade está aberta a estudantes ERASMUS

Os portugueses são por natureza um povo bastante acolhedor e simpático. No geral, a nova geração é muito proeficiente no inglês, não sendo a comunicação uma barreira.

A experiência Erasmus também está muito enraizada na nossa comunidade académica, sendo que bem mais do que metade dos alunos passa seis meses ou um ano numa experiência de mobilidade internacional. Isto torna a comunidade académica bastante aberta e curiosa quanto aos estudantes europeus que escolhem fazer Erasmus em Lisboa.

Pelo menos na minha faculdade, grande parte dos estudantes de Erasmus terá ao longo da sua estadia inúmeras possibilidades de entrar em contacto com estudantes locais, que muitas vezes os convidam para planos de grupo ou para grupos de trabalho.

Neste aspecto, julgo que Lisboa é uma cidade muito mais amiga dos mais tímidos do que Milão, onde estou de momento a fazer Erasmus, por exemplo. Talvez o ambiente informal da cidade e as suas dimensões ajudem, mas sem dúvida que o calor e o ambiente acolhedor criado pelos portugueses ajuda.

6. A maioria dos professores tem um bom nível de inglês

Na maior parte das faculdades, a maioria dos professores fala inglês num nível muito aceitável. Apesar da comunidade doecente estar um pouco envelhecida, têm sido feitos esforços para que o inglês seja a língua de comunicação de modo a evitar situações complicadas, já que o português é uma língua um tanto difícil de aprender, quanto mais de dominar.

Algumas escolas mais vanguardistas, como por exemplo, a Nova Business School (Faculdade de Economia e Gestão) já oferecem Mestrados inteiramente em Inglês. Na minha Universidade, a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, os professores têm sempre a preocupação de perguntar se existem estudantes Erasmus na sala que não conseguem seguir a aula em português. Caso isso se verifique, o professor geralmente dá a aula em Inglês ou vai traduzindo o essencial à medida que a aula avança. No caso de um professor não falar inglês, o aluno é geralmente aconselhado a frequentar a mesma cadeira com outro professor com a capacidade de o fazer.

Muitos dos professores também falam outras línguas como o Francês e o Espanhol. Visto que a maior parte dos professores se encontra na casa dos 50/60 anos, e na altura em que frequentaram o Ensino Secundário a língua estudada ser o Francês, muitos são também bastante desenrascados nessa língua. Já vi professores na minha faculdade a fazer exames em Francês!

7. As universidades dinamizam várias actividades extra-curriculares

As Universidades em Lisboa têm vida própria e os alunos têm vontade em contribuir para o dinamismo do local onde estudam. Não me refiro só a festas, mas também a ciclos de conferências, a eventos, a exposições, entre tantos outros.

Passo a dar dois exemplos. Na minha faculdade, todos os anos se realiza uma exposição anual com o trabalho dos alunos que se destacaram nos diferentes anos e nos diferentes cursos leccionados, de modo a que os alunos mais novos tenham uma ideia da progressão esperada e que os alunos do Secundário que visitam as istalações poucos meses antes do ingessso no Ensino Superior possam ter uma ideia mais clara do que é que se faz realmente em cada um dos cursos, de modo a fazerem uma escolha mais consciente e informada.

Outra actividade desenvolvida pela Faculdade é o Ciclo de Conferências. Vários profissionais de várias áreas relacionadas com os cursos leccionados são convidados de tempos a tempos para apresentarem o trabalho que têm desenvolvido e para responderem a perguntas curiosas dos alunos.

Não só é fabuloso para os estudantes locais que conseguem ter uma ideia mais concreta sobre como funciona o mercado de trabalho na área pela qual enverdaram como também me parece extremamente didático para os estudantes Erasmus que têm o prazer de conhecer em primeira mão profissionais portugueses de topo e ficar a conhecer melhor como é que se trabalha no nosso país.

8. Os colegas são hospitaleiros

Os portugueses são por norma muito hospitaleiros. Falo por mim, sempre tive imensa curiosdade pelos alunos Erasmus que estavam inseridos nas minhas turmas. Os portugueses - acho que posso generalizar - são faladores e tendem a querer saber um pouco mais sobre como funcionam as coisas nos países dos novos colegas, o que os motivou a vir para Lisboa e pequenas particularidades sobre a sua forma de trabalhar.

Quanto ao aspecto pessoal, Lisboa é uma cidade que julgo não gorar as expectativas de nenhum estudante. Talvez seja até um pouco o contrário: para quem vem de uma cultura mais fechada, seja um pouco estranho inicialmente, mas a alegria e o dinamismo tornam-se rapidamente contagiantes.

9. A cidade tem uma dimensão acolhedora

Lisboa não é uma cidade nem muito grande nem muito pequena, tem mesmo o tamanho ideal. A grande maioria das coisas é possível fazer a pé, e quando não é, existe sempre o metro que garante acesso a praticamente todas as zonas da cidade de forma bastante eficaz.

Torna-se muito conviniente ter tudo tão próximo de casa, à distância de uma curta caminhada. É também uma cidade que é possível palmilhar e ficar a conhecer em 6 meses - se bem que há muito com que se entreter durante um ano. É possível aceder a grandes áreas verdes e ao mar em menos de meia hora de qualquer ponto da capital, o que é também um ponto muito positivo.

Isto significa também que a grande parte dos colegas vivem a uma distância moderada, criando-se naturalmente uma rede de amizade e inter-ajuda muito útil para quem está longe de casa. Por exemplo, eu sempre vivi no bairro onde a maior parte dos meus colegas também optou por alugar casa. Era extremamente confortável saber que se por acaso estivesse enrascada ou precisásse simplesmente de alguém com quem falar, tinha gente conhecida a poucos passos.

No sentido contrário, no semestre passado, tive também uma colega ucraniana que estava também na minha turma de Urbanismo a viver a poucos metros de mim. Lembro que nos aproximámos bastante e quando por azar a sua máquina de lavar a roupa se avariou, pude ajudá-la permitindo-lhe que a lavásse na minha sem ter de ir gastar dinheiro às lavandarias self-service.

10. É uma cidade com muita luz

Esta é talvez uma das particularidades da qual mais sinto falta de Lisboa: a luz. Há até quem apelide a cidade de Cidade da Luz. Lisboa têm um indíce de radiação solar muito simpático quando comparado com a maioria das restantes capitais europeias, ao longo de todo o ano.

Dizem que se deve a condições particulares das geografia da cidade - que as colinas reflectem a luz, assim como as águas do Tejo. A verdade é que é uma cidade muito alegre e convidativa por este motivo. A luz ajuda muito a evitar estados depressivos e a ter mais vontade de trabalhar e estudar!

É também muito simpático ter uma tarde livre e saber que provavelmente vais haver uma luz agradável para um passeio de fim de tarde no parque. Devido à sua latitude, nem mesmo no Inverno, existem horas de sol tão reduzidas como noutras cidades mais a Norte.


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