Decolando
Voar pela primeira vez é uma experiência extremamente tensa. Eu nunca tinha pego um avião na vida, então voar pela primeira vez para um país que eu não conhecia sem ninguém para me auxiliar no caminho parecia muita coisa. E de fato, o percurso, às vezes, é estressante, mas no final foi muito boa a experiência.
Foto tirada do Aeroporto de Madrid
Primeiro, tem a família que te leva no aeroporto, essa sem sombra de dúvida é a pior parte. Não bastasse toda a pressão de estar indo para muito longe pela primeira vez, ainda tem a pressão de que o avião pode cair e você pode nunca mais ver seus familiares. Na minha despedida no aeroporto, foram minha mãe, meu padrasto, meu melhor amigo e meu namorado. E foi de partir o coração, eu estava me segurando para não escorregar na manteiga e começar a chorar, mas não deu. Quando meu melhor amigo me entregou o presente de despedida, um pingente com o globo mundial e um avião, eu não consegui me segurar e comecei a chorar, mas estava feliz que foi com ele que eu comecei a chorar, podia parecer triste se fosse com minha mãe. Pelo menos, eu sabia que ele conseguia segurar a onda e saber tudo que estava se passando, a emoção da aventura que estava pela frente com a saudade que ficava para trás.
Depois veio a minha mãe, que estava morrendo de dores de parto, dores de deixar o filho sair do ninho. Ao mesmo tempo em que ele estava feliz que eu estava indo para uma aventura nova, ir estudar, aprimorar meus conhecimentos e conhecer um mundo diferente, ela estava com muito medo por me deixar ir para um lugar onde ela não teria como me proteger, onde eu estaria indefeso e sozinho. Imagino que deva ter sido o momento mais difícil para ela desde que eu nasci, mas ela enfrentou com coragem e se manteve fiel as suas preces para que Deus me protegesse, dizem que não existe nada mais forte que prece de mãe.
Minha mãe se despedindo no Aeroporto do Rio de Janeiro
Depois de me despedir da minha mãe tive uma breve despedida com meu padrasto e pedi para ele tomar conta da minha mãe, eles tinham acabado de se casar fazia um mês, e acredito que depois do meu discurso nós dois tenhamos ficado ainda mais próximos. Agora ele sabe como ele é importante para a minha mãe e consequentemente para mim.
E por fim, eu me despedi do meu namorado, foi um pouco doloroso e eu tinha um misto de culpa com felicidade. Me sentia culpado por ter começado um relacionamento sabendo que eu ia ficar 6 meses longe, mas ainda estava feliz por ele ter a coragem de encarar isso junto comigo. Eu lembro de pedir desculpa e de ficar por um bom tempo abraçado com ele, ia ser o nosso último abraço até eu voltar.
Meu namorado se despedindo no Aeroporto do Rio de Janeiro
E então eis que surge a hora de entrar no avião, mas antes claro, minha mãe voltou a me abraçar e me disse no pé do ouvido: “Vai meu filho, segue o seu caminho.” Eu respirei fundo, peguei minha mala de mão e entrei, com o maior medo, mas com a cabeça bem erguida preparado para qualquer coisa. Dali eu passei num lugar para tirar foto e foi estranho porque a foto não estava saindo, tive de me aproximar e acho que acabei colocando a mão na frente da foto, mas foi. Depois saí andando por um longo e exaustivo caminho cheio de lojas posicionadas de forma até inútil, porque eu tinha exatos 30 minutos para chegar no avião, e aquele caminho parecia interminável, e eis que chego no avião, faltando 5 minutos para fechar o portão. Foi um sufoco, mas consegui entrar e me instalar na cadeira e ainda fiz amizade com uma menina bem ao meu lado que era franco-brasileira.
Minha nova amiga já havia feitos várias viagens de avião, então estava acostumada, mas ela ficava rindo porque eu estava muito nervoso com um problema de audição que tenho e a pressão que estava fazendo no meu ouvido. Alguém me falou que a câmara do avião era despressurizada, mas não adiantou nada, eu estava tendo que engolir e mascar chiclete o tempo todo para liberar a pressão no ouvido. Depois que o avião estabilizou parou, e eu estava vivo, vendo logo pela janela as luzes do Rio, mesmo a noite a vista era magnífica.
E assim foi, sem muitas surpresas, o atendimento da Latam era muito bom. As aeromoças eram muito fofas servindo a comida. O banheiro era razoavelmente limpo, apesar de assustar com a descarga que fazia um barulho muito alto. E eles nos deram um fone de ouvido de cortesia, e entregaram uma manta vermelha para o frio que eu não consegui sentir em momento nenhum dentro do avião, ao contrário, estava sentindo bastante calor, mas acho que era devido ao nervoso.
Foto tirada sobre a cidade de Edimburgo
Enfim cheguei a primeira parada, e assim foi o primeiro voo, uma experiência incrível. Não tenho nenhuma dica para deixar sobre essa experiência, acho que ainda preciso voar mais um pouco para virar um expert e começar a dar dicas.
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