ErasmusMilano101: Como escolher o alojamento perfeito?

Publicado por flag-pt Ana Carolina Helena — há 7 anos

Blogue: Dolce Milano
Etiquetas: Conselhos Erasmus

Escolher alojamento numa cidade tão populosa como Milão pode ser uma missão hercúlea. A oferta é enorme, muito diversificada, mas é preciso saber pelo que procurar, ara não ser apanhado num negócio desvantajoso e milionário. Seguindo algumas dicas é possível encontrar um bom ninho ara os próximos seis meses a um ano, sem ter de passar as “passas do Algarve” ou chegar à altura desesperado por ainda não ter onde ficar. Aqui ficam alguns conselhos, especificamente para Milão, se bem que algumas se adaptam às restantes cidades. Vamos daí!

1 – Não pesquisar em cima da hora

Vir para Milão ainda sem uma casa onde ficar pode ser uma ideia muito má. Por cá, os hostels não existem ou se existem os preços são descomunalmente elevados para aquilo que seria de esperar comparado com outros do tipo noutras cidades europeias. Uma semana num hostel ou alojamento local, mesmo que barato, ode equivaler à renda de um mês.

Nada como ir pesquisando online sobre a oferta existente. Eu comecei com cerca de 2 a 3 meses de antecedência e aconselho muito essa medida. Pude falar com imensos proprietários, descobrir as suas manhas – sim, vão tentar fazer com que paguem mais por serem alunos de Erasmus internacionais – e conhecer os valores praticados. Não vim às cegas! Contudo, não transfiram nenhum valor antes de chegar a Milão e conhecerem a pessoa pessoalmente com medo de não conseguir assegurar a casa, isso é frequentemente um esquema para furtar dinheiro.

Não pesquisar em cima da hora também permite considerar mais opções. Por exemplo, quem está interessado em candidatar-se a uma residência, tem de o fazer com cerca de 2 a 3 meses de antecedência sobre pena de não ter lugar – em Milão, os lugares são muito limitados - ou de as inscrições já terem terminado para o ano lectivo que se segue.

2 – Utilizar vários meios de pesquisa

Para além dos tradicionais sites de aluguer – os italianos usam muito o Bakeca e o Subito -, existem uma panóplia de formas que nos podem levar até ao nosso futuro quarto de sonho. Por exemplo, inscrever-se nos grupos do Facebook de estudantes para o destino para que vamos pode ser uma excelente ideia para conhecer ofertas que nunca iriamos encontrar através do site de nenhuma agência. Para Milão, para este ano lectivo, encontrei imensos, basta mesmo só pôr as palavras-chave “Milão”, “housing” ou “affito” – aluguer em italiano – e o complicado será mesmo é saber por onde começar.

Mandar uma mensagem pelas redes sociais para um aluno da Faculdade para onde vamos também ode ser uma bela estratégia. Geralmente, tendem a ser simpáticos e a responder às nossas questões, mesmo às mais básicas. Podem também conhecer algum colega que vá de Erasmus para a vossa cidade e que não se importasse de “trocar” quarto por alguns meses.

A velha maneira de pesquisar nos anúncios de papel também não deve ser descartada. Muitas vezes, é assim que se descobrem as propostas mais baratas, já que muitos proprietários locais ainda não dominam as tecnologias ou sabem que não será preciso mais do que um papelinho para terem logo um rol de chamadas a que acorrer. Aprender palavras-chave em italiano sobre alojamento é essencial: assim, é possível logo descartar as opões que não nos interessem e passar um ar informado na hora de falar com o proprietário de modo a evitar que se aproveitem de nós.

3 – Considerar opções menos tradicionais

Sabias que podias partilhar casa com um sénior, praticar a língua italiana todos os dias e aprender imenso por apenas 250-280€ por mês. Milão é uma cidade gigantesca e extremamente populosa; muitos séniores viram já os seus filhos sair de casa ou têm-nos na faculdade noutras cidades italianas. Resultado: quartos vagos e uma casa à espera de algum buliço novamente. Desde há uns anos para cá, a associação Meglio Milano, dinamiza a comunicação entre estas pessoas e os estudantes, de modo a criar parelhas de co-housing. Pode ser uma óptima opção para quem já domina algum italiano e quer melhorar ou quem já tem um nível relativamente razoável que permita uma conversa tranquila e corrida à hora do jantar. Ponderei experimentar esta opção mas na altura que vim para Milão pedi apenas para ficar um semestre, isto é cinco meses, e a associação pede um período de estadia mínimo de seis, para evitar grande stress e instabilidade aos proprietários. Agora teria sido uma opção que teria posto em cima da mesa!

4 – Perguntar o que está incluído

Outra dica muito importante! Os valores que aparecem nas agências nem sempre trazem todos os valores incluídos. Isto aplica-se particularmente a quem aluga todo o apartamento e não quarto a quarto. Os valores de condomínio são astronómicos em Milão e podem atingir, por exemplo, um terço do valor do aluguer, que já não é propriamente barato nesta cidade. Perguntar se as despesas de água, luz, electricidade e internet estão incluídas também é fulcral, já que isto faz toda a diferença nos valores finais. Confesso que não ter que lidar com essa papelada toda em italiano é a situação ideal, mas nunca permitam que isso seja motivo de aumento na renda. Combinem um valor e estabeleçam-no com o proprietário para os restantes meses. Saber se requer caução ou se o aquecimento está incluído nas despesas condominiais também é outro detalhe de não menos importância.

5 – Regatear o preço

Esta é uma dica que requer cuidado e algum domínio da língua italiana. Os milaneses são italianos do Norte: podem não ser tão sorridentes nem abertos a conversas, mas a sua veia comercial é tão ou mais apurada do que no Sul. É muito provável que lancem para cima da mesa um valor bem mais alto do que aquilo que pediriam normalmente para ver se vocês mordem o isco. Não se deixem ficar e muito polidamente regateiem. Terá de ser com muito cuidado porque se ofendem facilmente e levam logo tudo a peito. O melhor mesmo é fazê-lo ao telefone em vez de frente a frente para evitar o calor do momento. Garanto que eles esquecem qualquer mal- entendido se no fim fizerem o negócio que queriam!

6 – Verificar proximidade a transportes e a serviços

Outra coisa muito importante: Milão não é uma cidade como Lisboa, estende-se para a periferia por quilómetros. O melhor mesmo é encontrar um sítio em que ficar dentro da área metropolitana – a primeira coroa do metropolitano milanês – para evitar custos extra com o passe mensal e garantir que mesmo à noite existem opções para regressar a casa. É uma comodidade impagável ter bons transportes à porta de casa.

Casas em cidades satélite como Lodi ou Pavia são, com certeza, muito mais baratas, mas depois obrigam a mais tempo nos transportes e a um passe mais caro todos os meses. Se ainda não estiveres na cidade, consulta através da aplicação Google Maps quanto tempo demorarias e que transportes terias de apanhar desse local até à tua faculdade. Fá-lo para várias horas do dia. Se já estás pela cidade, experimenta mesmo o percurso e pondera se é fazível todos os dias ou se seria extremamente cansativo e impraticável devido a todo o tempo perdido.

7 – Procurar um ou mais colegas

Procurar casa a 2, 3 ou mesmo 4 pode ser mais fácil do que individualmente, para quem procura preços mais baratos. Se fores com algum colega ou amigo com quem não te importasses de partilhar o quarto, põe essa opção em cima da mesa. Muitos proprietários preferem ver a sua situação resolvida logo toda de uma vez e alugar a casa a um grupo do que terem de estar a repetir a massada do processo quarto a quarto. Em grupo, também é mais fácil procurar já que são mais “mãos na massa”, focadas em encontrar o espaço ideal.

8 – Falar com estudantes da Faculdade

Esta foi uma dica que utilizei. Muito provavelmente a tua faculdade também recebe alunos da faculdade para onde vais. Entrar em contacto com eles pode ser um bom truque para conhecer as especificidades da cidade ou descobrir alguma oportunidade mais “caseira”. A mim, ajudou-me bastante a descobrir que em Milão, por exemplo, caso quisesse manter-me no orçamento definido inicialmente, teria de partilhar o quarto com alguém a tradicional doppia. É sempre reconfortante também ter algumas dicas de quem conhece a realidade bem de perto e de alguém que nos possa ajudar em caso de necessidade com um pouco de italiano ou até quem sabe falar com o proprietário por nós.

9 – Fazer todas as perguntas ao proprietário

Não há que ter medo de ser chato ou maçador! Fazer todas as perguntas, retirar todas as dúvidas agora pode ser a chave para evitar chatices no futuro. Pode ser a diferença entre uma estadia relaxada ou problemas com o senhorio que não se esperavam inicialmente. A que dia se paga a renda? Que despesas estão incluídas? Tenho de avançar com alguma caução? Todas as questões são válidas e deve ser exigida uma resposta não dúbia. A frontalidade e clareza logo desde o início são condição fundamental para uma relação cordial e amigável no futuro próximo. Nada de ter medo!

10 – Ponderar

Tomar decisões em cima do joelho é o pior que se pode fazer. Primeiro, porque a pessoa que nos está a alugar vai perceber que estamos numa situação delicada e com alguma pressa em resolver o assunto e puxar pelo preço. Depois, porque ponderar é a forma de escolher de uma forma mais informada. Reunir todas a propostas em cima da mesa, olhar novamente para todos os detalhes, fazer uma lista de prós e contras para todos os casos. Só assim se encontram os bons preços e se toma uma decisão feliz!


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