De braços abertos para Vigo

Depois de toda a mistura de emoções que te envolvem durante a primeira semana de mudança, eis que finalmente tudo acalma. Porém, é uma calma traiçoeira. Vês-te sozinho/a no teu cantinho, onde não conheces ninguém. É-te ainda difícil compreender a língua. Ainda não tens aulas de todo, ou tens muito poucas e pouco tens para fazer... Conhecer a cidade parece precipitado pois, mesmo que já tenhas um tecto, ainda não tens aquele sítio a que chamas de "tua" casa.

Começa aqui, talvez, uma das fases mais complicadas do Erasmus! É esta a altura em que tens que começar a esforçar-te por conhecer pessoas e sítios, mas é também a altura em que te apetece pegar nas malas, comprar o primeiro bilhete de autocarro/avião/comboio para casa e abraçar todas aquelas pessoas e sítios de que sentes falta.

Não sei se isto se extende à realidade de todos, mas comigo passou-se de uma forma muito muito forte! Parecia que derepente não fazia qualquer tipo de sentido eu estar nesta cidade movimentada, bonita, interessante, culta, a estudar com professores espectaculares. Nada fazia sentido de forma nenhuma! Não queria ler, nem estudar, nem passear, nem nada... tudo parecia desinteressante.

Comecei então a gastar mais dinheiro em chamadas, mas nada acabava com a sensação de falta. Falta de nada específico e falta de tudo ao mesmo tempo.

E foi assim que recebi a visita do meu fantástico namorado e resolvi ir a Portugal! Resolvi revisitar não todas (por falta de oportunidade), mas muitas das pessoas de quem gosto! Fui a uma festinha de Universidade, revi sítios e revivi emoções. Resolvido!

Com uma atitude renovada e muito mais positiva regressei a Vigo e coisas boas começaram a acontecer naturalmente! Foi desnecessária toda a insegurança... porém, necessária para perceber o quão inútil seria continuar a pensar e agir da mesma forma!

Tenho conhecido pessoas espectaculares, aprendido muito em eventos culturais de todo o género, visto paisagens lindas.

É necessário abrir os braços e, sobretudo, a mente para conhecer! A minha mente estava aberta (impossível estar de outra forma), mas os braços insistiam em abraçar fortemente aquilo que deixei temporariamente para trás.

Agora só quero absorver o que Vigo tem de bom para dar! (:

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