Viana do Castelo numa tarde
Viana do Castelo é uma bonita cidade para se passear em qualquer altura do ano.
Foi em Abril que a visitei pela segunda vez, sendo que só esta vez realmente conta para mim, porque da primeira vez tinha cinco ou seis anos, e pouco ou nada me recordo dessa visita.
De qualquer forma, estava um tempo excelente para passear e fiz bem em ter escolhido esta altura.
Como estudo em Braga, há muito tempo que queria conhecer a belíssima região do Noroeste português – o Minho. Já visitei Braga, Esposende, Viana do Castelo, já fui ao Gerês e até mesmo a Caminha, uma das cidades mais interessantes deste circuito. Ali, a proximidade com Espanha já se faz sentir.
Apanhei o comboio na estação e cheguei a Viana do Castelo por volta das duas da tarde. Mesmo através das janelas do comboio, a paisagem era sublime e conseguiu deslumbrar-me. Reparei que era tudo muito verde. Quase parecia ser o pulmão de Portugal.
A viagem correu bem, sem grandes sobressaltos. Tive que trocar de comboio em Nine. Tinha apenas cinco minutos, mas isso não me demoveu a tentar alcançá-lo. Junto às plataformas, hesitei um pouco. Um rapaz lá me disse que não era ali, onde eu me encontrava, mas sim na da frente. Sorri e agradeci-lhe. Acabou por ir na mesma carruagem que eu.
Até ao meu destino, este meio de transporte demorou cerca de uma hora e meia, no seu todo (de Braga a Viana).
Quando saí da bonita e pitoresca estação, senti-me assoberbada pelas imponentes estátuas verdes de dois populares da cidade a dançarem.Envergavam roupas tradicionais, sendo que a senhora até um xaile na cabeça e uma saia rodada possuía. Quis tirar fotografias, mas não fui muito bem-sucedida no começo. Uma rapariga estava a tapar, mas lá acabou por me dar espaço para gravar o meu momento visualmente.
Caminhei um pouco por uma das Avenidas principais. Vi cafés interessantes, como o Café Paris, que parecia antigo.
Continuando sempre em frente, dirigi-me à linha do Rio Lima, que desagua no Oceano Atlântico. Vi um ginásio incrível, com vista para o rio. Vi também cafés e restaurantes em que apetecia entrar e passar um bom bocado.
Aproveitei para ir comer um gelado e senti que foi uma excelente decisão. O dia estava quente para Abril, era mesmo de aproveitar.
Junto ao rio, há uma estátua de ferro um pouco estranha. Talvez representasse o peso libertado de uma qualquer obrigação inútil, mas para mim era apenas ferro. Parecia até um objecto degradado ou deixado ao sabor do vento, mas a arte é assim – subjectiva.
Ainda nessa zona, tive curiosidade em alugar uma das bicicletas ou outros transportes móveis que estavam disponíveis. Por cerca de três euros, poderíamos andar numa espécie de pequeno triciclo para adultos durante meia hora.
Havia uma casa de bifes mais adiante. Fiquei parada a observar o luxo do interior desse restaurante, onde também a francesinha era posta num pedestal.
Tirei bonitas fotografias na zona ribeirinha.
Parei para me sentar, respirar fundo o iodo proveniente do mar, ali bem perto, e fiquei a descansar. Passou por mim um cão, todo animado, que se andava a banhar sob o olhar atento dos seus donos espanhóis.
Até tive a sorte de ouvir algumas crianças a tocarem concertina, divertidos na sua inocência. Foram momentos muito estimulantes, ainda que pacíficos.
Por vezes, um pouco de sol e alguma brisa fresca a bater no rosto é tudo o que precisamos para nos sentirmos felizes…
O misterioso azul da água contrastava com os coloridos barcos que estavam atracados.
Quando me senti satisfeita, caminhei mais um pouco. Detive-me nas máquinas de ginástica ao ar livre, onde aproveitei para praticar um pouco de desporto e rir-me com algumas das minhas acrobacias falhadas. Brinquei um pouco no parque infantil e não me importei minimamente com alguns olhares que pudessem ser reprovadores.
Avistei um pequeno jardim e fui até ele.
Deixei-me encantar pelas flores e árvores cuidadas, pelos canteiros e pássaros inconvenientes, que se metiam entre casais enamorados. Alguns jovens estavam até deitados no chão a apanhar sol, enquanto reformados de meia-idade liam o seu jornal.
Saí dessa área da cidade e fui até ao seu coração – o centro.
Encontrei uma loja vintage, onde não resisti entrar. O letreiro dizia “Venha lanchar à moda antiga”. Pude observar objectos antigos, como sabonetes, jogos para retirar os míticos chocolates Regina, relógios e muita outra parafernália.
O que me chamou mais à atenção foi o tipo de música que estava a tocar, bem como uma placa móvel em que estavam dois jovens sentados num sofá, um homem e uma mulher. Eles pareciam zangados um com o outro, de braços cruzados, com semblantes carregados e as costas voltadas. Em cima, uma pergunta impunha-se “Quem leva o lixo à rua?” e podíamos virar a seta para um ou para o outro. Fiz um pequeno vídeo a brincar com a situação.
Gostei de caminhar sem rumo por essas ruas. Descobri um comércio local bem vivo, uma cidade activa, mas discreta.
Uma pequena barbearia despertou-me a atenção com o seu nome “Be God’s”.
Pude admirar uma outra loja, com uma bicicleta decorada com luzinhas, chamadas “Oito Ou Oitenta” e um cabide como símbolo principal.
À semelhança de Braga, também em Viana se anda um pouco e se vê logo uma Igreja ou um monumento interessante.
Entrei na primeira Igreja que vi nessa zona e o seu interior chocou-me. Era rico e pomposo. Nada indicava isso no exterior sólido, em padra trabalhada e tons brancos.
Entrei numa outra loja, onde encontrei umas calças de fato por apenas cinco euros. Eram de linho, ideias para o Verão, por ser um tecido fresco. Fui experimentá-las, ficaram-me bem e não hesitei em levá-las comigo. O pronto-a-vestir chamava-se “Rótulo”.
Perdi-me mais um pouco pelas ruas, onde avistei um outro lugar interessante, onde se faziam tatuagens e se fazia sentir um ambiente artístico.
Passei por pequenas mesas em disposição de esplanada, vi um pequeno posto de vigia militar centenário.
Entrei no Museu do Traje, mas não cheguei a entrar mesmo. O bilhete de entrada era de apenas um euro, mas tinha outros planos.
Fui até um grande café em que frases de José Saramago impregnavam as paredes. Por algum motivo, estavam em latim.
A zona do centro é especialmente bonita, incluindo a Santa Casa da Misericórdia, riquíssima em detalhes e em grandiosidade arquitectónica.
Contemplei uma estátua interessante, com um casal tonificado. O seu significado escapou-me.
Aproveitei para ir até um supermercado que parecia ter tudo. Comprei uma água de coco e comi um queque de frutos vermelhos com recheio.
Soube-me pela vida. Descansei durante alguns momentos, sentada num banco.
O Sol continuava a brilhar, imponente na sua altitude.
Resolvi ir até ao Santuário de Santa Luzia. Para tal, tive que pagar três euros para me deslocar de funicular (ida e volta).
Foi uma decisão inteligente, porque o Funicular de Santa Luzia era a forma mais rápida de lá chegar, o preço não era elevado, e este funicular é dos maiores da Europa.
Passeei mais um pouco. Fui até ao Shopping Estação Viana que, como o nome indica, fica perto da Estação de Comboios.
Passeei pelas suas lojas, entrei em algumas, e depressa passou o tempo. Aproveitei também para experimentar um “cappuchoc”, uma mistura de cappuccino e chocolate quente. Fiquei novamente energizada.
Quando quis jantar, fui até à Pans & Company. Pedi um menu com pão baguete de pasta de atum, tomate, alface e ovo, batatas fritas pequenas e um sumo natural de laranja. Fui até à zona exterior (de esplanada) para melhor desfrutar da minha refeição. O clima estava perfeito para tal.
Ainda para mais, pude ver o pôr-do-sol com uma vista privilegiada sobre a cidade.
Foi uma tarde muito bem passada em Viana do Castelo, uma cidade deslumbrante onde espero um dia voltar!
- Algo interessante é o facto de a Biblioteca Municipal ter sido construída por Siza Vieira e a Ponte Eiffel ter sido feita por Gustave Eiffel. Não visitei a Biblioteca que, pelo que sei, tem um espeto moderno e futurista.
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