Centro Histórico do Viana do Castelo
Sempre que visito uma cidade nova gosto de conhecer a sua verdadeira natureza.
É por essas e por outras razões que não gosto de seguir um roteiro definido de antemão, pelo menos não na totalidade. Gosto de deixar a maior parte das coisas à margem da espontaneidade. Sendo sincera, se tinha alguma certeza nesta minha visita a Viana, era a de que não poderia deixar passar em branco o seu belíssimo centro nevrálgico.
Não que anda por lá a provar tudo o que é comida típica. Gosto, isso sim, de conhecer as suas ruas, os seus monumentos e as suas gentes. Com estes interesses em mente, um destino inevitável em qualquer viagem que faça é o centro histórico.
É lá que reside a história, onde as lutas antigas dos interesses ancestrais se davam e onde dois desconhecidos do povo pobre se encontravam, namoravam e criaram os nossos ancestrais. Uma cidade histórica como Braga, Porto ou Lisboa tem muita coisa para contar.
Ruas cheias de memórias há muito perdidas, mas que vale sempre a pena tentar recuperar ou.. imaginar.
Não sabia por onde começar. Por isso, o primeiro passo foi pedir a um senhor na Estação de Comboios a disponibilização de um mapa da cidade. Ele foi bastante simpático, levantou-se do seu lugar e foi buscar-nos um mapa colorido e pitoresco da cidade que, nota-se, amava.
Saí da Estação e dei de caras com o primeiro grande monumento da cidade. Imaginem só: a própria estação. Já tinha reparado que o seu interior era peculiar e que merecia um registo mais pausado. Todavia, nada me preparava para o seu interior. Fiz questão de não pesquisar muito sobre a cidade, para ser surpreendido. E fiz bem. A estrutura arquitetónica tem traços comuns na zona norte do país e torna-se um símbolo do que é construir edifícios importantes à minhota.
À sua frente podemos ver uma estátua que simboliza na sua perfeição a gente minhota. Festa de dois bailarinos. Uma dança eterna naqueles seres de pedra. Vestidos à minhota, dançarão para sempre – ou até alguém decidir retirar a estátua… A pequena tem alguns locais onde é possível descansar, apanhar algum sol ou fazer alguns pequenos exercícios. Este último caso foi algo que pude testemunhar, visto que encontrei três jovens a fazer alongamentos para iniciar uma prática de exercício físico.
- Factor importante sobre a esta cidade minhota é o Shopping da cidade, o Shopping Estação,estar anexado à – imaginem – estação da cidade.
Descendo a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, uma grande Avenida que sai da estação, chegamos ao estuário do Rio Lima. A receber-nos está uma praça, Praça da Liberdade para ser mais concreto, onde o seu aspecto mais memorável é um monumento alto e um pouco feio. Tem uma corrente metálica partida, num simbolismo que não ficou muito estético. Contudo, a praça termina nuns pequenos degraus que vão entrando na água e, no meu caso, tornaram-se bancos de repouso. Estávamos a repousar com o sol a dar-nos na face e o som da água quando ouvimos um barulho. Parecia que alguém tinha mergulhado na água. Surpresa das surpresas, tinha mesmo existido um mergulho. Um cão desvairado atirou-se à água como se não existisse outra oportunidade da sua vida para o fazer. Loucura das loucuras, quando veio à tona tinha perdido o açaime. Passou por nós exuberante e nem pareceu dar conta da nossa existência.
O tempo estava agradável e a viagem, apesar de tudo, iria ser curta. Não poderíamos investir muito do nosso tempo ali a olhar para o seu, o rio e a ponte. Dirigimo-nos para um parque verde que está localizado na zona da Marina. A servi-lo está um playground, ou parque de diversões, onde crianças e adultos – no caso – se podem divertir num ambiente saudável e muito pouco característico das grandes cidades. Depois de algumas macacadas no parque reservado a crianças passámos para aquele que está destinado aos adultos. Sim, existe um. Sendo mais específico, posso dizer-vos que era um ginásio ao ar livre. Sempre fui adepta de desporto ao ar livre e, neste momento, até me inscrevi num ginásio com alguma vista e sensação de abertura para a cidade. No entanto, fazer exercício com vista para o rio, apenas verde em nosso redor, e um ar puro para respirar… bem, aproveitar para fazer algum esforço e colocar em ordem alguns músculos.
Seguimos para a Alameda Cinco de Outubro. Uma alameda portuguesa de relevo. À antiga. Manteve os seus traços naturais e resistiu à tentação dos tempos, ao contrário dos casos de Guimarães e Braga.
Rodeados por árvores autóctones e um passeio florido, o caminho para a cidade faz-se com maior prazer, gosto e um sorriso na cara.
Saímos da Alameda e subimos a Rua Gago Coutinho. As lojas típicas e pitorescas fizeram-me parar quase a cada passo e até cheguei mesmo a entrar em algumas. Fiquei seduzida por umas calças pretas mais formais que vi em promoção. Cinco euros! As calças pretas, modelo único, eram o meu número. Fui experimentar, na expectativa de terem algum defeito. Pois bem, elas agora moram no meu guarda-fatos. Que defeito lhes encontrei? Zero! Ao subir cruzámo-nos com a bonita Capela das Malheiras.
O rumo fazíamos seguir caminho para a parte mais conhecida da cidade: Praça da República. Sempre tive curiosidade para ver o histórico e conhecido Chafariz de Viana do Castelo, bem como o antigo Paço do Concelho e até o edifício da Santa Casa Misericórdia e Igreja. Sentei-me na esplanada de um café de decoração interessante, pedi um refresco de laranja e fui granjeada com um belo sumo natural.
Que melhor poderia eu pedir para terminar a minha viagem pelo centro de Viana do Castelo?
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