Uma manhã em Verona

É dia 2 de Novembro.

O frio já se faz sentir pelas ruas e por todo o lado vemos pessoas equipadas com casacos grossos, cachecóis e gorros quentes. Saio de casa com um rumo certo. Adormeci e tenho menos tempo do que o previsto para chegar à Faculdade, mas penso ter tempo suficiente. Vou até ao Polo Zanotto, digito o meu código secreto e pego na bicicleta número 12. Será ela a acompanhar-me nos próximos quinze minutos até à Via Carlo Montanari, onde será a minha próxima aula.

Ainda é tão cedo... Vejo estudantes apressados e trabalhadores a tentarem chegar a horas. Pedalo com mais força. Um sinal vermelho onde tive que parar fez-me atrasar uns dois ou três minutos. Cruzo as muralhas e entro no portal. Estaciono a bicicleta, avisto o Burger King e sei que cheguei a salvo, o que é uma vitória por si só, pois o trânsito em Verona é caótico.

O professor fala um italiano corrido, quase melódico. Compreendo quase tudo, mas há algumas palavras bem diferentes das portuguesas e tento ver o que significam olhando para o seu contexto. É um desafio mental óptimo!

Saio da aula e resolvo ir a pé para apreciar bem todo o trajeto. Por engano, entro num beco que também chega ao sítio por onde quero passar, mas que não costuma ser passado por mim. Encontro um cão maravilhoso e fico a fazer-lhe festas e a chamá-lo. Ele é tímido e ao fim de algum tempo espreguiça-se e resolve ir embora.

Ao chegar a casa sinto o cheiro de pão fresco e resolvo entrar para beber um cappuccino. Encontro colegas de faculdade, que agradável surpresa!