Uma tarde imperdível!
Por mais ambições que tivesse, nada me iria preparar para esta tarde incrível.
Tudo começou na Arena, onde deixei a minha bicicleta. Resolvi ir até à Piazza dei Signori, um dos pontos do Mercatini di Natale, que não pode faltar nesta época tão especial. A multidão de turistas sorridentes estava tão entusiasmada quanto eu, mas talvez tivesse menos experiência que eu. Consegui cortar por atalhos e cheguei ao meu destino bem depressa. Entrei nas tendas inspiradas no Mercado de Natal alemão e fui comprar alguns presentes. Escolhi peças de vidro, dois anjos com vestes brilhantes. Fiquei feliz com a minha escolha. Esperei que os embrulhassem, com todo o cuidado possível e mais algum. Até agora estão intactos! Missão quase cumprida.
A comida era absolutamente apetitosa, composta por fritelle, cioccolata calda, bolos típicos, vin brulè, queijos e enchidos. Os olhos das crianças estavam brilhantes e até os cães pareciam excitados! Parecia um verdadeiro filme de Natal.
Subindo as escadas do Palácio da Razão, vi uma secção que ainda não conhecia. Parecia uma loja em maior escala, mas era bem mais interessante. Por toda a parte via desenhos, maquetes e presépios feitos só por crianças de escolas primárias da região. Imagens fantásticas que ficarão para outro texto.
Algo me dizia para subir à Torre dei Lamberti neste dia. E assim fiz. Dirigi-me ao balcão para comprar um bilhete, que me ficou a apenas 5 euros (reduzido, por ser estudante)! Dei um passeio pela zona e algo me cai no nariz. É nada mais nada menos que neve! Comecei a ficar contente, mas achava que não iria pegar, pois costumam pôr sal grosso em recintos como aqueles, mas uma pontinha de esperança acendeu-se em mim, quando me apercebi que estava, de facto, muito frio e talvez até pegasse mesmo. Agarrei no meu bilhete com vontade e comecei a subir a montanha de escadas.
Nunca na minha vida havia estado num sítio tão alto, muito menos num que desse para ver toda a cidade e o topo dos seus edifícios a cobrirem-se de neve. Como podem imaginar, foi um momento mágico, que irei reviver muitas vezes, em câmara lenta.
Querendo ver as luzes nocturnas de Verona, resolvi ficar um bom bocado, mesmo os dedos dos meus pés e mãos estando a entorpecer-se. Valia a pena, então fiquei a apreciar a vista daquele átrio. Os sinos tocaram as seis badaladas e senti que talvez fosse melhor descer e aquecer-me em algum lado. A neve estava mesmo a começar a pegar e por toda a parte as pessoas riam e brincavam. Os seus animais pareciam um pouco surpreendidos, mas também gostaram da novidade.
Desci pelo elevador e reparei que alguns centímetros de neve já cobriam o chão. Fui até à Gelataria Venchi, queria algo quente e pouco saudável. Apercebi-me que eram brasileiros e falei com eles em português, acharam piada e acabei por pedir um crepe de chocolate de leite, morangos regados com chocolate e chantilly. Sentei-me, em êxtase. Aquilo tudo tinha tão bom aspecto! Além de ser um local muito bem decorado, com música jazz e boa comida, estava um forno! Comecei a degustar o pitéu, enquanto ouvia um dueto natalício de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong. Digno de um sonho.
Quando ganhei coragem para me juntar às pessoas que percorriam as ruas repletas de neve e a zero graus de temperatura, levantei-me e fui buscar uma bicicleta, que tinha o assento com gelo. Hesitei, mas lá fui. Acabou por ser engraçadíssima a viagem, com neve a ir-me para os olhos, borrões de luz e pessoas espantadas com o meu meio de transporte e roupas todas branquinhas.
- Ao ir para casa, o caminho foi feito entre piadas e bolas de neve atiradas uns aos outros. Umas acertaram, outras falharam.
Mas nenhuma foi tão certeira como a decisão de subir à melhor torre de Verona num dia raro como este!
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