Sons da rua
Sou uma pessoa que gosta de passear. Assumo isso sem qualquer tipo de problemas. Aliás, até sou bastante orgulhosa das conquistas que faço pelas minhas viagens. Algo que tenho vindo a aprender com o tempo, é que temos de ser turistas no lugar em que vivemos. Isto é uma verdade como nenhuma outra, especialmente se nos encontrarmos a viver por um período limitado de tempo numa cidade estrangeira. Por isso, sim, sou uma eterna turista em Verona.
(https://www.tripsavvy.com/common-mistakes-tourists-make-in-italy-1547559)
Gosto muito de fazer sightseeing pela cidade. Ao passar por locais que vemos quase todos os dias com os olhos de um turista, acabamos sempre por ver um detalhe fantástico que se escondida à nossa visão desatenta. Uma pequena estátua que parece segurar um edifício. Um detalhe florido na portada de uma casa. Uma fechadura metálica com a forma de um leão que alguém fez à mão. Tudo é objeto de admiração se o soubermos encarar da forma correta. Foi esta forma de pensar que me levou a parar para ouvir o baterista.
(https://www.city-sightseeing.it/it/city-sightseeing-verona-it/)
Num dos meus passeios pela cidade, decidi atravessar a Piazza delle Erbe e virar à esquerda para a Porta Borsari. Comecei por ouvir um som agitado. Ritmado. Alguém estava a tocar um instrumento nessa rua, algo que sempre apreciei. Segui em frente e identifiquei um grupo de pessoas paradas para ouvir o músico. Estavam mesmo em frente à frente da loja da Yves Saint-Lorent. Este pormenor ganha especial relevância pela sua ironia: o baterista não tinha bateria alguma, mas sim alguns baldes, panelas e coisas consideradas como “lixo” pela maior parte dos mortais. Ele não as viu desse modo. Ele viu-as com potencial para serem algo mais. Um pedaço de arte.
(http://modomeu.com/musica/street-drummers-bateristas-de-rua)
Não tenho o hábito de parar na rua para ouvir os músicos. No entanto, não consegui convencer os pés a seguir até que ele tocasse pelo menos mais uma música. Ele fazia mais harmonia com “lixo” que alguma vez eu seria capaz de fazer com a bateria utilizada pelos The Foo Fighters.
Ele acabou de tocar. Eu bati palmas, feliz de verdade por me ter permitido parar para o ouvir.
Por vezes, são pequenos gestos como estes que nos permitem ter uma essência mais real da cidade onde estamos.
(http://oismaeltictac.blogspot.it/2013/06/banda-homem-lixo_26.html)
Apreciar um pouco da sua arte. Apreciar a sua alma.
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