O acidente

Ainda há pouco tempo vos tinha confessado não perceber de onde vêm as (fracas) aptidões dos condutores em Itália. Tirei a prova dos nove, no Domingo passado.

(https://kbb.sapo.pt/detalhes-noticia/conduzir-em-italia/?ID=676)

Estava a chegar do centro comercial Adigeo, que fica um pouco fora de mão e para onde resolvi ir de shuttle (o autocarro gratuito) quando o evento se deu. Vinha contente porque as decorações natalícias e o próprio espírito de Natal já se faziam sentir! Mal eu sabia o que se viria passar. Curiosamente, a minha paragem seria no Cemitério Monumental. Acabei por sair perto da Porta Vescovo e assim conhecê-la.

Todo o percurso foi acidentado, mas o condutor ia passando resvés campo de Ourique pelas curvas e outros automobilistas (tão confusos quanto ele)... 

Estava distraída com as luzes dos carros, a olhar pela janela, quando sinto um sobressalto e o meu corpo sofre um solavanco forte. As pessoas, incluindo crianças, ficaram muito assustadas, e acabámos por ficar cerca de uma hora e meia à espera que a polícia e uma equipa chegasse, para se averiguar a situação.

Pelo que pude averiguar, eles aprendem as regras, mas simplesmente não as querem seguir. Assim que obtêm a carta de condução "esquecem-se" das regras. Faz falta o civismo e o respeito pelo próximo. Como, supostamente, é difícil obter a aprovação, muitos escolhem aprender com um familiar e amigo, assim propagando ensinamentos falsos e tiques de mau condutor. Não acontece apenas aqui, mas é deveras difícil atravessar-se uma simples passadeira de peões sem se ser abalroado! Cuidado.
Nas estradas, isto é um verdadeiro perigo!

(http://www.dismappa.it/henable-lapp-per-laccesso-dei-disabili-nelle-ztl/)

Se é assim em Verona, não imagino como será em cidades tão cosmopolitas como Milão ou Roma... Já ouvi verdadeiras histórias de terror sobre o trânsito em Nápoles. Sei, por exemplo, que chegam a andar de vespa quatro pessoas (e sem capacete...)

Sinais de trânsito, regras e peões não são mais que obstáculos para o espectacular condutor italiano.

É um salve-se quem puder e não estava nada à espera que assim fosse. É algo que um turista de passagem repara, mas que só um habitante de algum tempo conhece realmente e se habitua, sobrevivendo como pode. E não, não estou a ser alarmista!

Notas de rodapé:

1. Sejam cautelosos, enquanto peões, mas também enquanto condutores. Dêem o exemplo.
2. A ideia do shuttle está boa, em teoria. Mas, na prática, os lugares não são suficientes e deviam ser mais frequentes (neste momento são de hora em hora, apenas algumas vezes).
3. Ponham o cinto de segurança. Pode mesmo ser a diferença entre salvarem a vossa vida e se magoarem a sério!!!

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