Livro por dois euros
No fim das aulas e dos exames tinha gasto algumas dezenas de euros em livros e material escolar.
- Seriam livros que mais tarde não usaria, pois estavam em italiano e eram disciplinas muito específicas, que havia decidido ter.
Um dia, quando estava a sair da minha faculdade, fui interpelada por uma rapariga, que me deu um panfleto vermelho e preto. Normalmente, tenho dois tipos de reações: ou recuso e vou embora, ou aceito o papel e, mais tarde, deito-o ao lixo. Desta vez, tomei um rumo diferente. Escolhi ficar com ele e lê-lo com atenção. Vim a agradecer-me. No papel estavam a descrever um serviço de entrega de livros usados a troco de uma percentagem do seu valor. Fiquei intrigada. Era isso, ou ficar com livros que não iria tornar a abrir, só por motivos de melancolia, muito provavelmente.
Vi a morada no google maps. Era perto da Via Nicola Mazza, onde eu morava.
Peguei nos livros e dirigi-me para lá. Cheguei em menos de dez minutos. Fui atendida por um sujeito antipático, mas eficiente. Recolheu os livros, avaliou-os e pareceu surpreendido. Questionou-me sobre um que, ao que parece, estava numa edição relativamente rara. Respondi-lhe que tinha ido ao sítio do costume, junto à Universidade. Algo se iluminou nele. Pediu-me alguns momentos, levou os livros e voltou com uma senhora. Deram-me 30€ por eles, o que acabou por ser um bom negócio. Habitualmente, iria querer renegociar o valor, argumentar e conseguir um aumento, mas não me preocupei mais. Queria libertar-me do seu peso, literalmente.
À saída, decidi demorar-me por uma das prateleiras. O mei olhar cruzou-se logo com um dos seus títulos "Cercando Alaska", um livro que quero ler há imenso tempo.
Virei-o e deixei a sua contracapa exposta. Custar-me-ia apenas dois módicos euros! Não hesitei e levei-o comigo.
Saí dali satisfeita, com a sensação de missão cumprida e com a perfeita noção de que, por vezes, os panfletos que nos entregam são mais do que bem vindos!
O livro parece ser simples de ler, mas tem algumas piadas mais subtis que só quem fale um bom italiano conseguirá captar. A história, sobre Alaska Young, uma jovem aventureira, cai bem depois de passar tantas horas em aeroportos, entre sítios incríveis. É sempre bom sujeitarmo-nos a leituras em línguas que estamos a tentar aprender, pois, para mim, é um dos melhores métodos, a par com a audição de música nessa mesma língua.
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