Banalidades
Algo curioso é que quase todos os italianos com que me tenho cruzado associam o meu português ou o meu italiano aportuguesado com o equívoco de eu ser espanhola.
Não sei se é por causa das semelhanças entre português e espanhol, se é algo na minha disposição. Mas tem sido recorrente! Em táxis, restaurantes, bares, Universidade… Houve até uma vez em que me perguntaram a minha nacionalidade, disse que era portuguesa e passado algum tempo se referiram a mim como a Espanhola! Como já tinha acontecido algumas vezes, nem sequer os tentei elucidar… Parece que até ao fim do meu programa Erasmus+ terei que lidar com isso. Nada contra a nossa vizinha Espanha, sempre tão solarenga e interessante. Gostava somente que o nosso pequeno país fosse um pouco mais reconhecido, temos tanto para mostrar.
- Ainda ontem, fui a um caffè. Eram cerca de seis horas da tarde, e estava a decorrer o tradicional “aperitivo”. Pedi um “trancio di pizza” a um dos empregados, e devo tê-lo dito de forma estranha, pois fez com ele se assustasse e fosse chamar o dono para supostamente, o acudir com o meu sotaque estranho. O dono perguntou-me, com um sorriso, “parla spagnolo?” e eu disse que sim, relutantemente. Passou o resto do tempo a falar comigo em espanhol, a perguntar-me como estava a ser a minha experiência, a dizer para me sentar e desfrutar do evento. Foi agradável, digamos assim.
Contrariamente, os americanos que conheci pareciam impressionados com Portugal, pois já haviam visitado Lisboa, Sintra e o Douro.
Mais recentemente, fui cortar o cabelo. Escolhi um cabeleireiro que me parecia normal, à primeira vista. Nada de muito sofisticado, achava eu. A senhora pôs-se com truques especiais, cremes e séruns e eu comecei a pensar no que é que me tinha metido. Ela perguntou-me de onde era, eu disse "Portogallo" e ela disse que era um país realmente muito bonito. Perguntei-lhe se já o havia visitado, disse-me que não, mas que tinha feito promessa para ir a Fátima... Paguei 40 euros, fiquei em choque.
- Dica relativamente óbvia: perguntei sempre quando custarão os serviços! Não se fiem no aspecto do espaço.
Falei-lhes um pouco sobre a nossa cultura, trocámos experiência e partilhámos as nossas impressões sobre Verona e Itália, no geral. Achei piada ao americano, que referiu a preferência óbvia dos italianos pela beleza, em relação a tudo o que poderá ser prático. Mas também falámos sobre coisas parvas, como a insistência de colocar “prodotto italiano”em tudo o que é feito cá. Compreendo a intenção de publicitar os seus produtos e tem, de facto, resultado.
Mas chega a ser cómico ler num pacote de manteiga (que aqui se diz “burro”): produto feito apenas com ingredientes italianos.
De qualquer forma, os seus predicados gastronómicos fazem, sem dúvida, com que nós fechemos os olhos a certas idiossincrasias culturais.
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