De que se trata?
Vista dos Museus para a Praça de São Pedro - Setembro de 2016
Os Musei Vaticani são um grande complexo museológico, onde está reunido grande parte do espólio resultante de anos e anos de exercício do Papado o Vaticano e também das inúmeras peças de arte recolhidas ao longo dos séculos.
Ao longo de um percurso longo e detalhado, encontram-se várias salas devotadas aos mais diversos temas: desde a Cultura Egípcia até aos Transportes do Papa, passando pelos Etruscos e pelos frescos de cortar a respiração de Raffaello.
Como chegar?
Os Musei Vaticani têm entrada própria, não coincidente com quem quer visitar livremente a Basílica e a Praça de São Pedro. A entrada faz-se pela lateral direita de quem está virado de frente para a Praça. Para proceder à entrada, é necessário passar pelo sistema de segurança e apresentar os bilhetes previavemente comprados, provando a identididade e a hora.
Pátio Interior - Setembro de 2016
Para chegar ao local através dos transportes públicos de Roma é muito fácil, já que existe uma paragem de metro da linha A - Ottaviani - Musei Vatticani. Não tem mesmo nada que enganar, já que as atracções mais populares estão assinaldas junto aos nomes das estações em qualquer mapa disponível no sistema subterrâneo do metropolitano.
Quanto custa?
O preço de entrada varia consoante os descontos disponíveis para cada faixa etária e função/profissão. Para jovens até aos 25 anos e residentes na União Europeia, o bilhete de ingresso fica a cerca de metade do preço. Paguei 8€ - preços de Setembro de 2016. Para verificar os restantes preços e fazer reservas online, basta consultar o site oficial.
Quando visitar?
Os Musei Vaticani parecem ser uma atracção muito concorrida durante todo o ano. É quase imprescindível fazer marcação, com alguma antecedência, online para evitar horas e horas na fila de espera e depois na bilheteira em si.
Para fazer a marcação basta aceder ao site oficial e escolher o dia e o horário de visita pretendido, indicando já os descontos pretendidos e os nomes dos visitantes. Será necessário fazer prova de identidade à chegada.
Quando visitei os Musei Vaticani, marquei o meu bilhete com cerca de duas semanas de antecedência para o horário mais matutino que pude. Apresentei-me na fila cerca de 45 minutos a meia hora antes da hora marcada para despachar a burocracia da segurança o quanto antes e maximizar o tempo da minha visita.
Eu fiz a minha visita em meados de Setembro e devo dizer que ainda havia muitos visitantes e muitas excursões que por vezes tornam a circulação no interior totalmente insuportável. É necessária muita paciência e alguma concentração para se manter em rota e ler a muita informação disponível.
Juntamente com as minhas companheiras de viagem, aluguei um Audioguia, que custou 6€ - em português de Portugal. Foi uma excelente escolha já que fomos por conta própria e sem guia.
É também uma boa ideia esquematizar logo à partida os museus que se quer mesmo visitar, porque nem todos os espaços estão abertos todos os dias e em todos os horários e ver tudo extensivamente levaria praticamente um dia completo senão mais. No início do percurso, existe um painel multimédia em contante utilização que avisa os visitantes do que é que está aberto e do que é que não está. Depois é só marcar no mapa facultado à entrada os locais a não perder!
Impressões Finais
Multidão - Setembro de 2016
Estava entusiasmadissíma no dia em que visitei os Musei Vaticani. Apesar de ter feito alguma pesquisa previamente, não estava de todo preparada para tudo o que ia ver. Muito menos para todo o tempo dispensado! O que vale é que da parte da tarde, a única coisa que tinhamos prevista era a visita à Basílica e à Praça de São Pedro.
Apresentámo-nos cedo no local, passámos pela segurança em menos de meia hora e dirigimo-nos directamente ao posto onde levantámos o Audioguia previamente comprado e que dividimos amigavelmente entre as três.
Começámos por seguir o percurso sugerido no mapa fornecido e depois passar à frente consoante o nosso tempo disponível e interesse.
Sarcófago do Museu Egípcio - Setembro de 2016
Visitámos, por exemplo, o Museu Egipcío, um dos mais completos espólios desta civilização. Peças trazidas directamente dos territórios em que na Antiguidade se estendia esta bela Civilização. Entre sarcófagos de múmias, objectos funerários, moedas e utensílios quotidianos, há muito para ver, nas várias salas que compõem este espaço e que são o acumular de vários papados.
Galeria das Lápides - Setembro de 2016
Existe também uma enorme galeria, onde se podem ver lápides funerárias de várias culturas, muitas delas em Latim e Grego Antigo, profundamente interessantes para quem se ocupa do estudo desta Civilizações e quer saber um pouco mais sobre os hábitos e costumes sociais praticados pelas mesmas. Na altura em que visitei, estava fechada para restauro mas foi possível vê-la através de um portão e, claro, fotografá-la.
Peça de barro do Museu Etrusco - Setembro de 2016
Outro museu que me agradou bastante e era muito completo - objectos de todos os tipos e de todas as facetas quotidianas - foi o Museu Etrusco. Saber mais sobre esta cultura presente na região da Lazio e que foi contemporânea dos primórdios da Civilização Romana, foi muito interessante e extremamente esclarecedor. As peças eram tantas e tão variadas que quase me senti numa viagem pelo tempo, muito bem informada sobre o funcionamento deste povo. A maior parte destas peças foi encontrada e recolhida das imediações.
Milão pintado no séc.XVI - Setembro de 2016
Outro espaço que também entrou para os meus favoritos foi a Galeria dos Mapas. Em pleno século XVI, decidiu-se, por ordem do Papa da altura, fazer uma recolha cartográfica dos domínios católicos. Muitos locais estão representados, mas em mais pormenor estão as cidades da Península Itália. Na imagem acima aparece Milão, ainda limitado pela cerca espanhola, muito diferente daquilo que existe actualmente.
É um espaço com extremo interesse para Arquitectos, Geógrafos, Historiadores e todos aqueles que sejam apaixonados por viagens. É muito engraçado comparar a situação das cidades à altura e a actual, percebendo quais as que sentiram uma mair evolução e desenvolvimento e aquelas cujo período áureo remete ao Medieval.
Pinturas nas Salas de Raffaello - Setembro de 2016
Seguem-se os fabulosos frescos de Rafaello, conhecidos pelo seu elavado cariz metafórico e pelo rigor de execução. São peças lindíssimas, que merecem ser admiradas com tempo e quiçá perder algum tempo a ler as explicações, disponíveis em várias línguas, que desvendam o papel de todos os elementos. Estas salas são parte constituinte de uma das residências papais e que constituem a ala nova do Vaticano.
Algo que me supreendeu foi a vivacidade com que o céu era representado, extremamente realista e similar ao céu da pradaria toscana que tivemos oportunidade de observar tantas vezes nos dias que se seguiram à nossa visita a Roma.
Rodin no Vaticano - Setembro de 2016
No fim do percurso, mesmo antes do momento porque a maior parte dos visitantes tanto anseia - Capela Sistina - existem várias salas, que muitos saltam ou passam a correr mas que completam de forma bela a colecção com peças modernas e contemporâneas de alguns dos mais famosos pintores e escultores dos últimos 250 anos sensivelmente.
Capela Sistina - Setembro de 2016
Por fim, ainda no percurso interno, faz-se uma fila para entrar à vez na Capela Sistina. É um momento de grande antecipação e excitação. Pedem-nos silêncio e que não tiremos fotografias - esta foi tirada à socapa, pois quis imortalizar o momento. O espaço é lindíssimo e está verdadeiramente bem conservado, contudo, é uma confusão já que tanta gente está no interior e estão constantemente a pedir aos visitantes que circulem, o que limita o tempo no espaço interior.
Ao contrário do que julgava, o altar não é abobadado e as pinturas espalham-se não só pelo tecto mas também pelas paredes, num sistema complexo de histórias bíblicas e da vida dos santos. A maneira ideal de terminar a visita!
Embaixada enviada ao Vaticano - Setembro de 2016
No exterior, e já indo a nossa visita bem longa, ainda visitámos mais dois espaços, um dos quais contendo o espólio dos transportes usados ao longo dos séculos no Vaticano. Gostei particularmente de ver as Embaixadas luxuosas mandadas pelos vários Estados Católicos ao Papa - muitas delas Portuguesas e Espanholas - cheias de elementos e pormenores talhados na madeira, que as tornam peças dignas de perservação, elemento importante para a construção da história desta Cidade-Estado.
Presente estava também o espólio dos Papamóveis, tantas vezes vistos na televisão e tornados populares pelo Papa João Paulo II. Na imagens abaixo, é possível ver um dos primeiros, coisa que eu nem sabia que existia pois na minha existência só me recordava de um, o mais moderno.
Um dos primeiros Papamóveis - Setembro de 2016
Por últimos, fomos conduzidas para um grande espaço comercial, onde é possível comprar todo o tipo de lembranças possíveis e imaginárias do Vaticano, algo que em algumas situações achei excessivo visto que o propósito final da religião Católica não é o consumismo desenfreado. Não comprei nada, já que o meu orçamento estava muito limitado e os preços são um pouco altos - para quem quer muito uma lembrança existem pequenos miminhos a partir de 3/4€, mas os livros, por exemplo, são mais elevados.
A visita durou cerca de 6 horas, mais do que esperávamos inicialmente. Terminei extremamente esfomeada - no interior não existiam muitas opções baratas e as que haviam eram extremamente limitadas. Gostei muito da experiência e fico muito feliz por ter guardado tempo para ela. Uma visita que aconselho a praticamente toda a gente: é uma enorme quantidade de informação, que leva tempo a ser processada mas que com toda a certeza nos deixa mais ricos após.
Escadaria - Setembro de 2016