De um país quase tropical... para o meio da neve!
Começo esta publicação por vos perguntar o que conhecem da Suécia, caso sejam portugueses vivendo em Portugal e nunca lá tendo ido?
No meu caso foi fácil perceber, logo após ter decidido que me queria juntar a um grupo de investigação em Uppsala (uma pequena cidade universitária a cerca de 45min de comboio de Estocolmo), que pouco ou nada sabia sobre a cultura sueca, para meu grande horror e desgraça.
Para além de imaginar um país organizado, com uma pontualidade quase britânica e cuja paisagem seria maioritariamente branca 220 dias por ano, nada sabia sobre a sua cultura, o seu clima propriamente dito ou o seu modo de vida.
A preparação
Assim, comecei por me preparar para o único fator que sabia que iria poder controlar antes da minha partida: o frio.
Para isto, contactei uma amiga que já tinha estado na Suécia e que me indicou que tipo de roupa poderia ser-me útil ao ir para Uppsala.
Enfiando-me em meados de dezembro no El Corte Inglés de Lisboa na secção de neve, lá consegui desenterrar um casaco, calças e botas para a neve que achei que seriam necessárias para a minha grande expedição a um dos países mais a norte da Europa durante os 6 meses em que lá estaria. Comprei também umas calças interiores (nunca tinha ouvido falar delas até entrar naquela secção de compras, desculpem a minha honestidade) e umas camisolas interiores que planeava usar de todas as vezes que saísse à rua (eu sei que vocês não me conhecem, mas cá em Portugal sou das pessoas mais friorentas que existe e não saio à rua sem um casaco, qualquer que seja a estação do ano em que estejamos).
Provida do equipamento básico para combater o frio e sobreviver na neve, juntei também umas luvas novas e uns gorros, não fosse o diabo tecê-las e as minhas luvas e gorros já não estivessem em condições de serem usados, passados os 10 anos que os usara a última vez.
O passo seguinte foi informar-me realmente sobre o que esperar dos suecos quando os conhecesse.
O que percebi da minha pequena pesquisa online foi que os suecos são pessoas muito amigáveis quando precisamos de pedir ajuda ou orientações, mas mais do que isso poderá ser visto como algo demasiado pessoal pelo que não saberão como responder. Não é costume dar dois beijinhos na face ao cumprimentar as pessoas, mesmo para com amigos mais próximos, pelo que um simples aperto de mão será suficiente. São também considerados como pessoas reservadas, não sendo de dar conversa fiada num encontro ocasional de elevador, por exemplo, e são os que melhor falam inglês na Europa, a seguir aos britânicos.
A partida e a chegada
Depressa chegou o dia em que fiz as malas e voei para este país gelado que me metia medo ao mesmo tempo que me fascinava.
No avião, comecei logo por notar à minha volta mais cabeças loiras que o que se costuma ver em Portugal e, ao começar a descer para esta terra gelada, fiquei encantada quando, ao olhar pela janela e ter uma primeira vista sobre o país que me iria acolher, vi uma paisagem repleta de tons cinzentos e brancos…uma autêntica paisagem de natal em pleno Janeiro!
O primeiro contacto com a “vila natal”
Ao sair do avião tomei o meu primeiro contacto com a linguagem deste país da Escandinávia. Claramente que nada percebi ou soube ler propriamente e, não fossem as traduções em inglês por debaixo de cada placa de orientações sobre como sair do aeroporto, lá teria ficado mais tempo retida do que o que devia.
O “chinês” que o sueco me pareceu nestes letreiros
O próximo detalhe que vos quero mesmo contar é que, tal como tinha mais ou menos previsto ao comprar a roupa toda que comprei e que trazia vestida comigo (blusa interior, calças interiores, meias grossíssimas, um polar, calças, luvas e gorro, mais o meu casaco e botas da neve), a primeira sensação que tive ao sair do aeroporto para a rua (de notar que no aeroporto a temperatura era amena) foi que senti como se tivesse entrado numa autêntica arca frigorífica! A temperatura parecia estar a -10 ºC pelo menos, coisa que, como irei contar noutra altura, não era uma aproximação muito real da situação (estavam cerca de -4ºC).
No meu primeiro percurso para Uppsala optei por utilizar o táxi, coisa que compreendi depois ser enormemente mais caro que em Lisboa, por isso peço-vos…por favor não usem táxis na Suécia se forem um estudante como eu, há transportes muito bons, pontuais e práticos que porão usar como alternativa.
A primeira sensação de arca frigorífica e o meu transporte para Uppsala com correspondente vista da praça de táxis
Ao chegar a Uppsala vi-me envolvida por uma cidade ainda decorada com enfeites de natal e com alguns resquícios de neve ainda. Infelizmente, andei muito atarefada a tentar encontrar o hotel onde ia ficar naquela noite e onde era o meu local de trabalho nos dias seguintes, bem como o meu quarto, para que tivesse tempo de captar toda esta magia que Uppsala tinha guardada em si. Ainda assim, consegui encontrar uma foto em que se pode ver o tipo de enfeites que os suecos costumam colocar à janela pela altura do natal.
Enfeites típicos de natal que se podem ver nas janelas das casas na cidade de Uppsala
Quanto aos enfeites que existiam espalhados pela cidade, estes foram tristemente retirados uns 3 ou 4 dias depois de eu ter chegado, mas posso dizer que não podia ter esperado uma melhor recepção de Uppsala!
Irei continuar a escrever sobre tudo o que vi, aprendi e adorei na suécia, em particular na maravilhosa cidade de Uppsala, e espero que possam ler o que escrevo e querer ir visitar este sitío tanto quanto eu o quero voltar a visitar!
Até lá…..hejdå! (“heydou” – como se lê adeus em sueco) ;)
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