Uma universidade de prestigio e qualidade!
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A UPSA, ou Universidad Pontifícia de Salamanca é a universidade na qual permaneci em estudos no segundo semestre do ano letivo de 2016/2017. E este texto vai ser unicamente sobre esta instituição e a minha experiência enquanto estudante nesta universidade.
Sobre a instituição
A Universidad Pontifícia de Salamanca, está situada em Espanha e tal como o nome indica, na cidade de Salamanca, embora possua um outro campus também em Madrid. É uma universidade privada, com vínculo católico e conta com 77 anos de existência. Tem as suas faculdades distribuídas em diversas zonas da cidade, sendo que no polo principal (situado no centro) estão situadas as faculdades de Direito Caónico, de Psicologia, de Informática, de Filosofia, de Teologia e das Ciências da Saúde, enquanto que as faculdades de Comunicação e de Educação, estão localizadas noutros locais da cidade.
A faculdade na qual realizei os meus estudos – Facultad de Comunicación - fica a 30 minutos a pé do polo principal, um pouco já mais afastada do centro da cidade. O que se pode notar na própria estrutura do edifício, que sendo mais recente, já difere um pouco dos edifícios característicos da zona histórica e mais central da cidade.
Processo de mobilidade
Começando pelo processo de mobilidade, posso afirmar que a instituição foi muito prestável, durante todo este processo.
Após o preenchimento dos formulários necessários para a inscrição no programa Erasmus+, e de saber exatamente em que instituição iria realizar os meus estudos, chegou a altura de entrar em contacto com a universidade para dar início ao processo de mobilidade. Devo dizer que surgiram mais obstáculos por parte da minha universidade em Portugal do que propriamente por parte da UPSA. No final, pensei que não tinha sido devidamente informada por parte da minha universidade em como proceder em todo este processo.
Depois de algumas adversidades burocráticas, chegou por fim o momento de viajar para Salamanca. Tal como me foi indicado, dirigi-me ao Gabinete de Relações Internacionais da UPSA, no dia estipulado para este efeito, onde dei conhecimento da minha chegada e me foram fornecidas todas as informações necessárias para o começo das aulas.
Nesse mesmo dia, foi me dito que era necessária a criação de um cartão de estudante, o chamado Carné, que apenas serviria para me dar o estatuto de estudante da UPSA. Isso permitir-me-ia entrar nas bibliotecas da universidade, assim como requisitar livros e usufruir desses mesmos espaços. Essa era, basicamente, a sua única utilidade (para um estudante de Erasmus).
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Este cartão, porém, não é feito na universidade, mas sim no banco Santander (que fica mesmo ao lado do polo principal). Não são necessários quaisquer documentos, exceto o documento comprovativo da identidade do estudante.
No meu caso, foram necessárias várias viagens a pé até ao centro da cidade para tentar obter o cartão. De todas as vezes que me desloquei ao banco (contabilizando seis no total), nunca consegui sair de lá com o carnet na mão.
O problema em questão era que eu não aparecia na base de dados do banco, mesmo estando na base de dados da universidade. Foram estabelecidas comunicações entre o banco e a universidade para tentar solucionar o problema, até que fui informada da necessidade de me dirigir a um outro gabinete da universidade – o Centro de Processamento de Dados. Basicamente, andei para trás e para a frente, entre a universidade e o banco, acabando por desistir de tentar fazer o cartão.
Se me trouxe dificuldades na hora de usar livros para trabalhos e leituras obrigatórias? Sim! Isto porque não tendo o cartão de estudante, não podia entrar na biblioteca principal e apenas podia usufruir dos livros em formato digital, ou então dos livros físicos na biblioteca secundária. Esses não os podia requisitar, tendo assim que os ler apenas dentro da biblioteca.
Assim, aconselho a qualquer um que possa vir a ter o mesmo problema que eu, que tente resolve-lo logo desde início, uma vez que, tal como aconteceu comigo, a pessoa pode sofrer reduções de notas por não ter usado a bibliografia indicada, apenas porque esta só existia na biblioteca e não tinha como o requisitar.
Entretanto, após as aulas começarem, dedicaram um dia ao acolhimento dos alunos de Erasmus, na faculdade onde me encontrava em estudos, como referido anteriormente, na faculdade de comunicação.
Realizou-se então uma reunião, na qual nos foi explicado tudo o que deveríamos saber para o decorrer do semestre. Foi-nos dito que teríamos duas semanas para assistir às cadeiras para então depois procedermos à escolha final das disciplinas que achássemos pertinentes ter, enquanto estivéssemos em Salamanca. Essa reunião foi levada a cabo pelos dois coordenadores de Erasmus da faculdade.
Além da sua simpatia, os dois professores mostraram-se sempre amáveis e prestáveis para a resolução de qualquer problema. Durante a minha estadia, fizeram sempre o possível para as esclarecer da melhor forma, todas as dúvidas que eu tive.
Um ponto fraco a apontar, na minha opinião, são os horários de atendimento, os quais muitas vezes não eram compatíveis com o meu horário de aulas. Como são professores a lecionar naquela faculdade, nem sempre podiam estar no gabinete de atendimento, o qual funcionava apenas da parte da manhã. Assim, como eu tinha aulas sempre de manhã e apenas com intervalos de 10 minutos, não dispunha de muito tempo para me dirigir ao gabinete. Mesmo assim, responderam sempre com brevidade aos e-mails que enviei.
Já no final da minha estadia, foram-me pedidos alguns documentos por parte da minha universidade em Portugal. Após ter comunicado a um dos coordenadores da UPSA que necessitava destes documentos, fiquei feliz por saber que eu não iria intervir no processo tanto quanto seria de esperar e que toda esta gestão seria feita por parte da UPSA.
Qualidade de docentes
Quanto aos docentes, não tenho muitas críticas a fazer se não críticas positivas. Como em todas instituições, há professores mais exigentes que outros e foi-nos dito ao inicio, que seriamos tratados tal como os alunos nacionais, tendo por isso que “dar ao chinelo”. Seguindo esta linha de raciocínio, tive professores que se mostraram mais disponíveis a ajudar em qualquer coisa por ser de Erasmus e não partilhar do mesmo idioma que eles. Por outro lado, também tive professores que não deram tanta atenção a esse aspeto.
Em relação aos restantes funcionários da instituição com os quais tive contacto, não tenho qualquer crítica negativa a fazer pois, sempre foram prestáveis e simpáticos.
Qualidade das infraestruturas
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Relativamente à infraestrutura da faculdade, posso dizer que o edifício reúne todas as condições necessárias ao funcionamento das atividades. E tal, deve-se ao facto de ser um edifício recente e moderno que dispõe de três pisos.
No piso da entrada, encontram-se as salas de aula maiores e muitas delas dispostas como auditórios. No piso inferior, as salas têm uma dimensão mais reduzida, todas elas com os equipamentos necessários e de boa qualidade. É neste piso que se situa também a reprografia, onde cheguei a imprimir imensos trabalhos e onde trabalha uma senhora muito amável.
No 1º piso estão as estações de rádio e televisão, no entanto, não posso revelar muito mais sendo que não visitei este piso.
O bar/cafeteria também com qualidade, não sendo demasiado grande, tem na minha opinião o tamanho ideal para o número de alunos a estudar naquela faculdade.
Um outro ponto a destacar são as placas com indicações dos números das salas e gabinetes dos professores, que estão espalhadas pela faculdade, permitindo uma melhor orientação dentro do edifício para quem não o conhece. Existem também vários plasmas no piso da entrada, que mostram comunicados, avisos, entre outros, facilitando o funcionamento da faculdade. Assim, a informação chega aos alunos de uma forma mais fácil, rápida e sem problemas.
Num outro edifício, ali ao lado, podemos encontrar a biblioteca secundária, que já referi anteriormente e na qual entrei apenas uma vez. Trata-se de um edifício com todas as condições e muita qualidade. Não é uma biblioteca grande, mas parece-me suficiente para o número de alunos que serve ali naquela localização. Tem uma parte de bar, com máquinas com comida e bebidas, tem salas isoladas – que podem ser requisitadas se tivermos o carnet – para um estudo mais sossegado ou para trabalhos de grupo, onde se pode falar à vontade sem estar a incomodar os restantes ocupantes da biblioteca.
Relativamente ao polo principal da UPSA, ainda que não o tenha frequentado muitas vezes, sempre que lá ia, gostava de ficar a admirar a sua fantástica arquitetura da universidade. Todo aquele ambiente medieval e católico que transmite, chama á atenção, além de ser um edifício bonito. Poderei falar mais sobre a arquitetura e ambiente da cidade num próximo post.
Como é estudar na UPSA
Estudar na UPSA é … cansativo. De facto, creio que a palavra que melhor define a experiência de estudar, é precisamente “cansativo”.
A verdade, é que saí de Portugal com uma imagem pré-concebida e estereotipada sobre Erasmus que não foi ao encontro da realidade. A ideia que normalmente se tem da vida de um estudante de Erasmus é que se festeja muito, que se consegue tirar boas notas sem grande esforço e se aproveita imenso a cidade. Infelizmente, esse não foi o meu caso.
Não me vou alargar muito sobre esta parte, porque se dedica apenas a falar de assuntos relacionados com a instituição. Assim, como disse, estudar na UPSA foi cansativo, porque houve uma grande carga de trabalho durante todo o semestre. Em relação ao nível de dificuldade dos outros cursos não posso opinar, pois não os frequentei nem tive suficiente contacto com alunos dos mesmos.
Além de ter escolhido cadeiras apenas de um curso (Marketing y Comunicación), tinha apenas uma de 1º ano e as restantes de 3º. Desta forma, tinha aulas sempre com a mesma turma, exceto na cadeira de 1º ano. Posso já dizer que a minha turma era super pequena! No máximo eramos 12 ou 13, isto na disciplina com mais alunos inscritos.
Por outro lado, tive uma outra na qual somávamos apenas 4 alunos, na medida em que para o trabalho de grupo obrigatório, formámos um só grupo. Não considerei o facto de sermos poucos como algo negativo, muito pelo contrário, que nos permitiu formar uma ligação muito mais próxima. Foram sempre todos muito simpáticos comigo, ajudavam em qualquer coisa que precisasse e se tivesse dúvidas com o idioma eles tentavam sempre explicar.
As disciplinas em si, não tinham um grau de dificuldade grande, se não apenas a quantidade de trabalho, à qual não estava habituada. Tinha, mesmo assim, uma cadeira que achei dificilíssima, pois não tinha bases para poder aprender de maneira mais fácil e rápida. Era uma cadeira que envolvia muita matemática e estatística, áreas nas quais eu não tinha bases, pois acabei o ensino secundário na área das Línguas e Humanidades. Por isso, desde o inicio tive dificuldades em acompanhar o ritmo das aulas. No final, acabei por não conseguir passar á disciplina, ficando com a cadeira equivalente por fazer em Portugal. Às restantes consegui aprovar, devido também ao trabalho semanal ou quinzenal que implicavam.
Quanto a colegas de Erasmus com os quais estabeleci contacto e formei amizade, foram apenas duas italianas. Formei grupo de trabalho com elas para uma cadeira, mas, no entanto, fora do recinto universitário, não mantivemos muito contacto.
Talvez o facto de não ter construído muitas amizades se deva a ser muito introvertida. No entanto, considero que esta experiência me ajudou muito a nível pessoal e sei que fiz boas amizades e estas não serão esquecidas!
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