Gaivotas à janela
Fiz uma amiga inesperada na minha breve passagem pela Polónia. Tudo aconteceu quando me preparava para almoçar. O rumo dos acontecimentos indicava que seria uma refeição não muito diferente de todas as outras.
Foi a fome que me levou à cozinha. Esta frase pode parecer um pouco idiota, mas não é. Não é pelo simples facto de também ter sido a fome a levar a minha nova amiga para o mesmo local. Se bem que, com uma… pequena diferença. Ela chegou pela janela. Mas vamos com calma.
O almoço que preparávamos não precisava de grandes conhecimentos de culinária. Não é preciso ser a vencedora do MasterChef para fazer uma omelete com salsichas. Isto, claro, não para a fazer à minha maneira. Para a servir num restaurante chique talvez nem uma estrela Michelin salve uma omelete com salsichas. Enfim, deixemos a reputação desta refeição para outras andanças e foquemo-nos no essencial: eu ia fazer uma nova amiga.
Estava feliz a passar o meu pitéu da frigideira para o prato quando, ao virar costas para me ir sentar na mesa que já há algum tempo ansiava pela minha companhia, ouço um barulho. Um *baque* na janela. Surpreendida, virei-me.Era a minha nova amiga.
Ela bateu à janela da cozinha. A cozinha ficava no terceiro andar. Como foi isto possível? Eu tenho tendência para fazer amizades com… outras espécies. Uma gaivota branca de bico amarelo deu outra bicada no vidro.Perguntei à minha prima se aquilo era normal. Eu, amante de animais, confesse que ainda estava um pouco estasiada.
“Sim”, respondeu com toda a naturalidade. É costume ela vir aqui pedir comida. O meu instinto olhou para a omelete que tinha acabado de fazer. Arranquei um pouco de salsicha, abri um pouco da janela e, com a mão beijada pelos graus negativos, entreguei um puco de comida quente à minha nova amiga. Ela comeu. Olhou para nós. Bicou o vidro outra vez.
Entusiasmada, tirei um pouco mais. Não estava a ter consciência da mensagem que o meu comportamento passava. A gaivota acabaria por passar ali o almoço todo.Olhava-nos com curiosidade, mas sobretudo com gula. O seu olhar confessava-se “Quero comer todo o teu almoço”. Apesar de ter um olhar bastante compenetrado, não me intimidava tanto como as gaivotas italianas, que mais pareciam polícias a rondar a zona, roubando a comida às pombas e picando-as quando algo que estivessem a fazer não fosse do seu agrado. Estas gaivotas eram calmas e pacíficas.
(https://www.booking.com/hotel/pl/hampton-by-sopot.en-gb.html)
Refeição terminada, pratos vazios e barriga cheia chegou a despedida.
(https://www.tripadvisor.co.uk/Tourism-g274735-Sopot_Pomerania_Province_Northern_Poland-Vacations.html)
Ainda poderia ter a sorte de a encontrar novamente num dos meus passeios da cidade.
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