Senhora do Leste
Praga, uma velha conhecida
Quando cheguei a Praga como estudante Erasmus, em 2011, a capital checa não era nenhuma novidade para mim. Visitara-a por diversas vezes desde 2007, algumas delas por longos períodos - dois, três meses - para estar com a minha ex-namorada, uma menina local. No entanto, dessa vez eu chegava sem bilhete de regresso e meus planos resumiam-se a tornar-me morador de Praga por tanto tempo quanto fosse possível, e o Erasmus representava um importante alicerce no qual me apoiar no primeiro ano. Foi assim que saí do Porto (Portugal), dando adeus e desejando nunca mais voltar.
Mas ao contrário do que as visitas anteriores poderiam indicar, os meus primeiros meses foram tenebrosos. Em primeiro lugar, eu já não tinha nem namorada, nem a sua casa para morar, e em segundo, passar um período descomprometido e de férias noutro país é absolutamente diferente de mudar-se de vez. Apesar de familiar, Praga ainda reservava-me muitas novidades e a cultura checa é tão diferente das minhas bases culturais que agora estou seguro de que nem uma vida inteira me faria estar 100% adaptado e acostumado a ela. Devo referir que, apesar da menção ao Porto, nasci (São Paulo) e cresci (Aracaju) no Brasil.
A chegada
Para quem vai fazer Erasmus, onde quer que seja, por um ano inteiro ou no primeiro semestre do ano letivo, recomendo vivamente que se passe o verão na cidade escolhida, ou o máximo de tempo que for possível antes do início das aulas. Por quê? Há algumas boas razões:
- Ter a possibilidade de desfrutar e conhecer bem a cidade antes da loucura que será a vida Erasmus. Acreditem, após ela começar, dificilmente sairão do "gueto Erasmus" e é muito provável que aconteça algo muito comum: não viver como um local e não misturar-se à cidade profunda. E com isso perde-se uma experiência única e avassaladora.
- Poder fazer amigos locais, praticar o idioma e estabelecer relações que fortaleçam o seu vínculo com a cidade. Isso também possibilita conhecer muitos roteiros à margem do que o ambiente Erasmus oferece.
- Quando a multidão de estudantes Erasmus chegar, em meados de Setembro, vocês já serão "experts" na cidade e nos meandros inerentes à chegada e adaptação de um estrangeiro. Assim, poderão ajudar aos demais, e acreditem, essa parte é extremamente gratificante e vai resultar em grandes amizades.
Fui a Praga no final de Junho e as minhas aulas só começariam em meados de Outubro. Saí do Porto ainda sem ter acabado todos os trabalhos da pós-graduação, deixando para finalizá-los em Praga e enviá-los por e-mail aos professores. Precisei de duas semanas para acabar os três trabalhos pendentes e poder desfrutar do verão.
Mas nem tudo é colorido. As primeiras semanas, sobretudo, foram complicadas e eu sentia a solidão me assolar violentamente. Para quem vai fazer Erasmus em Praga, há uma grande possibilidade de ficar alojado no Kolej Hostivař, um enorme dormitório na periferia sudeste da cidade pertencente à Univerzita Karlova. São dez blocos de apartamentos antigos, de arquitetura tipicamente soviética, cada um com oito andares e cada andar com dez quartos duplos (com banheiro incluído) e uma cozinha partilhada.
Ter estado sozinho em Hostivař não foi muito agradável. Aquelas paredes brancas e todas aquelas portas...parecia que eu estava num manicômio. Foi quando li A Metamorfose, de Kafka, pela primeira vez. Senti-me o próprio Gregor Samsa. Havia alguns estrangeiros que estavam fazendo o curso de checo durante o verão, mas reinava o vazio. Como eu queria conhecer gente local, parecia-me perfeito estar sozinho, mas já nos primeiros dias percebi que levaria algum tempo até me adaptar à cidade e fazer amigos. Os checos, em geral, são pessoas fechadas e demasiado frias. Parecem estar revestidos com um campo de força impenetrável e só após algum tempo conseguimos ganhar a sua confiança. Até lá, é preciso persistir e deixar qualquer vestígio de timidez de lado.
Eu poderia ter optado por viver num apartamento mais próximo ao centro, mas, além de fator econômico (o alojamento em Hostivař custava cerca de 120 euros e é impossível encontrar quarto nalgum apartamento por menos de 200 euros), eu estava disposto a sentir todas as experiências possíveis de uma vida Erasmus, incluindo o pré-Erasmus. E eu não queria morar sozinho. Para mim, tudo só fazia sentido se eu me entregasse ao máximo à sociabilidade e não era nenhum problema dividir quarto com alguém, com o único porém de que não fosse um português ou um brasileiro. Por quê? Ora, porque eu queria que a minha experiência fosse a mais multicultural possível.
Adaptação
Adaptar-se a Praga não foi uma tarefa fácil. Aliás, não foi uma tarefa totalmente concluída. Ela teve várias etapas e aconteceu em diversos ritmos diferentes. Hostivař fica na periferia da cidade, numa área residencial distante do centro turístico e habitada pela classe trabalhadora. Era difícil encontrar alguém que falasse inglês, mesmo dentre os mais jovens, e isso criava uma série de problemas. Rapidamente percebi que ali não faria amigos e que teria de me aventurar pelo centro mesmo. A relação com os locais sempre foi o maior empecilho da minha adaptação e creio que se passe o mesmo com a maior parte das pessoas que vão para lá.
Nas primeiras semanas, o que realmente me possibilitou conhecer os primeiros amigos checos foram os concertos. Sempre estive ligado à música alternativa e underground, nomeadamente ao Punk e aos seus subgêneros. Eu já conhecia alguns bares e clubes que organizavam a cena punk da cidade, sobretudo o mítico Klub 007 Strahov, que existe desde os anos 60 e sempre foi um antro de resistência à ditadura. Mas acabei por encontrar vários locais que ainda não conhecia, como o Café Na Půl Cesty, o Modrá Vopice, o Squat Discentrum, que foi um edifício ocupado na estação de comboio de Žižkov (depois falarei muito desse bairro), o Squat Milada, uma ocupação lendária e carismática de Praga que infelizmente também já não existe, e o Squat Cibulka, que é uma ocupação de aspecto rural no sudoeste de Praga. Nesses locais conheci checos ligados à cena underground da cidade e mais para a frente contarei algumas histórias incríveis sobre isso.
Mas se a postura dos checos não ajudava muito na minha adaptação, o caráter boêmio de Praga compensava. Além disso, ela é relativamente barata, sobretudo para quem é da Europa Ocidental. Com exceção das rendas de quartos e apartamentos, quase todo o resto era mais barato que em Portugal, a começar pelos transportes públicos e pela vida noturna.
Transporte
Um estudante Erasmus com menos de 26 anos pode obter um bilhete trimestral para todas as modalidades do transporte da cidade (tram, ônibus e metro) por 720 coroas, o equivalente a 28 euros. O bilhete mensal custa 10 euros. E não há zonamento! Pode-se usar os transportes por toda a área do município de Praga sem limites. Mas para os maiores de 26 anos o preço já é mais elevado. Eu pagava 550 coroas por um mês.
Havia três possibilidades para se deslocar de Hostivař até ao centro da cidade:
- Por tram (número 22 e 26). Nádraží Hostivař é a paragem terminal do tram e ela fica mesmo em frente ao dormitório. Durante a madrugada há os trams noturnos (número 57 e 59). A viagem de Hostivař ao centro dura entre 30 a 40 minutos. Sim, é muito tempo!E durante a madrugada é preciso ter cuidado com os furtos dentro dos vagões. Nunca vi assaltos, mas há larápios que estão atentos aos estudantes Erasmus, sobretudo os que regressam ao dormitório embriagados e adormecem dentro do tram. Por várias vezes amigos meus foram furtados enquanto dormiam. Eu próprio só não tive a carteira roubada porque uma amiga acordou-me enquanto um rapaz revistava-me os bolsos do casaco. E não adiante muito colocar a carteira nos bolsos das calças, porque os larápios fazem um corte com uma tesoura na altura do bolso e conseguem puxar a carteira ou telefone. Eu vi isso acontecer por duas vezes com a mesma pessoa!
- Por ônibus + metro. Neste caso, é preciso apanhar o ônibus 175 ou 125 junto ao terminal do tram e sair na estação de metro Skalka (linha A, verde). A viagem dura 25 minutos. Durante a madrugada há o ônibus 511 que passava por Muzeum e I.P. Pavlova, duas paragens importantes no centro de Praga, e ia até Hostivař, numa viagem de 45 minutos.
- Por fim, a via mais rápida (mas menos frequente e sem opção noturna), que é por comboio. Junto ao terminal do tram, um pouco escondido atrás de alguma vegetação, há uma estação ferroviária com uma linha cujos comboios saem ou entram em Praga pelo leste. Neste caso não é possível especificar os números, mas a viagem até à estação central, Hlavní Nádraží, dura 15 minutos.
Mas atenção: dormir no tram de madrugada é mesmo perigoso! A foto abaixo mostra o que não se deve fazer. Na ocasião regressávamos de um bar às 5h da manhã e estávamos realmente dormindo. A área do dormitório não é perigosa, mas os furtos acontecem mesmo!
Para informações mais detalhadas, consulte o DPP, que é o site dos transportes de Praga.
Ainda durante o Verão eu fiz um video sobre como chegar de tram ou ônibus ao dormitório e também sobre o interior do mesmo. O video, feito por mim e por dois amigos armênios que viveram em Hostivař durante o verão, foi um pedido dos próprios estudantes Erasmus que ainda não haviam chegado a Praga, como uma forma de serem orientados, mas infelizmente ele já não se encontra disponível no Youtube, podendo, todavia, haver outras versões semelhantes disponíveis online.
Aqui fica uma dica interessante: optem pelo cartão OpenCard, porque além de servir para carregar as mensalidades do transporte, ele também fornece uma série de serviços culturais na cidade, tais como o Jardim Botânico, livrarias e teatros.
Descobrindo Praga
Uma das coisas de que me apercebi rapidamente foi que eu conhecia Praga apenas pelos olhos da minha ex-namorada, ou seja, com raras exceções, tudo o que eu conhecia me fora mostrado por ela, de pubs a parques, de roteiros tutísticos a áreas periféricas. Eu simplesmente me limitava a seguir-lhe os passos. Tanto que os poucos checos que conhecia eram todos amigos dela e estava na hora de mudar tudo isso.
Como referi anteriormente, foi o meu vínculo à música underground que me possibilitou os primeiros passos de adaptação à cidade. Certo dia, durante a minha segunda semana na capital checa, fui sozinho a um concerto no Café Na Půl Cesty (onde todos os concertos eram - e ainda são - gratuitos), e no final deixei-me ficar à saída, sentado numa mesa, solitário, observando as pessoas à minha volta. Até que puxei conversa com um grupo que falava em inglês sobre o Play Fast Or Don't, um festival de Punk, Crust e Grindcore na cidade de Hradec Kralové que eu já havia frequentado por duas oportunidades, em 2008 e 2009. O grupo era formado por um rapaz checo, uma menina búlgara e outra francesa. Kamil, Krista e Marlene, respectivamente. O festival teria lugar em duas semanas e eu praticamente me ofereci para acompanhar-lhes. Desde então, passei a ir esporadicamente com eles a concertos no Klub 007 Strahov, sobretudo com a Marlene, que tinha-me como seu parceiro de concertos. Eles foram os meus primeiros amigos em Praga, embora posteriormente quase não nos encontrávamos.
Eventos e festivais de verão
Há muitos motivos para estar em Praga, seja em que época do ano for. O próprio inverno, extremamente frio, também tem a sua magia ao cobrir Praga com um manto branco (neve). Mas o verão é sempre o verão, principalmente para um sul-americano, um ser dos trópicos, como eu.
Há eventos para todos os gostos e aproveitarei para deixar uma lista de alguns festivais e eventos que eu frequentei ou que aconselho, não apenas em Praga, mas noutras partes da República Checa:
- Bohemian Jazz Festival - acontece todos os anos no mês de Julho e é realizado a céu aberto na Staroměstské náměstí, a praça da Cidade Velha. A República Checa é u grande bastião de Jazz (e Blues). Aliás, um dos mais importantes bastiões do mundo, com longa tradição que remonta às décadas de 20 e 30 do século XX. Há inúmeros clubes em Praga. O meu favorito era o Jazz Republic, que fica na entrada da estação de metro Můstek, no coração da cidade, e tem concertos diários e gratuitos, sempre de grande qualidade. Recomendo vivamente as apresentações de Roman Pokorný & Blue Box Heroes e sobretudo o grande e único Stan The Man. Também merece destaque o International Jazz Festival Prague, que acontece entre Outubro e Novembro.
- Mighty Sounds - Importante festival focado no Street Punk, Hardcore e Ska e que tem lugar em Julho na cidade de Tábor, na Boêmia do Sul, a uma hora e meia de Praga.
- United Islands - Ocorre no final de Junho em vários locais diferentes de Praga e apresenta uma grande variedade de gêneros musicais.
- Rock For People - Foi o primeiro festival de música que frequentei na República Checa, em 2008. Na época, a minha motivação foi a apresentação da banda The Offspring, mas fiquei desiludido com a falta de repertório de álbuns antigos e acabei por curtir mesmo as bandas checas, como Fast Food Orchestra, Sto Zvířat e Kabát. O recinto do evento, na cidade de Hradec Kralové, é um antigo aeroporto com diversos bunkers e alguns deles abrigam palcos, porque o tamanho do festival possibilita que vários concertos aconteçam em simultâneo. Acontece no início de Julho.
- Karlovy Vary International Film Festival - Maior festival de cinema do país, acontece no início de Julho na bela cidade de Karlovy Vary, localizada a 130km de Praga no extremo oeste do país, próximo à feronteira alemã. A cidade é um reduto russo na República Checa. Às vezes dá a impressão de que estamos na Rússia. O festival dura uma semana com exibições em vários locais da cidade e tive a oportunidade de ir lá em 2007 e 2009.
- Gay Pride Parade - Ninguém precisa ser gay para frequentá-lo, basta ter a mente aberta, ser uma pessoa tolerante e ter consciência da importância do reconhecimento pleno dos direitos das minorias e das liberdades individuais. A festa do orgulho gay de Praga acontece em Agosto e conta com uma marcha pela cidade e um festival com música e palestras, ao fim da marcha. Não há qualquer perigo de confrontos com grupos conservadores e homofóbicos, visto que a quantidade das pessoas que participam do evento é grande. É uma festa de cores, fantasias e boa disposição. Tive a oportunidade de participar dele em 2011 e em 2013, quando levei a minha mãe comigo.
- Ladronka - Festival diversificado que tem lugar num parque homônimo localizado no oeste da cidade, atrás da colina de Petřín. O Ladronka não foca apenas na música e tem uma grande variedade de atividades a céu aberto, tais como esportes radicais, danças, equipamentos de lazer infantil, gastronomia, artes marciais, malabarismo, etc.
- FluffFest - Festival de hardcore que tem lugar em Julho em Praga, com bandas nacionais e internacionais, do mundo inteiro.
- Play Fast Or Don't - Eu sei que a grande maioria das pessoas não aprecia música extrema, mas recomendo para quem tem o interesse em novas descobertas e em saber como funciona um evento do it yourself totalmente à margem da indústria fonográfica, mas que conta com a participação de bandas e pessoas do mundo inteiro, como parte do roteiro turístico informal ligado aos festivais musicais alternativos. Para mim é impossível dissociar-me da enorme importância que esse tipo de música tem na minha vida e de todos os horizontes que ela me proporcionou. O PFOD dá destaque a bandas de Hardcore, Crust e Grind com uma abordagem mais polítizada, mais anarquista. É um festival onde se vê mais pessoas com dreadlocks do que com moicanos, e eu até arriscaria dizer que há mais vegetarianos do que pessoas que comem carne, ou pelo menos a quantidade de vegetarianos em termos relativos é muito elevada. Das três oportunidades que tive de ir a esse festival, recordo-me especialmente da última, em 2011, quando fui com o Kamil e a Krista, encontrei um amigo do Porto, dois brasileiros residentes em Londres que estavam a trabalho, vendendo merchandising, e tive o prazer de conhecer os membros da veterana banda brasileira de hardcore Lobotomia, de quem fui guia turístico em Praga alguns dias depois, onde fomos a vários pubs, dormimos todos juntos na mesma cama na casa de uma checa chamada Ala (que se tornaria uma grande amiga minha) e ainda houve tempo para um novo concerto, na saudosa ocupação Discentrum. Esse evento fica marcado como sendo a minha estreia enquanto fotógrafo de concertos, o que se tornaria frequente a partir de então. Infelizmente, todas as fotos desse concerto foram perdidas quando, meses mais tarde, o meu computador foi roubado. Mas falarei sobre isso mais adiante. As minhas recordações desses dias com a banda Lobotomia se tornaram ainda mais preciosas porque menos de dois anos depois o guitarrista Spok, de quem eu ficara muito amigo (junto com o vocalista Marcão), morreu num acidente de carro em São Paulo.
- Obscene Extreme - Este festival é um caso à parte, sem dúvidas. Primeiro por ser o maior festival de música extrema (extrema mesmo!) do mundo. Aliás, ele se tornou tão grande que agora há edições nas Américas, na Ásia e na Austrália. Mas a maior edição continua sendo a que tem lugar na República Checa, mais precisamente na localidade de Trutnov, norte do país. Tudo é exagerado no Obscene Extreme: a extremidade das bandas, a própria quantidade de bandas (69, número escolhido de propósito), a diversidade e qualidade dos merchandisings, o comportamento das pessoas e a variedade de comida. Aliás, para um festival chamado Obscene Extreme e com bandas que falam sobre temas por vezes violentos e cheios de sangue, talvez seja difícil de acreditar que toda a comida do recinto é vegetariana ou vegana. Toda! Foi uma escolha do próprio organizador e também porque há uma grande quantidade de vegetarianos e veganos que frequentam o festival - eu próprio sou um deles, sou vegetariano/vegano há quase 15 anos. Pelo tipo de música e pelo aspecto e escatologia, muita gente também não imagine que seja o festival mais amigável, divertido e pacífico que existe. Não vi uma única briga nas duas edições que frequentei, em 2009 e 2013 e ao contrário de roupas pretas e caras feias, o festival é marcado por fantasias, roupas coloridas e ridículas e minha boa disposição. Eu costumo dizer que o Obscene Extreme é uma espécie de licença para voltarmos a ser crianças durante três dias. Há muita coisa para dizer sobre esse festival incrível, mas vou deixá-los com as fotos que fiz na edição de 2013, e só me alongarei nisto para dizer que foi no último dia do festival, justamente a última banda, chamada Catarro, que me proporcionou a viagem mais surreal e fantástica que fiz na minha vida. Mais para a frente vocês verão.
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