Uma tarde no Porto
Cheguei por volta do meio-dia à rua 24 de Agosto, no Porto. Estavam à minha espera na central de camionagem.
A viagem custou-me seis euros (de Braga até ao Porto), mas durou cerca de apenas quarenta e cinco minutos. O autocarro estava com pressa para ir até Lisboa. Fazia paragens no Porto e em Coimbra. Quando finalmente me livrei do cheiro nauseabundo dos autocarros, apercebi-me que estava um dia maravilhoso na cidade. O sol brilhava por entre as nuvens. Estava até um pouco de calor! Dirigi-me à Avenida da Boavista de carro, onde iria ter uma consulta. De facto, é uma Avenida mesmo muito comprida! Tive alguns momentos de desencontro, não sabendo bem em que edifício era, pois tinham vários números. Quando, por fim, encontrei o local certo, o elevador conseguiu assustar-me. Nunca um elevador havia sido tão rápido a percorrer cinco pisos. E, quando me deixou no quinto, parecia que me queria expulsar com o impacto e barulho que fez. Fiz-lhe a vontade e saí.
Só tinha ido até ali confirmar se era o sítio certo. Ainda faltavam duas horas e meia. Dava mais que tempo para almoçar e até passear junto à marginal marítima. Como adoro o mar, resolvi fazer isso. Levei um pouco de pão de trigo do almoço e comecei a distribuir pelos pombos e gaivotas, que pareciam contentes. Não fui a única a lembrar-me de fazer isso... Também um senhor estava a fazer o mesmo. Parecia uma figura típica portuense, de gabardine cinzenta e cabelo branco comprido, com uma mochila cheia de pão, muito mais bem preparado para o que estava a fazer. Apesar disso, as gaivotas pareciam receosas dele e vinham mais para junto de mim.
- O mar estava bravo, mas o iodotornava fácil perdoar-lhe. Dizem que o iodo faz muito bem, sobretudo aos ossos, às vias respiratórias e à regulação hormonal da tiróide. É sempre bom dar uns passeios junto a ele, sempre que possível.
Alguns imbecis passeavam demasiado junto à rebentação das ondas. Procuravam a "selfie" perfeita em cima de pequenos penhascos. Quando o ser humano é idiota para fazer isso, não se pode admirar quando acontecem pequenos e grandes sustos. O forte do Castelo do Queijo estava mais bonito do que nunca, assim como a Foz, uma das mais belas e nobres zonas do Grande Porto. O forte que vos falo pode ser chamado também de Forte de São Francisco Xavier. Possui dois canhões virados para a zona exterior ao mar, que intimidam quem por ali passa, mais atento. A outros, apenas deslumbra, por se manter como era originalmente, mesmo com o desgaste que a água, mas também o tempo provocam. Foi edificado sobre uma rocha de granito arredondada, e tem o nome de "Castelo do Queijo" por se assemelhar à forma dessa iguaria.
Haviam outras pessoas, mais contidas, que caminhavam com os cães. Estes, estavam felizes de todo. A receita para a felicidade estava completa: pássaros, bom tempo, natureza no seu estado mais puro.
O meu almoço foi digno de reis. Comi um belo bitoque nortenho, com ovo a cavalo sobre um bife de vitela tenro, salada com fartura e batatas fritas, acompanhadas por fiambre e queijo. Retirei o queijo, que não aprecio. Mas, de resto, estava tudo óptimo. Bebi um sumo de laranja natural, na esperança que a vitamina c me ajudasse a absorver melhor o ferro da carne. Isso, e o sabor inigualável de laranjas acabadinhas de ser espremidas. Idiotisses.
Quando as três e meia da tarde chegaram, fui até ao consultório 101, onde já me esperavam. Quando terminou, levei o carro pela autoestrada do Porto até Braga. A hora de ponta já se conseguia vislumbrar. Os condutores, como sempre, estavam impacientes para chegar a casa, fazendo uso das apitadelas e dos sinais de luzes.
Foi um dia muito agradável. O Porto é uma cidade muito bonita, com uma mistura grandiosa de ambientes naturais e cosmopolitas.
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