Experiencia en Politecnico di Milano, Italia de Ana Carolina

No geral, como é que é Politecnico di Milano?

Estou há cerca de 7 meses a fazer Erasmus no Politecnico di Milano. Deixo aqui as minhas ideias, coisas que fui aprendendo e dúvidas, porque julgo que podem ser úteis àqueles que como eu estão a pôr a hipótese também de vir.

O Politécnico não gorou as minhas expectativas. É uma Universidade gigantesca, cheia de de buliço e animação. Tem uma comunidade de alunos muito variada, repleta de gente de todos os pontos de Itália e também de todos os pontos do mundo (cerca de 25% dos estudantes todos os anos são estudantes internacionais).

Tanta gente torna por vezes o ambiente muito informal, contudo, a experiência varia de pólo para pólo. O Politécnico não tem um único Pólo, mas sim vários. Eu estou a estudar no Campus Leonardo, em plena Città Studi, mas há quem esteja em Bovisa, Lecco, Piacenza, Mantova e Como. (E segundo o que já me apercebi falando com outros alunos, são tudo ambientes muito específicos não se podendo generalizar a minha experiência no Campus Leonardo a todos os restantes casos).

É uma Universidade séria, onde se trabalha e que defende condignamente com trabalho e dedicação a sua posição nos rankings internacionais. Aposta fortemente em actividades e oportunidades para toda a comunidade escolar. Apesar de não saber como é possível formar tanta gente ao mesmo tempo, a verdade é que no geral tudo funciona bastante bem.

Posso dizer que não estou desiludida, que tem sido uma experiência positiva e que por aqui tenho encontrado novas oportunidades muito positivas para o meu futuro e para a minha formação enquanto arquitecta.

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Como são as instalações disponíveis?

No Campus Leonardo, o mais antigo e o original, a Faculdade ocupa uma extensão vastíssima (cerca de dois quarteirões e mais de 20 edifícios). Ao início é difícil absorver tanta informação e chegar ao local pretendido sem andar a dar voltas e voltas, mas com o tempo uma pessoa vai-se habituando. (Em caso de dúvida - e isto é uma coisa utilizada pelos próprios estudantes de cá - existe uma aplicação tanto para IOS como para Android, que pode ser descarregada gratuitamente, e que permite saber onde se localiza a sala que procuramos. ).

Existem edifícios específicos para cada curso (por exemplo, Arquitectura, tem um bloco próprio, mas a verdade é que acabamos a ter aulas um pouco por todo o lado). Depois existem uma série de edifícios de apoio e que são meio que partilhados entre todos. Uma das melhores infraestruturas que existe é mesmo o parque em frente à faculdade. A Piazza Leonardo da Vinci foi restruturada recentemente e agora é uma área verde fabulosa. Mal o Sol começou a raiar, passou a ser o sítio ideal para um passeio relaxante entre as aulas ou para um almoço sentado na relva. Também temos centro de cópias, um gabinete de apoio ao aluno, um pólo desportivo e uma zona de bar. O gabinete de apoio ao aluno é uma grande confusão e geralmente é preciso esperar um pedacinho bom para ser atendido. A maior lacuna é mesmo a parte do bar: é uma entidade externa à faculdade e os preços nem sempre são os mais simpáticos. Para o almoço, as opções também são o supermercado e os carrinhos de paninos na rua porque o restaurante que existe na faculdade não é de todo parecido com uma cantina (é mesmo a maior lacuna)!

Qual é a tua opinião acerca dos professores?

Varia muito. O facto de se poder ter aulas em Inglês ou Italiano faz com que tudo varie muito. Até agora não tenho motivos de queixa maior. Tive professores de várias nacionalidades e isso é sempre muito enriquecedor. Acho que é preferível ter aulas em Italiano, até porque no geral o nível de inglês do professores nem sempre é fabuloso. No entanto, nada de medo! Os professores também são simpáticos e sempre dispostos a tirar dúvidas nos finais das aulas e responder aos emails. A relação é um tanto mais informal do que em Portugal (pelo menos na minha faculdade de origem - a Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa).

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As aulas são fáceis em Politecnico di Milano?

Depende. Tendem a dar boas notas caso o aluno se esforce (não existe pudor em dar a nota máxima se assim entenderem). No entanto, não senti que houvesse nem mais nem menos exigência do que aquela a que estava habituada em Lisboa. Acho sim que cá o calendário escolar está mais organizado (no início do semestre recebemos logo a calendarização das entregas e exames), o que me permite levar uma vida mais organizada e conciliar a faculdade com a minha vida pessoal e especialmente com as viagens que tenho feito.

Os exames são geralmente provas orais, se bem que em algumas disciplinas mais técnicas também fazemos testes escritos. Os professores costumam sempre bastante simpáticos e claros quanto à matéria que vai sair.

A Universidade organiza atividades? Se sim, como é que são?

O Politecnico é um grande organização. Estão constantemente a acontecer coisas na faculdade ou com o apoio da mesma. Existe um espaço de exposições com uma pequena área de conferências no piso superior do edifício de Arquitectura e para saber os horários das conferências basta consultar os vários placards cheios de cartazes espalhados um pouco por todo o lado. O Politecnico também se preocupa com o nosso bem estar e com o nosso divertimento e descompressão fora das aulas e organiza iniciativas como a PolimiRun (em colaboração com a Adidas) que mete toda a comunidade escolar a correr 10km entre o Pólo de Bovisa e o Pólo Leonardo no final de Maio. Para os estudantes Erasmus, existe um ESN Politecnico que tem gabinete tanto em Bovisa como em Leonardo e que organiza viagens, noites Tandem, passeios a locais de interesse aqui em Milão e uma iniciativa chamada Tandem in School que visa fazer com que os Erasmus se conheçam entre si e que aprendam a língua italiana de uma maneira informal.

Achas que o ensino é de boa qualidade?

Sim, são! Há rigor e os currículos estão constantemente a adaptar-se às exigências actuais do mercado (coisa que não noto tanto em Lisboa). Apostam fortemente em dar aos alunos conhecimento prático para além do conhecimento teórico, tanto que o Politecnico tem parceria com uma série de empresas nas mais variadas áreas que desenvolvem desafios aos alunos, promovem estágios e/ou vêm fazer aulas/conferências às instalações.

Tens alguma história que possas partilhar?

Há tanta para dizer sobre o Politecnico di Milano que é estranho ficar-me só por aqui! Diria que quando vos dizem que o Politecnico é grande, ele é sempre maior do que o que vocês estão a pensar. Ao início assusta a quantidade de pessoas que estudam no mesmo local, mas com o tempo todos nos vamos habituando e torna-se divertido ter tanta variedade e opção!