Jornadas Milanesas #31.Novembro
Hoje, vou pela primeira vez relatar como é que é um dia típico, aqui por Milão. Sim, porque nem todos os dias são de festa, muito menos de vaigem pelos arredores. Como já disse Milão é um sítio extremamente agradável e cheio de oferta, por isso, mesmo nos dias de maior trabalho e carga horária na faculdade, consigo conciliar com um plano de fim de tarde agradável.
Manhã e as Aulas no Politécnico
Às Quartas-feiras, o meu dia começa às 9h15 no Politécnico. Por acaso, não tive aula porque a cadeira que estou a fazer - History and Theory of the XXI'st Century Architecture - é leccionada por um professor alemão, que só vem a Milão de duas em duas semanas. Professores internacionais aqui por Milão são muito comuns, até porque em Arquitectura é possível escolher o track em Inglês - com aulas leccionadas em inglês - ou o track em italiano - com as aulas leccionadas em italiano. Eu estou a fazer uma mistura de ambos e na minha opinião é a melhor opção para quem já vem com algum domínio do italiano.
Lá porque não tive aula, não quer dizer que não trabalhei para esta cadeira. Estou a fazer um trabalho de grupo sobre uma estação de comboios aqui por Milão e aproveitei para me encontrar com os meus colegas para avançar com o trabalho.
Tarde e continuamos no Politécnico
À tarde, voltei para o Politécnico para mais uma sesão de trabalho. Desta vez uma aula: Laboratorio - isto é, Projecto, para os alunos de Arquitectura. As nossas aulas são muito dinâmicas e divertidas. Ao contrário da Faculdade de Lisboa, em que temos apenas um único professor para a turma, aqui somos acompanhados por equipas multidisciplinares, o que na minha opinião é muito mais divertido já que recebemos opiniões mais diversificadas e originais.
Estou muito contente de ter escolhido fazer Projecto em italiano porque posso ver bem de perto como é que os meus colegas trabalham e, claro, praticar a língua, pois é sempre necessário interagir e trocar algumas impressões.
Noite e um jantar Internacional
Cansados e na certeza de mais uma noite de trabalho, apetecia-nos descansar um pedacinho antes de voltar à carga. Pusemos em hipótese ir ao Old Fashion, discoteca aqui em Milão, próxima da Trienalle, que às Quartas-feiras tem aperitivo por apenas 1€ - recomendo! Contudo, são jantares que costumam demorar, já que é dia de nos encontrarmos com outros estudantes de outros cursos e pôr a conversa em dia.
Como precisávamos mesmo de "atacar" em Projecto depois do jantar, surgiu a ideia de fazermos algo tradicional cá por casa. Em Projecto, eu e outra colega portuguesa fazemos equipa de trabalho com um outro rapaz argentino, de Buenos Aires, muito simpático e a quem já tinhamos prometido comida portuguesa mais do que uma vez.
O resultado final
Ficou decidido. Rumámos ao supermercado mais próximo para comprar os ingredientes necessários. Eu e a minha colega decidimos fazer Bacalhau à Gomes de Sá, um prato tipicamente português, muito saboroso mas que é relativamente rápido de confeccionar e só exige uma frigideira. Talvez daqui a uns dias deixe aqui a receita do nosso Bacalhau improvidado - que claro nem chega aos calcanhares da minha avó - mas que claro, o meu colega argentino apreciou muito.
Como os pais da minha colega portuguesa cá estiveram há poucas semanas, tivemos a sorte de haver bacalhau congelado e demolhado no congelador, o que facilitou o processo, já que até agora ainda não encontrámos nenhum sítio em Milão onde se pudesse comprar esta iguaria salgada.
Tive mesmo só de trazer cebolas, alho-francês, um pacote de leite, algumas batatas e salsa seca (já que no supermercado não havia fresca). Aproveitei para fazer também umas comprinhas para mim já que a fruta estava barata e isso é algo raro por estes lados.
Imagem da geral da mesa com comida portuguesa e argentina
Montar o jantar foi muito animado e permitiu matar algumas saudades da bela cozinha portuguesa. Ficou tudo bastante sujo e usámos praticamente toda a loiça que existe cá por casa, mas valeu bem a pena! O nosso colega argentino não teve tanta sorte como nós, já que or cá não existem muitos dos alimentos que ele precisava, contudo, lá arranjou um plano B: um género de recheio das famosas empanadas. A carne foi confecionada num refugado de pimentos, cebola e cenoura e ficou meio agridoce já que levou um pouco de molho de soja. O ponto alto foi mesmo as batatas no forno com panna e queijo ralado. Uma delícia!
Preparados para jantar
O jantar foi muito animado e divertido. Os nossos outros dois colegas portugueses também participaram e foi bom ver toda a gente reunida à mesa para passar um bom momento. Houve até tempo para bebericar algum vinho do Porto! Lavar a loiça foi chato, mas tudo vale a pena, já que é de aproveitar o facto de conhecermos e trabalharmos com pessoas de todo o mundo ara conhecer melhor novas culturas e sermos pessoas mais informadas. De certeza que é para repetir, da próxima vez com empanadas a sério e uma outra especialidade portuguesa. Há que começar a pensar no próximo prato!
Uma batatas gratinadas no forno, fabulosas, cozinhadas pelo argentino
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