Um final de semana em Marrakesh
Em meados de fevereiro, após um mês de curso em Rabat, quase voltando ao Brasil, decidi passar meu último final de semana no Marrocos na cidade de Marrakesh. A escolha não tinha sido sem motivo, eu estava ansiosa para dizer que "estava para lá de Marrakesh", uma expressão idiomática brasileira que quer dizer que você está bem longe ou bem doida. Mas mais que realizar meu sonho e brincadeira de "estar para lá de Marrakesh", eu me encantei enormemente com a atmosfera do lugar.
Primeiramente, eu fui num mês de clima bem ameno, Fevereiro ainda é inverno no Marrocos, mas peguei Marrakesh com 26 graus celsius de temperatura de dia e 18 à noite. Para mim como carioca, é um clima perfeito. Eu fui com mais cinco amigas e ficamos hospedadas em um hostel chamado Oasis Hostel. Como ficamos todas num mesmo quarto, foi acolhedor, apesar de ser bem simples.
A ida para lá foi um pouco "aventurosa", fomos de trem de Rabat para Marrakesh, nas primeiras estações fomos em pé com bastante aperto, depois conseguimos sentar e aproveitar um pouco a paisagem. Chegando na estação de trem em Marrakesh, conseguimos um táxi e fomos empilhadas até o hostel, chegando à noite. Após fazer o check-in, fomos caminhar até a praça Jamaa al-Fna, o caminho bem escuro e com homens passando com motos. Quem mora no Rio de Janeiro sabe o frio na espinha que dá ao ver dois homens em uma moto, haha, mas lá não aconteceu nada, graças a Deus.
A praça Jamaa al-Fna à noite é um espetáculo à parte. Com várias barracas de comida, artesanato e música, foi como entrar num sonho orientalista. Comemos em uma barraca, e aqui vale o alerta que os atendentes demoram bastante a nos atender e a entregar os pratos. Pelo que entendi é normal por lá te ignorarem, tanto que no dia seguinte fomos a um restaurante à noite nos arredores da praça e a mesma situação se repetiu. De toda forma, comer na praça foi mais gostoso e melhor que comer no restaurante, ainda que nos dois o atendimento tenha sido demorado.
Durante o dia, fomos andar pela medina e pela praça, esta novamente surpreendente com vários homens com animais, a primeira vez que vi najas na vida! Aqui o cuidado, se você tem medo de cobras de tirar fotos das najas, pois para ganhar um dinheiro, os homens responsáveis por elas colocam cobras em seu pescoço e você tem que pagar para ele as tirar! Já na medina, a atração foi negociar e ver os produtos, muito couro curtido naturalmente com aquele cheirinho especial de "camelo morto ao sol de meio dia" como diz o comediante marroquinho Gad Elmaleh. Alguns comerciantes falavam frases em português, a que mais ouvi foi "brasileira pão duro", mas eu não pude aproveitar mais a cidade porque meu banco me fez o "favor" de bloquear meu cartão de crédito e eu tive que voltar logo domingo de manhã e não pude conhecer as outras atrações da cidade, como o Jardim Azul de Marrakesh. Fica a dica de ir com dinheiro suficiente e não esperar que vai conseguir sacar em algum caixa eletrônico o restante.
No resto, Marrakesh me deu de presente a sua incrível vista, um anel de jade que ando sempre com ele para me dar sorte e lembrar do Oriente, pessoas muito simpáticas e a imensa vontade de voltar para aproveitar mais.
Em dois dias, eu comi, comprei e andei com 400 dirhams. 60 dirhams foi a diária do hostel.
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