Como é viver numa residência em Erasmus

Publicado por flag-pt Catarina Serrano — há 6 anos

Blogue: Vida em Iasi
Etiquetas: flag-ro Blogue Erasmus Iasi, Iasi, Romênia

A residência onde me encontro tem alguns estudantes romenos, contudo a esmagadora maioria são alunos de Erasmus, segundo o que os estudantes locais me disseram, só vem para esta residência quem dá dinheiro por fora ou quem é aluno de Erasmus, pois é a melhor de todas, é a C5.

Não sei quantas residências há ao todo, mas onde eu estou há quatro, todas com cinco andares e só a minha com elevador. Segundo o que um rapaz português, que também está cá a fazer erasmus, me disse, é que a residência onde ele está é péssima, super minúscula, sem aquecimeno e com uma casa de banho degradante, quanto a isso não me posso queixar, o meu quarto não é gigante, mas tem o tamanho suficiente, da casa de banho não tenho razões de queixa, a residência tem também um bom aquecimento, visto que passo o tempo todo em calças de pijama e sutiã desportivo.

Vou falar de alguns tópicos acerca da residência e da experiência que tenho tido.

Colegas de quarto

Um quarto dá para 3 estudantes, no meu estou eu, a Carolina e mais ninguém, pois tivemos uns problemas com a nossa antiga companheira de quarto e decidimos mudar-nos para outro, por sorte fomos para um completamente desocupado, com a condição de que se aparecesse alguma aluna nova, ela viria para aqui, no entanto, já passou mais de um mês e não me parece que vá aparecer alguém. O ideal é dividir o quarto só com uma pessoa, duas já é demais.

Colegas de piso

Quanto aos meus colegas de piso, os meus vizinhos dos quartos ao lado, tem sido bastante difícil conviver com eles. Eu entendo que isto seja uma residência, ainda mais cheia de pessoas em Erasmus, mas há limites. Eu tolero fazerem barulho até à meia noite, mas depois disso já acho um abuso e uma falta de respeito para com as outras pessoas que estão a tentar descansar. Já aconteceu várias vezes serem duas da manhã e os espanhóis andarem aos gritos no corredor, gritos a plenos pulmões. Hoje foi um absurdo autêntico, para além de terem gritado às duas da manhã, também começaram a gritar às 6 da manhã, foi ridículo. Eu acordei com os gritos deles e levantei-me logo da cama para ir ao corredor mandá-los para o inferno e ir chamar o segurança, mas ele já lá estava, aposto que ele próprio ouvio os gritos lá de baixo, os guinchos deles devem-se ter feito ouvir por toda a residência.

Como há várias pessoas de países diferentes num só espaço, é preciso ter bastante cuidado, pois não sabemos como é a cultura de onde vêm e o tipo de comportamento que podemos ter com eles, aprendi isso agora, pois ando a ter alguns problemas com um dos meus colegas de residência. Ele é jordano e quando ele disse isso eu não liguei, fui simpática com ele como teria sido se fosse um francês ou um chinês. Ultimamente ele tem me perseguido na residência, controla as minhas saídas do quarto, pois deixa a porta do quarto dele aberta para me ouvir e vir ter comigo quando eu saio. Disse-me que quer ser o meu único amigo e eu achei aquilo muito estranho, por isso falei com o meu pai e ele disse-me para eu ter muito cuidado, pois ele vem de um país árabe, onde vêem as mulheres como objetos e ele neste momento acha que eu sou dele, isto apenas por eu ter sido simpática com ele.

Cozinha

Eu sempre fui educada a ser cívica quando me encontrasse em convivência no mesmo espaço que outras pessoas, é uma questão de respeito pelos outros, mas nem toda a gente é como eu. Há, inclusivamente, um papel afixado na cozinha que diz "os teus hábitos refletem quem és, por isso limpa e arruma aquilo que sujas e tiras do sítio". As pessoas do meu piso vão à cozinha, usam a loiça e deixam-na toda suja, assim como os lavatórios, pois em vez de deitarem a comida para o lixo, o que fazem é entupir os lavatórios com ela, quero ir lavar a loiça e está aquilo tudo imundo. Deixam ovos cair no chão, por exemplo, e não limpam. Tudo bem que há uma empregada que vai lá lavar o chão e o balcão todos os dias de manhã, mas o que é que custa limpar aquilo? Outras pessoas vão cozinhar entretanto e vão ter que  circular com cuidado para não pisar o ovo espalmado no chão. Eu não sei, eu faço de tudo para limpar aquilo que sujo, acho mesmo uma falta de respeito deixarem a cozinha no estado que deixam, falta civismo em muitas pessoas.

Seguranças

Há três seguranças, vão fazendo turnos e alternando entre eles, a residência nunca fica sem vigilância, nem mesmo durante a noite, por um lado é mau, porque queria que a minha melhor amiga me viesse visitar e poder oferecer-lhe estadia, mas por outro lado é bom, pois quando ocorrem os ataques de histerismo dos espanhóis posso sempre ir chamá-los ou eles mesmos ouvem e vêm resolver o problema sem ninguém os chamar. Não sei como fazem, mas eles sabem quem são todas as pessoas que vivem aqui e podem entrar, caso não seja um residente desta residência, tem que deixar um documento de identificação com eles e sair até às 23 horas.


Comentários (1 comentários)

  • flag- João Paulo Quinhas há 6 anos

    Boa noite Catarina!
    Parabéns pelo texto!
    Sou teu seguidor no instagram e sempre gostei do que lá escreves!
    És muito bonita, tens um sentido de humor muito apurado e fiquei conquistado pela qualidade da tua escrita!
    Acabei por ter curiosidade em ler o teu blog e ainda bem que o fiz, pois acho mesmo que tens um dom para a escrita!

    Espero que ganhes este concurso e se para isso eu puder ajudar, ganhaste um leitor fiel, a partir de hoje.

    Boa sorte aí na Roménia!

    João Paulo Quinhas

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