8/1/18 Avaliação à unidade curricular "Como ser um paraplégico"
Era a nossa avaliação a uma unidade curricular fabulosa, aquela à qual gosto de chamar "como ser um paraplégico", a professora disse-nos que a avaliação seria prática, aquilo que fazíamos nas aulas seria aquilo que iríamos ter que fazer no momento de avaliação, confesso que estava nervosa, nunca faço nada nas aulas, porque acho ridículo ter que fingir ser uma paraplégica e hemiplegica. A professora fez dessa aula uma aula de revisões na qual mostrou tudo o que tínhamos feito até aquele momento, só seríamos avaliadas no final e enquanto ela demonstrava, uma rapariga da turma meteu-se, não só à nossa frente, mas à frente de mais duas outras pessoas, então eu passei-me e comecei a reclamar em português, é uma das vantagens de estar fora, posso falar o que quiser na minha língua e ninguém percebe. Um dos alunos pediu-lhe que ela saísse da frente e a idiota virou-se, fez uma cara de enjoada e continuou à frente, assim que a professora terminou a explicação ela sentou-se, de modo a termos visão completa para a professora e no momento em que a professora voltou a dar uma nova explicação, a maldita voltou a levantar-se e a tapar o nosso campo de visão, parecia que estava a fazer de propósito, ai que ódio.
No final, estava a preparar-me psicologicamente para ter que exemplificar um monte de situações de paraplégicos e a professora só me pede para fazer um exercício, tive que fingir ser uma paraplégica deitada no chão e ter que arranjar forma de conseguir sentar-me na cadeira de rodas, em toda a avaliação eu tive que fazer de paraplegica, já a Carolina, não. A avaliação da Carolina foi ter que me virar numa maca, sendo eu, novamente, a paraplegica.
Depois de todo este espetáculo, a nossa nota foi 18, segundo o meu pai, foi porque eu imitei bem os paraplégicos, muito engraçado.
No final da aula fomos almoçar e a seguir fomos ao supermercado, pois a nossa despensa estava completamente vazia, precisávamos de reabastecer, aproveitei, também, para comprar umas peças de roupa nos saldos.
Eu tenho um problema, não considero que tenha, porque muitas pessoas são assim hoje em dia, mas a Carolina julga que eu sou a única assim, pobre coitada, nao conhece o mundo.
O meu problema é adorar fazer compras, eu vibro quando vou comprar roupa, toda eu me ilumino e desde que estou em Erasmus só fiz compras duas vezes, tenho andado a controlar-me bastante, porque tenho que poupar o dinheiro para as viagens e não têm noção do quanto me tem custado.
A segunda vez que fiz compras foi neste dia, disse à Carolina que ia comprar umas calças e um casaco, a Carolina é tão inocente que acreditou, óbvio que nunca vou só comprar o que digo, acabo sempre por ver mais coisas de que gosto e compro, ela não entende isso, ela quando precisa de alguma coisa vai às compras e só se concentra em encontrar isso, eu não. Vou às compras com o intuito de comprar certas coisas, mas não vou andar com palas nos olhos como os burros, vou ver a loja toda e se gostar de alguma coisa que não estivesse planeada, é claro que vou levar para casa, óbvio. Ela disse "tu não precisas de comprar essa mala rosa", mas é claro que preciso! Como é que vou conjugar os sapatos rosa novos que também comprei? Preciso da mala! Ela não entende, diz que eu não sou normal, pois bem vinda à sociedade consumista que temos.
Ela ia morrendo, andou durante duas horas com cara de quem estava a morrer, enquanto eu escolhia roupa e experimentava, aproveitava todos os bancos que encontrava para se sentar, basicamente ela é uma versão feminina do meu pai.
Peço desculpa por todo este texto aborrecido acerca do meu vício por compras.
Faltavam agora 19 dias para voltar a Portugal.
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