5/11/17
Tópicos deste dia:
- Homem que se senta ao meu lado para ler o que eu estava a escrever
- Comboio que se atrasa 1h20 minutos
- Quase morri ao frio
- Viagem sem fim
- Roubar comida aos espanhóis
- Vendaval na cozinha
Homem que se senta ao meu lado para ler o que eu estava a escrever
A espera infernal na sala de espera com cheiro a podre nunca mais chegava ao fim, olhava para o relógio e o ponteiro parecia que andava mais devagar do que o normal, só queria que o tempo passasse para apanhar o comboio e poder dormir. Decidi começar a escrever no meu caderno, é o que faço quando quero que o tempo passe. Estava perdida nos meus pensamentos, quando aparece um rapaz que se senta ao meu lado e fica quase em cima de mim a tentar ler o que eu estava a escrever. Só eu é que não acho isso normal? Estou eu a escrever e aparece um estranho, fica a 5 centímetros de mim, a respirar para cima de mim, a tentar ler o que eu escrevo. Eu acho estranho e bastante incómodo, mas tudo bem, já parei de tentar compreender os comportamentos das pessoas na Roménia. Para não falar que depois se levantava e continuava fixo, em pé, a olhar para o meu caderno, teve este comportamento repetidamente, levantava-se e sentava-se, sempre quase em cima de mim.
Comboio que se atrasa 1h20 minutos
Porque esperar 3 horas pelo próximo comboio não era suficiente, o comboio teve que se atrasar 1h20 minutos. Atrasos de 5 minutos são normais, mas de 1h20 minutos?! Nunca vi tal coisa em Portugal e não é a primeira vez que acontece, em Bucareste já estive num que se atrasou 40 minutos, os comboios da Roménia são péssimos.
Quase morri ao frio
Antes de descobrir que o comboio se ia atrasar, fomos para a linha uns 20 minutos antes, por mim só iamos quando faltassem uns 3 ou 4 minutos, mas a Carolina tem medo de ficar em terra, então vamos sempre quase meia hora antes. Era uma da manhã e estava tanto frio, devia estar temperatura negativa, os meus dedos dos pés estavam congelados, eu nem conseguia falar com o frio que estava, no entanto, ali estava eu ao frio, à espera do comboio 20 minutos antes da hora. Chegou a hora a que era suposto o comboio chegar e não havia sinal dele. Para além dos 20 minutos iniciais, estive mais 20 minutos à espera que ele chegasse, até que disse à Carolina que ia ao posto de informações perguntar o que é que se passava e ainda assim ela disse que era melhor eu não ir, porque o comboio podia chegar a qualquer momento. Se eu tivesse ficado ao frio mais tempo, eu tinha ficado mesmo muito doente, estive 40 minutos, excusados, a congelar, até o congelador do meu frigorífico é mais caloroso, portanto eu não queria saber se ia perder o comboio ou não, o meu instinto dizia que ele ainda ia demorar bastante. Fui perguntar qual era o problema do comboio e descobri que estava atrasado uma hora. Tive que respirar fundo para não ter um ataque de histerismo, por ter estado 40 minutos ao frio para nada. Quando faltavam 15 minutos para o comboio chegar do suposto atraso, a Carolina começa novamente com a história de que deveriamos ir para a linha, não fosse o comboio chegar mais cedo. Mas é que nem pensar, apanhou-me uma vez, mas não me apanha mais com essa cantiga, nunca mais vou esperar para a linha do comboio com tanto tempo de antecedência e disse-lhe que só ia quando faltassem 5 minutos. Faltavam 6 minutos e ela já estava a olhar para o relógio, impaciente, para que fôssemos para o frio esperar o comboio e logo que faltaram 5 minutos ela deu o alerta e lá fomos nós, mais uma vez para o gelo. Só passados 20 minutos é que apareceu o comboio, porque o atraso de uma hora não era suficiente, tinha que se atrasar ainda mais. Estive mais 15 minutos ao frio, sinceramente não sei como é que não fiquei doente depois dessa noite, a minha vontade era processar aquela maldita companhia de comboios.
Viagem sem fim
Eram 3 da manhã quando entrei, finalmente, no comboio quente, a viagem seria de 9 horas até Iasi, teria que tentar dormir naqueles bancos desconfortáveis. Dormi durante as primeiras 5 horas, mas depois a luz do dia começou a entrar pela janela, assim como a fome começou a apertar e não consegui dormir mais. Faltavam 4 horas para chegar e eu sabia que dormir era a melhor forma de fazer o tempo passar, só que eu não conseguia, parecia uma viagem infindável, olhava pela janela e só via a mesma paisagem, era como se não estivesse a sair do sítio. Foi péssima essa viagem, quando cheguei a Iasi a minha vontade foi beijar o chão.
Roubar comida aos espanhóis
Os meus planos desse dia foram cancelados, devido ao maldito atraso do comboio. Tinha planeado que iria ao ginásio à tarde, pois iria ter tempo de dormir umas horas quando chegasse da viagem, no entanto, para além do atraso em Cluj-Napoca de 1h20 minutos, atrasou-se mais 2 horas pelo caminho até Iasi, logo não iria conseguir ir treinar estando destruida de uma viagem de 11 horas. Cheguei a casa esfomeada, fui fazer o almoço e havia loiça suja por todo o lado, para variar, notei também que estava arroz em cima do balcão da cozinha, era dos espanhóis, por isso como vingança, despejei todo o arroz que estava naquele pacote e cozinhei para mim e para a Carolina. A minha vingança aos espanhóis será esta, roubar-lhes toda a comida que eles lá deixarem.
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