18/1/18 Primeiro crime na Roménia
Neste dia nevou durante a noite, mas nevou a sério, nunca tinha nevado tanto, acho que a neve chegava a atingir mais de 10 centímetros, os passeios estavam cobertos de neve, portanto colocava-se a questão de como é que iríamos ao ginásio. Em vez de demorarmos 45 minutos, demorámos mais de uma hora a chegar até lá, principalmente devido à Carolina, as sapatilhas dela escorregavam muito e durante todo o caminho ela pareceu uma mistura de uma idosa e de um pato a caminhar.
Eu ia mais à frente dela, até que paro para ver onde é que ela estava e para esperar por ela e nesse momento um rapaz também pára, eu tinha visto um papel escrito em romeno a apontar para o caminho que eu estava a seguir e achei que ele me ia dizer que eu não podia ir por aquele caminho devido à neve, qualquer coisa do género, mas não, ele queria dizer-me que me achava muito bonita e que queria conhecer-me, a Carolina estragou-lhe os planos de engate, porque entretanto apareceu e meteu-se ao meu lado, ele não estava a contar que eu tivesse companhia, fez uma cara do tipo "o que é que esta quer?", depois lá entendeu que estávamos juntas e mesmo assim foi difícil despachá-lo, queria sair do frio e chegar ao ginásio, só que ele nunca mais se calava, a dizer que o meu nome significava "pura" em grego e coisas do género e quando é que podíamos marcar alguma coisa. Pois não ia ser fácil, visto que no próximo dia ia viajar para Istambul e quando voltasse ia retornar a Portugal. Quando consegui livrar-me dele, a Carolina contou que quando vinha atrás de mim o viu a desviar caminho para me seguir, sem dúvida assustador.
Foi difícil, ouvi a Carolina a queixa-se o tempo todo da neve, encharcámos os pés em poças de água, mas chegámos por fim ao ginásio e é sempre engraçado aquilo que se vê lá, pessoas a treinar de gorro, homens quase a partirem os joelhos enquanto fazem agachamentos, gente a colocar um peso descabido nas máquinas e a depois fazer mal o exercício, mas a sentirem-se os campeões por estarem a fazer com tanto peso, melhor ainda são os treinadores pessoais que dizem ao cliente uns exercícios para fazer e depois vão embora conversar para a receção, eu e a Carolina rimos bastante. Apesar de tudo o que referi acerca do ginásio, fiquei feliz por ver um homem que lá anda a imitar o treino de glúteos que eu costumo fazer, eu sei que estava a imitar, porque eu faço exercícios originais que nunca vi ninguém a fazer naquele ginásio, pesquiso muito que treinos é que devo fazer e eu sei que ele já me viu a fazê-los, pode ser que aprendam alguma coisa comigo.
No final do treino fomos às compras, pois faltava-nos comida para o pequeno almoço e um douradinho, sim, era só um douradinho, isto porquê? Na última vez que fomos ao supermercado, a Carolina fez mal as contas e levou um número ímpar, ou seja, ou uma de nós comia um douradinho a menos ou dividiamos o que estava a mais, portanto eu decidi que devíamos levar o douradinho que faltava, claro que é um bocado ridículo dar só um douradinho ao homem que pesa o peixe e coloca o preço, por isso eu coloquei o douradinho misturado com os brócolos que também íamos levar.
A Carolina ficou doida, "ai eles vão descobrir e vamos presas", ela não tinha jeito para criminosa, estava super nervosa e o truque é manter a naturalidade, era um douradinho, não era um cabaz de natal.
Ninguém descobriu o nosso crime e fomos embora, a Carolina saiu do supermercado quase a correr com medo dos seguranças virem atrás de nós, pelo menos não passámos a vergonha de ir ao homem do peixe para ele pesar um douradinho.
Faltavam agora 9 dias para voltar a Portugal.
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