11/10/17
Tópicos deste dia
- Aula de voleibol, alunos péssimos, maior seca de sempre
- Ida à lavandaria, empregada fica a olhar em vez de ajudar
- Drama na cantina
- Chamada de atenção à Glutina
Foi uma quarta-feira santa, faltei à aula do meu coordenador, visto que é teórica e toda lecionada em romeno, para não falar de que ainda nem sequer está a ser dado qualquer tipo de matéria, na última aula esteve a falar de Erasmus aos alunos. Para que é que isso me interessa? Devia ter-me mandado embora nessa aula, foi um completo desperdício de tempo.
Levantei-me da cama para ir à aula de voleibol, eu e a Carolina somos as únicas raparigas da turma, não sei onde raio se meteram todas as outras. A aula foi uma tortura progressiva, nunca vi tanta gente ao mesmo tempo a jogar tão mal, a minha vista doía por ver tanta miséria junta. Concluí que na Roménia os alunos não devem ter voleibol nas escolas e para piorar, o professor colocou-nos do princípio ao fim da aula a jogar, em vez de criar pequenos exercícios antes. O jogo é demasiado complexo antes de se ter bases no voleibol, meter amadores a jogar vai resultar numa enorme catástrofe.
Depois de terminado o suplício da aula de voleibol, fui com a Carolina até ao centro comercial lavar a roupa, já começava a ficar sem cuecas.
Quando lá chegámos nós estávamos com dificuldades em entender o funcionamento das máquinas, nós vimos lá uma mulher, mas achámos que estava a lavar a roupa dela e estava à espera que terminasse, estavamos erradas. Perguntei à mulher se ela trabalhava ali e ela confirmou, ou seja, viu-nos ali confusas, sem saber o que fazer e continuou na dela, como se nem fosse obrigação dela ajudar os clientes.
Passava das 3 da tarde quando terminámos de lavar a roupa, ainda não tínhamos almoçado e estávamos esfomeadas, decidimos ir à cantina. Estava uma fila maior do que estavamos à espera, já eram praticamente 16 horas, a essa hora deviam estar a lanchar, não a almoçar, ali a criarem fila para eu demorar ainda mais tempo a tirar a barriga da miséria. Entretanto começámos a seguir o sentido das raparigas que estavam à nossa frente, apesar de nunca termos ido por aquele lado, mas como nunca percebemos bem o sentido daquela fila na cantina, deixámo-nos ir atrás delas. Quando a nossa vista alcançou os pratos, a mulher da cantina começou a fazer sinal para sairmos dali, ou seja, voltar para o final da fila, nesse momento aparece um rapaz que tinha chegado depois de nós, passa-nos à frente, tira um prato, paga e vai embora, então eu perguntei à mulher o porquê de não poder fazer o mesmo e ela continuou a fazer gestos e a dizer "che, che". "Che, che" para o raio que a parta, disse-lhe adeus, deixei o meu tabuleiro lá no meio do caminho a fazer de estorvo e vim-me embora.
Fomos para casa comer iogurte e cereais e encontrámos a Glutina (sozinha) no quarto, ela saiu primeiro e nós fomos de seguida, deparámo-nos com ela no corresor com o intruso de ontem. Disse logo à Carolina "se quando voltarmos ao quarto ele lá estiver enfiado, vai haver uma revolução, vai aparecer o dragão que há em mim".
Assim que acabámos de comer o mítico iogurte Jogobella, o melhor iogurte de sempre,
retornámos ao quarto e lá estava aquele ressesso deitado na cama dela, nessa altura os meus olhos brilharam, pois iria poder explodir finalmente na cara deles. Perguntei-lhe o que é que ele estava ali a fazer, ele respondeu que estava com a Glutina, logo a seguir ela aparece, saída da casa de banho, então coloquei-lhe uma questão sarcástica, se poderia levar ali para o quarto rapazes para a minha cama, enquanto ela lá estivesse, fiquei pasmada quando ela respondeu que sim, nessa altura entendi que ela só podia ser uma desequilibrada.
Impus naquele momento que não o queria o queria ali, que aquele quarto era partilhado com mais duas pessoas e não era normal ela trazê-lo para ali na nossa presença, posso querer andar nua pelo quarto e iria lá estar o empecilho, era o que faltava, estou a pagar quarto a dividir com mais duas, não são três.
O inacreditável é que ele teve a audácia de me dizer que no quarto dele faziam isso e ninguém se importava, sinceramente pouco me importa o que é que fazem no quarto dele, até podia lá lançar foguetes, no meu quarto eu é que sei se há problema ou não.
No fim pediu desculpa, no entanto logo a seguir disse que isto era Erasmus e que não devíamos ter vindo para a Roménia se não queríamos isto. Achei de uma tamanha insolência, primeiro, não é digno de falar para mim; segundo, não havia nenhuma cláusula no contrato de Erasmus de que o meu quarto iria ser um cabaret; terceiro, eu é que decido para que sítio é que eu devo ir ou não, era o que faltava, agora o ressesso também vir opinar acerca das minhas escolhas.
Mais tarde a Glutina voltou ao quarto para vir buscar as coisas para cozinhar, entrou e saiu com uma rapidez, até fez vento no quarto, está zangada? Que se ponha contente, como diria a minha rica avó.
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