Hola, yo soy Mada

  Hola, yo soy Mada...

  A escolha do título desta publicação não foi aleatória, é precisamente assim que as pessoas que fui conhecendo se apresentaram a mim, e me mostraram a simpatia e acolhimento dos andaluzes (também percetível através do seu sempre presente e evidente sorriso).

   Olá, eu sou a Madalena, venho de Portugal, de uma das mais bonitas regiões do meu país (claro, é a minha): o Minho. Aqui em Huelva também sou conhecida como "A portuguesiña" ou "A galleguiña" (apesar de eu insistir que sou portuguesa e que apesar de viver muito perto, extremamente perto da Galiza não quer dizer que seja galega). Sou estudante de enfermagem, estou no quarto ano (último) e mergulhei nesta aventura que se chama programa de mobilidade erasmus com o objetivo de completar o meu processo formativo. Estudo na Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo e, através deste programa de mobilidade internacional, vim realizar o estágio hospitalar (urgência e cuidados intensivos) num hospital diferente, através de uma universidade diferente e claro, num país diferente.

   A decisão de fazer erasmus não foi de todo fácil, particularmente na minha situação. Tinha muitos fatores a ponderar: primeiro eu iria fazer estágio (em espanhol: "prácticas") num hospital, com tudo que a este facto é inerente. Um estágio no último ano do curso não é como estudar numa faculdade, em que a minha maior responsabilidade é certeficar-me que adquiri os conhecimentos teóricos e tirar a melhor nota possível nos exames, não. Um estágio num hospital, para além da responsabilidade de estar a meses de ser um profissional de saúde,  singnifica ter à minha frente um doente, uma família e toda a responsabilidade óbvia que isto, por si só, acarreta.

   Para além disto, estar num país diferente, com uma língua diferente, obriga-me a sair da minha zona de conforto (ai, adoro este conceito!). Têm-me dito muito "mas o espanhol é muito parecido ao português". De facto é, mas estamos a falar de uma gíria altamente tecnicista e específica que é a da saúde, por exemplo, medicação com nomes comerciais que a mim não me dizem nada, se não me dizem qual é o princípio ativo, já para não falar que os andaluzes falam à velocidade da luz e "gostam de comer bastantes letras". Esta adaptação, este "sair da minha zona de conforto" são duros, muito duros, mas estão a compensar todas as dificuldades que tenho sentido.

   A criação deste blogue deve-se a uma motivação de força maior - um concurso, mas confesso que este foi apenas o mote para a descrição desta exeriência incrível que estou a viver. Já tinha pensado em partilhá-la, mas nem sempre é fácil ter tempo e não adormecer em cima do computador. De facto adoro escrever, e sou uma apaixonada pela língua portuguesa, de forma que isto que vos vou contar não será uma competição ... será um prazer. 

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