Penha: em comunhão com a natureza
Fui ao Monte da Penha pela primeira vez na Primavera passada. Faz quase um ano que me deixei convencer por uma colega particularmente insistente e lhe fiz companhia. Melhor decisão que podia ter tomado.
Uma das vantagens de estudar em Braga é a sua fenomenal localização. É uma cidade que está perto do Porto, Guimarães, Barcelos, Esposende, Viana do Castelo e, exagerando um bocado, até de Vigo! A pergunta é: o que não está perto de Braga? Até Deus está perto de Braga, tantas igrejas há que deve uma paragem que Deus não pode evitar no seu roteiro divino pelo mundo.
(http://depoisfalamos.blogspot.it/2016/03/igreja-da-penha-guimaraes.html)
A minha colega, vimaranense, queria mostrar-me o quão bom era Guimarães. Afinal, na visão dela, se eu gosto de Braga deveria amar Guimarães. Estando fora dessa guerrilha, aproveito-a para tirar o melhor que cada cidade tem para dar. Todos querem mostrar, pelo que fico feliz em poder receber. Disse-lhe que queria que me mostrasse um local bonito, mas que tivesse natureza.Ela levou-me à Penha.
(http://olhares.sapo.pt/igreja-da-penha-guimaraes-foto2489777.html)
O ponto de atracção maior do Monte da Penha é o Santuário, mas sejamos honestos: isso foi o que menos me encantou. Depois de viver em Braga, começas a perder o encanto por ver uma igreja… Isto claro, a menos que sejam como as que vejo aqui em Itália: essas são diferentes, bonitas, coloridas. Contudo, o Santuário da Penha em pouco ou nada se distingue do que se pode ver em terras bracarenses. Tem uma bela vista sobre a cidade, conseguindo contemplar-se alguns dos seus principais monumentos e praças. Não me surpreende que não me tenha surpreendido, passando a redundância.
(http://www.atlanticurbangardens.com/pages/30/?geo_article_id=1479)
Aquilo que me prendeu foi o seu estado natural. Um caos que a Natureza, de alguma forma, pensou estar organizado o suficiente. Os blocos de pedra enormes, sobrepõem-se uns aos outros e apoiam-se em pontos grandes o suficiente apenas para uma mão. A vegetação cobre todo o espaço. Ocasionalmente, vê-se os trilhos que o Homem escavou. Pequenos passeios. Túneis escavados ao lado dos tuneis naturais. Umas mesinhas de piquenique entre os rochedos. Deparei-me até com um bar, sim – UM BAR -, numa “Praça de Pedra”.
(http://olhares.sapo.pt/penha-guimaraes-foto3171892.html)
As árvores rodeiam-nos, como se nos protegessem com a calma que transmitem. Encontrei na Penha um local em que podia ter paz. Paz das exigências do mundo. Naquele local, estava em comunhão com a Natureza.
(https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g189174-d4003963-i220025849-Montanha_Parque_da_Penha-Guimaraes_Braga_District_Northern_Portugal.html)
Eu, o céu e o verde das árvores.
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