Como esperava que fosse o meu intercâmbio e como acabou por ser

Antes de ir em intercâmbio todos esperam o melhor, mas como é que podemos exatamente definir aquilo que é o melhor? Bem, eu estava à espera de ir para algum lugar perto duma cidade grande, simplesmente porque me considero um rapaz da cidade (city boy). Aceitei logo à partida a possibilidade de ficar a viver num sítio mais pequeno do que aquele de onde venho porque ir para fora também é aceitar aquilo que é diferente ao que estamos habituados.

As minhas expectativas

A primeira coisa que eu queria era ser colocado perto de Nova Iorque porque sempre foi a minha cidade de sonho. Conheço-a dos filmes, de muitas coisas que se encontram na internet e até de pinturas. Eu era (e ainda sou) um pouco obcecado por essa cidade. Também imaginava ser colocado numa casa grande, com uma família acolhedora. Sonhava com neve durante o Natal e luzes por todo o lado. Tinha expectativas de uma escola relativamente grande, com muita consideração pelas Artes e alguns estudantes estrangeiros. Esperava também um lugar que tivesse um sistema de transportes razoável. Mas no fundo não sabia ao certo como eram os Estados Unidos, o que não me impediu de sonhar sempre em grande.

Como foi na verdade a minha experiência

Para começar, fui colocado no Colorado, o que foi bom porque era uma das minhas opções. Está a uma hora de Denver, que era o que eu queria - pelo facto de ser perto de uma cidade grande. Tanto a casa onde fiquei como a minha família Americana foram espetaculares.

A cidade na verdade revelou-se um pouco aborrecida, com poucos (praticamente nenhuns) transportes públicos. Tinha de depender de boleias de outras pessoas para me movimentar, o que era bastante irritante. Conseguia ser independente para muitas coisas, mas não tudo.

A minha escola era bastante pequena. Acredito que no meu ano, de senior class, haveriam menos de cem alunos. As Artes tinham a sua relevância mas o auditório era pequeno tal como a quantidade de alunos interessados em apoiar as peças e espetáculos.

Realmente houve neve no Natal o que foi fantástico. O ambiente era tão agradável que todos os dias das férias de Inverno pareciam Natal. Fui a concertos, espetáculos e à igreja. Trocámos presentes, vimos filmes perto da lareira e tivemos a visita de um antigo estudante de intercâmbio. Na cidade havia uma competição de luzes de Natal, o que basicamente significa que a casa mais bem decorada ganha um prémio, portanto a cidade estava espetacular com todas as luzes e efeitos de Natal.

Deliberação pós-intercâmbio

Se a minha experiência foi como eu achava que ia ser? Nem por isso. Foi má? Claro que não. Creio que é compreensível as pessoas imaginarem as coisas antes delas se tornarem realidade, mas também acho que é bom referir que o melhor é não colocar as expectativas demasiado altas, para no fim não ficarmos desiludidos. Na minha opinião, o intercâmbio tem de ser diferente daquilo que temos em mente porque torna a experiência em si mais divertida. Pensa assim, será que ia ser bom saber antecipadamente como iria ser o intercâmbio? Não faria sentido ir para fora se soubéssemos tudo à partida.

Antes de ir, é possível sentirmos:

• Medo: Não sabemos para onde vamos, com quem vamos viver, não sabemos se vamos ter amigos ou coisas para fazer depois da escola, e por aí em diante.
• Tristeza: Não vamos ver a nossa família e amigos por quase um ano. Vamos mudar e crescer sem as pessoas que estiveram sempre do nosso lado.
• Confusão: Basicamente não sabemos aquilo em que nos estamos a meter. Sim, vamos estudar fora, mas será que pensámos sequer em todos os aspectos?

Se fosse possível ter uma amostra de como iria ser na verdade o nosso intercâmbio, não íamos sentir estes receios. Alguns de vocês podem pensar seria algo positivo, mas eu acho que o melhor sobre estudantes de intercâmbio é que somos corajosos,

interessados e com uma mentalidade aberta.

-Cris