Cusco - A cidade do Império Inca
Olá a todos! Vou-vos falar um pouco da minha experiência no Peru, mais precisamente na cidade e província de Cusco, Património Cultural da Humanidade. Situado a sudoeste do Vale Sagrado dos Incas, na região dos Andes, Cusco foi a “capital” do Império Inca. Após a invasão espanhola, a mando de Francisco Pizarro, os católicos trataram de destruir a civilização inca. Aos edifícios antigos foram sobrepostos os espanhóis, sobre as sumptuosas paredes de pedra construídas pelos incas. É realmente curioso passear pela cidade e reparar que toda ela é basicamente construída em cima de outra.
Embora tenha passado lá apenas uma semana, posso dizer que passei momentos muito intensos e enriquecedores. Para que te contextualizes melhor, vou alternar algumas informações da cidade com as do país.
O Peru tem mais de 28 milhões habitantes e três idiomas oficiais, o Espanhol, o Quechua e o Aimara. Pelo que vi posso afirmar que o país, em parte pela sua extensão (1.285.220 km2), é de contrastes mas não apenas a nível económico, como também em termos de paisagens, gastronomia, clima, costumes, etc.
Cusco, como o próprio Peru, é também uma província de divergências, pelo que pude comprovar ao longo dos Tours que fiz. Existem os habitantes mais genuínos que vivem num mundo à parte do nosso (casas sem canalização, sem luz e que sobrevivem da lavoura) e, por outro lado, dada a afluência turística e a importância da cidade, podemos também encontrar zonas mais desenvolvidas onde existem universidades, bibliotecas, centros comerciais, entre outros. A verdade é que fiquei com a impressão de que toda a cidade gira em torno do turismo (lojas, hotéis, restaurantes, espaços de lazer) e que as profissões são maioritariamente ligadas ao turismo: são guias, recepcionistas, comerciantes ou simplesmente pessoas que alugam quartos das suas casas a turistas ou vendem produtos (gorros, pulseiras, mantas, …) na rua. Uma coisa é verdade, por teres ar de estrangeiro de certeza que no teu segundo dia de viagem te vais cansar das pessoas que estão sempre querer a vender coisas, a pedir “propina” (gorjeta) ou a perguntar-te se queres massagens...
Moeda
A moeda é o Novo Sol e um dólar equivale aproximadamente a 3,35 soles e um euro 4 soles. Na maioria das zonas comerciais o pagamento em dólares também é aceite, mas aconselho que usem os soles. Para trocar dinheiro podem fazê-lo no banco ou com “cambistas” na rua, pois estes oferecem uma melhor taxa de troca. Todavia os cambistas deverão estar identificados com um colete e a taxa deve ser sempre negociada!
Preços:
Tendo em conta a taxa de câmbio referida, é fácil perceber que um europeu no Peru pode fazer umas férias de luxo… é tudo realmente barato e ir comer aos melhores restaurantes da cidade pode não resultar uma ostentação. Mas tem cuidado porque se percebem que és turista podem-se sempre aproveitar de ti!
As refeições são muito baratas. A título de exemplo, um café custará entre 3 a 6 soles no máximo (0,70€ a 1,40€) dependo do local, uma cerveja nunca mais de 6 soles (1,40€). Já uma refeição completa num restaurante médio ficaria por 10 soles (2,30€), e num de luxo seria por 20 soles (4,60€). Os Tours é que te podem ficar mais caros: no total pagámos cerca de 200€ por todos (City Tour Cusco, Tour Machu Picchu, Tour Vale Sagrado, Tour Pikillacta Andahuaylillas), mas estava incluído o transporte, o guia, o bilhete e, em alguns casos, o almoço. O alojamento ficou-nos, por quatro noites, em cerca de 90€ com pequeno-almoço incluído.
Clima:
Na capital (Lima) o alto nível de humidade aumenta a sensação de calor. O verão (Dezembro a Março) é temperado e as suas temperaturas variam entre 20º e 28ºC.
Já em Cusco, o tempo é temperado de dia. Pode também chegar a ser muito frio de noite (5ºC) e chover de Dezembro a Março.
Transporte:
O melhor a fazer no Peru é andar de táxi pois são muito baratos e perde-se menos tempo. No entanto, como não existem os taxímetros, os preços das viagens devem ser sempre combinados ANTES da viagem. Algo que é típico no Peru é ver “táxis informais”, com apenas um autocolante ou cartaz, os “táxis amarelos” (“Ticos”) que estão registados nos municípios e têm um autocolante com a informação do carro e taxista. Não obstante, recomendo os “Táxis Seguros”, que são de uma empresa e se contactam por telefone. O preço varia de acordo com viagem e são preços já estabelecidos. São mais caros que os outros táxis mas, como o próprio nome indica, muito mais seguros. Os autocarros estão sempre cheiíssimos e não aconselho a ninguém a transitar neles pela cidade de Lima… é caótica!!!
Para ir a Cusco fui desde Lima de avião com a companhia “Lan Peru” (93€), pois de autocarro seriam muitas horas de viagem. Ao chegar à cidade, o melhor é comprar um tour que vem com transporte incluído. E apesar de teres os horários um pouco mais limitados, é muito mais agradável para desfrutar a beleza das paisagens.
Gastronomia:
No Peru existem muitos pratos típicos dependendo das zonas. Vou enunciar alguns tipos de comida que deveriam provar (cuidado com os molhos das comidas porque alguns são muito picantes!):
- “Ceviche”: é uma comida feita à base de peixes e marisco crus que levam limão, cebola e picante.
- “Criolla”: típica comida peruana composta de muitos pratos de diferentes características, como a “Causa” (a minha preferida), “Lomo Saltado”, “Arroz com Pollo”, “Papa a la Huancaina”, “Ocopa”.
- “Chifa”: Mistura da comida chinesa com a comida peruana.
Já em Cusco os pratos típicos da zona são o Cuy a la Plancha (animal do género do porquinho da Índia), a Trucha (truta) guarnecida com algum molho especial e o “Chicharrón”.
Existem também diferentes tipos de fast food: McDonald’s, Burger King, KFC, Pizza Hut, entre outros. Mas podem-se também encontrar fast food nacionais, que oferecem comida rápida com um toque peruano:
- “Pasquale” – Concebido pelo chef peruano Gastón Acurio, esta cadeia oferece sandes peruanas muito boas.
- “Bembos” – Vende hambúrgueres, cachorros e outras sandes deste género e a proporção de comida é enorme.
- “China Wok” – Comida chinesa com um toque peruano, como por exemplo o meu preferido, o Arroz Chaufa.
Quanto às bebidas recomendo que provem os sumos naturais (aproveitem porque são muito baratos!) e a Chincha Morada, que é feita com “maiz” (uma espécie de milho roxo), canela e limão. Como não poderia deixar de ser, tenho de referir a “Inca Cola”, que foi o refrigerante mais estranho que provei (é amarelo e sabe a rebuçado :)) e que cuja marca foi comprada pela Coca-Cola há muitos anos, dado o êxito de vendas que tem no país. Para os que não dispensam uma cervejinha, aconselho ainda que provem a “Cusqueña”, mas cuidado porque a 3 mil metros de altura não é necessário beber muito para ficar alegre e a ressaca é bem mais forte...
Em Cusco recomendo o restaurante “Incanto” (perto da Praza de Armas), que combina comida peruana com italiana. Para além dos pratos confeccionados serem deliciosos e muito bem apresentados, recordo que têm também música ao vivo. De resto explorem, porque o que não falta são restaurantes, churrascarias (os frangos são enormes!) e pizzarias feitas com fornos a lenha!
A minha experiência:
Recordo-me que quando chegámos ao aeroporto de Cusco este era muito pequenino, mas lá fora havia todo um rebuliço com os habitantes a tentar “conquistar” os turistas com as suas ofertas de alojamento e de tours. Um conselho que vos dou é que procurem alojamento na zona cêntrica, pois tem tudo muito mais perto. Mal nos instalámos, o proprietário da nossa pensão convidou-nos para tomar o típico chá de coca e a mastigar as folhas, para matar o “soroche” (mal-estar que se tem com a altitude, pois a cidade situa-se a 3400 metros de altitude).
Durante o nosso tour (cinco dias) conhecemos a cidade e múltiplos monumentos Incas:
- Korikancha (ou Templo do Sol) - Foi destruído pelos espanhóis, ao construírem sobre ele uma igreja. No entanto, a título de curiosidade, após um terramoto em 1950 a igreja cedeu, mas o Templo permaneceu intacto. A construção em si é peculiar, já que algumas das pedras que ali se encontram são gigantes e fazem que um se pergunte como foi possível transportá-las. As pedras foram encaixadas com uma precisão quase inimaginável!
- Saqsayhuaman – Antiga fortaleza inca, que possui uma vista lindíssima sobre a cidade de Cusco. O nosso guia disse-nos uma coisa impressionante: um imperador Inca projectou a cidade de Cusco tornando-a num puma deitado e esta fortaleza era a cabeça do animal. Algo extraordinário é ver o tamanho que têm as pedras e como estão “encaixadas” com uma exactidão que nos surpreende.
- Tambomachay – Lugar impressionante no qual se presta culto água e onde os imperadores incas descansavam (Banhos do Inca). O sistema de canais de água era já bastante complexo para a altura, tendo em conta a quantidade de aquedutos e cascatas de água que correm pelas rochas. Ao subir ao ponto mais alto do espaço podem desfrutar de uma vista magnífica e contemplar a natureza no seu máximo esplendor.
- Machu Picchu – Para lá chegar tivemos de nos levantar muito cedo e a viagem foi bastante longa: apanhámos um autocarro até Olaitaitambo e um comboio, que passa entre as montanhas, até Águas Calientes. Mas a viagem de quatro horas vale a pena pela paisagem soberba que se avista ao longo do Rio Urubamba. Ao chegar à vila, apanhámos um outro autocarro para irmos visitar esta maravilha do mundo. Para os que adoram o contacto com a natureza, a aventura e têm boa resistência física, aconselho a fazerem o “Trilho Inca” que pode durar 4 dias ou 8 dias (são 33 km de trilho), mas que deve ser reservado com bastante antecedência.
Outro conselho que dou é que cheguem a Águas Calientes no dia anterior da visita ao Machu Picchu e que durmam numa pensão da vila, pois para subir ao Waina Picchu (a montanha com melhor vista do Santurário), só podem ir 400 pessoas por dia e de manhã, por isso não tive a oportunidade de ir. Outra coisa! Levem o almoço convosco, pois lá em cima a comida é muito cara. Nós comemos sandes no Templo do Sol do Santuário (um luxo) :). Depois de ver o Machu Picchu também é boa ideia ir aos mercados comprar recordações, que podem ficar muito baratas se souberes negociar…
- Fizemos ainda um tour pelo Sul da Cidade, visitámos cidades Pré-Incas e comemos os típicos “couratos” (pele de porco seca) pelo caminho. Visitámos também uma associação que recolheu alguns habitantes, os quais fabricam produtos têxteis e tradicionais a partir da pele das lamas e alpacas. Podemos ver como as mulheres teciam e demos de comer aos animais.
- Centro da cidade - Na própria cidade de Cusco também existem bastantes coisas a visitar, como museus, jardins, a Praça de Armas... Não deixem de ver a pedra dos doze ângulos. Na civilização trabalhavam-se todos os lados da pedra para que fosse possível o perfeito encaixe entre elas e esta bate o recorde de precisão.
Noite
Para ser sincera não saímos muito à noite… Levantávamo-nos sempre por volta das 7 da manhã para ir aos Tours e depois quando chegávamos à pensão estávamos sempre super cansados. Todavia, dada ser uma cidade muito turística, há imensos bares. Recordo-me que fomos a um muito engraçado, perto da Praça de Armas onde as empregadas usavam saias muito curtas, acho que era um típico “bar de pernas” :) e os cocktails que faziam eram muito bons. Provem o cocktail “Machu Picchu”!
Sem dúvida que esta viagem foi inesquecível, sobretudo pelas maravilhosas paisagens que vi. Andámos imenso a pé, mas cada caminha era sempre recompensada com uma vista que cortava a respiração a qualquer um… Às vezes nem pareciam reais de tão perfeitas que eram...
Aconselho a 100% esta experiência… Mas não se esqueçam: negoceiem tudo, nem que seja uma garrafa de água!!! :)
Embora tenha passado lá apenas uma semana, posso dizer que passei momentos muito intensos e enriquecedores. Para que te contextualizes melhor, vou alternar algumas informações da cidade com as do país.
O Peru tem mais de 28 milhões habitantes e três idiomas oficiais, o Espanhol, o Quechua e o Aimara. Pelo que vi posso afirmar que o país, em parte pela sua extensão (1.285.220 km2), é de contrastes mas não apenas a nível económico, como também em termos de paisagens, gastronomia, clima, costumes, etc.
Cusco, como o próprio Peru, é também uma província de divergências, pelo que pude comprovar ao longo dos Tours que fiz. Existem os habitantes mais genuínos que vivem num mundo à parte do nosso (casas sem canalização, sem luz e que sobrevivem da lavoura) e, por outro lado, dada a afluência turística e a importância da cidade, podemos também encontrar zonas mais desenvolvidas onde existem universidades, bibliotecas, centros comerciais, entre outros. A verdade é que fiquei com a impressão de que toda a cidade gira em torno do turismo (lojas, hotéis, restaurantes, espaços de lazer) e que as profissões são maioritariamente ligadas ao turismo: são guias, recepcionistas, comerciantes ou simplesmente pessoas que alugam quartos das suas casas a turistas ou vendem produtos (gorros, pulseiras, mantas, …) na rua. Uma coisa é verdade, por teres ar de estrangeiro de certeza que no teu segundo dia de viagem te vais cansar das pessoas que estão sempre querer a vender coisas, a pedir “propina” (gorjeta) ou a perguntar-te se queres massagens...
Moeda
A moeda é o Novo Sol e um dólar equivale aproximadamente a 3,35 soles e um euro 4 soles. Na maioria das zonas comerciais o pagamento em dólares também é aceite, mas aconselho que usem os soles. Para trocar dinheiro podem fazê-lo no banco ou com “cambistas” na rua, pois estes oferecem uma melhor taxa de troca. Todavia os cambistas deverão estar identificados com um colete e a taxa deve ser sempre negociada!
Preços:
Tendo em conta a taxa de câmbio referida, é fácil perceber que um europeu no Peru pode fazer umas férias de luxo… é tudo realmente barato e ir comer aos melhores restaurantes da cidade pode não resultar uma ostentação. Mas tem cuidado porque se percebem que és turista podem-se sempre aproveitar de ti!
As refeições são muito baratas. A título de exemplo, um café custará entre 3 a 6 soles no máximo (0,70€ a 1,40€) dependo do local, uma cerveja nunca mais de 6 soles (1,40€). Já uma refeição completa num restaurante médio ficaria por 10 soles (2,30€), e num de luxo seria por 20 soles (4,60€). Os Tours é que te podem ficar mais caros: no total pagámos cerca de 200€ por todos (City Tour Cusco, Tour Machu Picchu, Tour Vale Sagrado, Tour Pikillacta Andahuaylillas), mas estava incluído o transporte, o guia, o bilhete e, em alguns casos, o almoço. O alojamento ficou-nos, por quatro noites, em cerca de 90€ com pequeno-almoço incluído.
Clima:
Na capital (Lima) o alto nível de humidade aumenta a sensação de calor. O verão (Dezembro a Março) é temperado e as suas temperaturas variam entre 20º e 28ºC.
Já em Cusco, o tempo é temperado de dia. Pode também chegar a ser muito frio de noite (5ºC) e chover de Dezembro a Março.
Transporte:
O melhor a fazer no Peru é andar de táxi pois são muito baratos e perde-se menos tempo. No entanto, como não existem os taxímetros, os preços das viagens devem ser sempre combinados ANTES da viagem. Algo que é típico no Peru é ver “táxis informais”, com apenas um autocolante ou cartaz, os “táxis amarelos” (“Ticos”) que estão registados nos municípios e têm um autocolante com a informação do carro e taxista. Não obstante, recomendo os “Táxis Seguros”, que são de uma empresa e se contactam por telefone. O preço varia de acordo com viagem e são preços já estabelecidos. São mais caros que os outros táxis mas, como o próprio nome indica, muito mais seguros. Os autocarros estão sempre cheiíssimos e não aconselho a ninguém a transitar neles pela cidade de Lima… é caótica!!!
Para ir a Cusco fui desde Lima de avião com a companhia “Lan Peru” (93€), pois de autocarro seriam muitas horas de viagem. Ao chegar à cidade, o melhor é comprar um tour que vem com transporte incluído. E apesar de teres os horários um pouco mais limitados, é muito mais agradável para desfrutar a beleza das paisagens.
Gastronomia:
No Peru existem muitos pratos típicos dependendo das zonas. Vou enunciar alguns tipos de comida que deveriam provar (cuidado com os molhos das comidas porque alguns são muito picantes!):
- “Ceviche”: é uma comida feita à base de peixes e marisco crus que levam limão, cebola e picante.
- “Criolla”: típica comida peruana composta de muitos pratos de diferentes características, como a “Causa” (a minha preferida), “Lomo Saltado”, “Arroz com Pollo”, “Papa a la Huancaina”, “Ocopa”.
- “Chifa”: Mistura da comida chinesa com a comida peruana.
Já em Cusco os pratos típicos da zona são o Cuy a la Plancha (animal do género do porquinho da Índia), a Trucha (truta) guarnecida com algum molho especial e o “Chicharrón”.
Existem também diferentes tipos de fast food: McDonald’s, Burger King, KFC, Pizza Hut, entre outros. Mas podem-se também encontrar fast food nacionais, que oferecem comida rápida com um toque peruano:
- “Pasquale” – Concebido pelo chef peruano Gastón Acurio, esta cadeia oferece sandes peruanas muito boas.
- “Bembos” – Vende hambúrgueres, cachorros e outras sandes deste género e a proporção de comida é enorme.
- “China Wok” – Comida chinesa com um toque peruano, como por exemplo o meu preferido, o Arroz Chaufa.
Quanto às bebidas recomendo que provem os sumos naturais (aproveitem porque são muito baratos!) e a Chincha Morada, que é feita com “maiz” (uma espécie de milho roxo), canela e limão. Como não poderia deixar de ser, tenho de referir a “Inca Cola”, que foi o refrigerante mais estranho que provei (é amarelo e sabe a rebuçado :)) e que cuja marca foi comprada pela Coca-Cola há muitos anos, dado o êxito de vendas que tem no país. Para os que não dispensam uma cervejinha, aconselho ainda que provem a “Cusqueña”, mas cuidado porque a 3 mil metros de altura não é necessário beber muito para ficar alegre e a ressaca é bem mais forte...
Em Cusco recomendo o restaurante “Incanto” (perto da Praza de Armas), que combina comida peruana com italiana. Para além dos pratos confeccionados serem deliciosos e muito bem apresentados, recordo que têm também música ao vivo. De resto explorem, porque o que não falta são restaurantes, churrascarias (os frangos são enormes!) e pizzarias feitas com fornos a lenha!
A minha experiência:
Recordo-me que quando chegámos ao aeroporto de Cusco este era muito pequenino, mas lá fora havia todo um rebuliço com os habitantes a tentar “conquistar” os turistas com as suas ofertas de alojamento e de tours. Um conselho que vos dou é que procurem alojamento na zona cêntrica, pois tem tudo muito mais perto. Mal nos instalámos, o proprietário da nossa pensão convidou-nos para tomar o típico chá de coca e a mastigar as folhas, para matar o “soroche” (mal-estar que se tem com a altitude, pois a cidade situa-se a 3400 metros de altitude).
Durante o nosso tour (cinco dias) conhecemos a cidade e múltiplos monumentos Incas:
- Korikancha (ou Templo do Sol) - Foi destruído pelos espanhóis, ao construírem sobre ele uma igreja. No entanto, a título de curiosidade, após um terramoto em 1950 a igreja cedeu, mas o Templo permaneceu intacto. A construção em si é peculiar, já que algumas das pedras que ali se encontram são gigantes e fazem que um se pergunte como foi possível transportá-las. As pedras foram encaixadas com uma precisão quase inimaginável!
- Saqsayhuaman – Antiga fortaleza inca, que possui uma vista lindíssima sobre a cidade de Cusco. O nosso guia disse-nos uma coisa impressionante: um imperador Inca projectou a cidade de Cusco tornando-a num puma deitado e esta fortaleza era a cabeça do animal. Algo extraordinário é ver o tamanho que têm as pedras e como estão “encaixadas” com uma exactidão que nos surpreende.
- Tambomachay – Lugar impressionante no qual se presta culto água e onde os imperadores incas descansavam (Banhos do Inca). O sistema de canais de água era já bastante complexo para a altura, tendo em conta a quantidade de aquedutos e cascatas de água que correm pelas rochas. Ao subir ao ponto mais alto do espaço podem desfrutar de uma vista magnífica e contemplar a natureza no seu máximo esplendor.
- Machu Picchu – Para lá chegar tivemos de nos levantar muito cedo e a viagem foi bastante longa: apanhámos um autocarro até Olaitaitambo e um comboio, que passa entre as montanhas, até Águas Calientes. Mas a viagem de quatro horas vale a pena pela paisagem soberba que se avista ao longo do Rio Urubamba. Ao chegar à vila, apanhámos um outro autocarro para irmos visitar esta maravilha do mundo. Para os que adoram o contacto com a natureza, a aventura e têm boa resistência física, aconselho a fazerem o “Trilho Inca” que pode durar 4 dias ou 8 dias (são 33 km de trilho), mas que deve ser reservado com bastante antecedência.
Outro conselho que dou é que cheguem a Águas Calientes no dia anterior da visita ao Machu Picchu e que durmam numa pensão da vila, pois para subir ao Waina Picchu (a montanha com melhor vista do Santurário), só podem ir 400 pessoas por dia e de manhã, por isso não tive a oportunidade de ir. Outra coisa! Levem o almoço convosco, pois lá em cima a comida é muito cara. Nós comemos sandes no Templo do Sol do Santuário (um luxo) :). Depois de ver o Machu Picchu também é boa ideia ir aos mercados comprar recordações, que podem ficar muito baratas se souberes negociar…
- Fizemos ainda um tour pelo Sul da Cidade, visitámos cidades Pré-Incas e comemos os típicos “couratos” (pele de porco seca) pelo caminho. Visitámos também uma associação que recolheu alguns habitantes, os quais fabricam produtos têxteis e tradicionais a partir da pele das lamas e alpacas. Podemos ver como as mulheres teciam e demos de comer aos animais.
- Centro da cidade - Na própria cidade de Cusco também existem bastantes coisas a visitar, como museus, jardins, a Praça de Armas... Não deixem de ver a pedra dos doze ângulos. Na civilização trabalhavam-se todos os lados da pedra para que fosse possível o perfeito encaixe entre elas e esta bate o recorde de precisão.
Noite
Para ser sincera não saímos muito à noite… Levantávamo-nos sempre por volta das 7 da manhã para ir aos Tours e depois quando chegávamos à pensão estávamos sempre super cansados. Todavia, dada ser uma cidade muito turística, há imensos bares. Recordo-me que fomos a um muito engraçado, perto da Praça de Armas onde as empregadas usavam saias muito curtas, acho que era um típico “bar de pernas” :) e os cocktails que faziam eram muito bons. Provem o cocktail “Machu Picchu”!
Sem dúvida que esta viagem foi inesquecível, sobretudo pelas maravilhosas paisagens que vi. Andámos imenso a pé, mas cada caminha era sempre recompensada com uma vista que cortava a respiração a qualquer um… Às vezes nem pareciam reais de tão perfeitas que eram...
Aconselho a 100% esta experiência… Mas não se esqueçam: negoceiem tudo, nem que seja uma garrafa de água!!! :)
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Comentários (2 comentários)
Muito interessante. Obrigado!
Ora essa... de nada :)