Aventura em Constanta
Tive uma longa noite de sono em que dormi 8 horas merecidas, isto seria o ideal, no entanto não foi o que sucedeu. Acordei às 4 da manhã para apanhar um comboio às 5 horas para Bucareste e depois de Bucareste iria para Constanta ver, finalmente, o Mar Negro. A viagem no comboio para Constanta foi algo surreal, digno de um país subdesenvolvido, pois fui 3 horas em pé e ainda tive que servir de porteira, pois as portas não fechavam automaticamente e se não fossem bem fechadas iriam fazer um barulho ensurdecedor, o revisor teve que lá ir pelo menos 3 vezes desbloquear a porta, porque alguém a fechava mal e ficava aquele baruho de furar os tímpanos, senti-me num comboio indiano.
Assim que cheguei a Constanta decidi que merecia uma refeição decente em vez do habitual pão com atum que tenho comido nas viagens. Andei meia hora à procura de um restaurante, encontrei um no qual ninguém me atendeu, por isso levantei-me e fui embora, depois da demanda incansável por comida, enquanto tinha um buraco no estômago, vi um restaurante vegetariano, mas quais são as probabilidades de encontrar um restaurante vegetariano? Ali estava ele no meu caminho, recusei-me a comer ervas após uma longa viagem exaustiva em pé, por isso segui caminho e acabei por encontrar um restaurante decente em que nos serviram e não foram apenas vegetais.
Com 5 euros comi que nem uma rainha, aquela refeição ter-me-ia ficado a 15 euros ou 20 em Portugal, nem tudo podia ser mau na Roménia.
Após tapar o buraco no estômago, fui em busca do Mar Negro, foi só a maior desilusão de sempre, mas também não sei do que é que poderia estar à espera, talvez que o mar tivesse uma tonalidade mais escura, não sei. Era uma praia normal, parecia uma praia da Figueira da Foz, pois a areia picava, estava vento e um dia cinzento.
Conclui que iria para a estação apanhar o comboio de volta para casa, entretanto passei por uma praça onde decidi levantar dinheiro no multibanco e claro que não poderia simplesmente levantar dinheiro como uma pessoa normal, tinha que ocorrer um evento digno de um filme de comédia, pois a minha nota voo e eu não conseguia apanhá-la, quando ela parava vinha uma nova rajada de vento que a fazia voar mais longe, foram uns 45 segundos emocionantes na caçada selvagem à nota.
No comboio que apanhei em Bucareste para Iasi tive alguma dificuldade em encontrar a minha carruagem, portanto percorri o comboio todo, cheguei a uma carruagem que estava apinhada com idosos e um deles parou no meio do caminho à minha frente e ele não se desviava para eu poder passar, simplesmente ficou lá parado durante uns 3 minutos que pareceram infindáveis, estava a começar a ficar claustrofóbica até que o impensável acontece, aparece um homem a rastejar no chão do comboio, pelo meio da confusão, na altura fiquei perplexa, mais tarde apercebi-me de que o homem era um génio e aquela era a única forma de poder perfurar pela multidão de idosos.
No final de escaparmos à fúria dos idosos, vi que a minha carruagem era na realidade para trás e o desespero abateu-se sobre mim, pois teria que passar pelo desfiladeiro da fúria idosa novamente. Quando cheguei por fim ao meu lugar, estava ocupado por mais um idoso, pelos vistos eles apoderaram-se de todo o comboio, tive que encontrar outro, era preferível a tentar explicar que aquele lugar me pertencia.
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