Casulo Malhoa
Quando pesquisamos imagens de Figueiró dos Vinhos na Internet, há uma que se sobrepõe a todas as outras.
A imagem de uma casa vermelha, torneada de branco e ar pitoresco que nos convida a entrar. Ao preparar a minha viagem, sabia que era um dos sítios que queria visitar. Era impossível passar ao lado deste monumento. Enviei a foto ao meu colega, elogiei-a e perguntei-lhe como se chamava. Ele respondeu “Casulo Malhoa”.
Concluída a minha investigação sobre aquela pequena habitação, descobri tratar-se da antiga residência do aclamado pintor português José Malhoa.
Construiu casa em Figueiró dos Vinhos por pensar que a terra tinha uma óptima iluminação para quem quer um bom sítio para pintar. A estrutura foi toda ela arquitectada por um amigo seu que tinha estado a estudar em Paris e, claro está, aproveitou essas influências na criação da casa do amigo. Aliás, pelo que soube, foi mesmo um pedido expresso do mesmo. Queria ter uma bela casa de Verão. Queria sentir-se inspirado apenas por ali viver. O resto viria por acrescento. E veio: nasceram ali belas obras. Algumas delas, marcos nacionais como “O Fado” ou “Os Bêbedos”. O Casulo Malhoa é, portanto, um importante marco turístico cultura do nosso país. No entanto, pouco conhecia da sua existência antes de ter investigado sobre o assunto. Parece-me que carece da fama nacional que lhe é devida.
(http://www.djibnet.com/photo/jos%C3%A9+malhoa/o-casulo-de-malhoa-1951-figueiro-dos-vinhos-portugal-6979564657.html)
O Casulo fica localizado no centro da vila, pelo que se pode ir tranquilamente a pé.
Ao chegar, é tudo o que esperamos que seja. À frente tem um pequeno largo, onde podemos ver um busto de Malhoa, um pequeno jardim e uma fonte na qual corre água fresca. O sol ajudava a embelezar o edifício, como se o mesmo ficasse contente com o calor, pois isso relembrava-o dos dias em que o seu mestre lhe fazia companhia. A entrada pode fazer-se por dois lados: o do novo Museu que vai dar às traseiras ou a entrada pelo portão original. Eu quis a experiência autêntica!
A casa é belíssima.
As suas paredes vermelhas trazem-nos memórias de outros locais. Outros eventos que ficam associados apenas pela sua composição. As escadas levam a um pequeno varandim. Estamos na posição perfeita para apreciar um jardim cuidadosamente desenhado, um pequeno lago artificial em forma de coração e, sob nós, o museu do xadrez.
(http://www.museudoxadrez.pt/index.php?limitstart=4)
As flores são uma constante no jardim em que é possível ver imensas mesas com tabuleiros nas quais qualquer pessoa pode levar a cabo uma bela partida do jogo mais estratega do mundo.
Entrámos no edifício.
A sua beleza é encantadora. A sala que nos recebe tem a estrutura original em que José Malhoa viveu... Um pequeno candeeiro verde a óleo. Um padrão dourada a cobrir as paredes marrom. O soalho de madeira que brilha sob os nossos passos. Para os outros andares – são 3 – existe uma pequena escada de madeira que podemos subir. A escada, como seria de esperar, resmunga um pouco com a nossa passagem. Basta não lhe ligarmos muito que ela desiste.
(http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71473/)
No último piso existe uma janela que parece ter sido desenhada para tirar fotos para o instagram. Soubesse Malhoa que escrevi isto e ter-me-ia enviado para o inferno. Verdade seja dita: a vista é incrível. Como estamos no cimo de uma serra, o horizonte propaga-se, longínquo como poucas vezes tinha tido a oportunidade de o apreciar.
Uma crítica construtiva que tive a fazer ao Casulo Malhoa era que, apesar de muito bonito, parecia algo vazio. Era pouco mais que as paredes que o compunham. Rapidamente o meu colega me informou que isso tem um motivo. O Casulo Malhoa vai servir de museu para objectos pessoais do pintor. Contudo, ainda está numa fase de construção. Não querendo proibir as pessoas de entrar no Casulo, a verdade é que ainda está numa fase de crescimento.
Ainda hoje me lembro da forma como me despedi do Casulo.
(https://crocheteandomomentos.blogspot.it/2015/05/casulo-de-malhoa.html)
Sentei-me num dos seus bancos de jardim. Pareceu-me que, desse modo, o elogiava. Tirei-lhe uma fotografia mental. Uma que só eu veria. O Casulo Malhoa não pareceu ficar triste. Deveria receber visitas frequentemente. A minha mente abandonou-o e virou-se para o próximo foco.
Galeria de fotos
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