4/11/17

Publicado por flag-pt Catarina Serrano — há 6 anos

Blogue: Vida em Iasi
Etiquetas: flag-hu Blogue Erasmus Budapeste, Budapeste, Hungria

Tópicos deste dia:

  1. Pequeno-almoço à grande
  2. Caminho até a estação
  3. Mulher antipática na estação
  4. Bilhete com data errada
  5. Homem no comboio que não parava de fazer barulho enquanto tirava a comida dos dentes
  6. Mesmo homem que não parava de olhar para mim e depois vem falar comigo
  7. Mulher manda-me calar no comboio
  8. Chegada a Cluj-Napoca e espera pelo próximo comboio na sala  que cheira a morte
  9. Carolina atrai ciganos
  10. Erro de comprar água com gás (mais uma vez!)

Pequeno-almoço à grande

Hoje era o dia de partida de Budapeste, portanto acordei, fiz a mala e fui tomar o pequeno-almoço grátis a que tinha direito e, como já é costume, comi até não conseguir mais, ainda por cima neste dia, em que me aguardava uma viagem de quase um dia enfiada no comboio, tinha que me alimentar bem, portanto comi o dobro do que costumo comer e o que eu costumo comer é o triplo do que os outros hóspedes comem, por isso imaginem o quanto eu tentei acumular de comida na barriga, parecia um urso a preparar-me para hibernar.

Caminho até à estação

Teríamos que andar por volta de uma hora até chegarmos à estação, pessoas preguiçosas chamam o táxi e não é que eu não seja preguiçosa, eu sou, mas sou pobre, logo tive que me guiar com o mapa até à estação, podia ter usado o GPS no telemóvel, mas não tive aulas de orientação na faculdade para nada, por isso usei o meu talento orientativo. A Carolina ainda sugeriu ser ela a guiar o caminho, no entanto os planos correm melhor quando sou eu a guiar, a Carolina com um mapa ou GPS é sinónimo de nos perdermos e andarmos mais 3km até chegarmos ao destino.

Mulher antipática na estação

Chegámos à estação de comboios e fomos diretas à bilheteira comprar bilhete, visto que a Carolina ganhou o trauma de temer perder o lugar no comboio desde a nossa viagem até Constanta, em que tivemos que ir 3 horas em pé, pois não havia lugar para nós. Na compra dos bilhetes eu ia perdendo as estribeiras, pois a mulher além de ser uma ignorante, também era mal-educada. Pedi-lhe bilhete para Iasi e até pronunciei corretamente, pois em romeno lê-se "iach" e ela estava no computador a procurar por Jassi, tive que lhe mostrar um papel com o nome, porque se não, ainda lá estaria à espera que ela encontrasse. Depois queria cobrar-me o bilhete quando já estava dentro da Roménia e eu não pago comboio na Roménia, é uma das vantagens de ser estudante, eu expliquei-lhe isso, ou seja, pagava bilhete de Budapeste até Cluj-Napoca e em Cluj-Napoca teria que trocar de comboio, logo não pagava o bilhete de Cluj-Napoca até Iasi, pois já era dentro da Roménia, o que a anormal me respondeu quase aos gritos foi "This is Hungary!", a sorte dela foi haver uma barreira de vidro a separar-nos, se não eu tinha-lhe repondido à letra. Na Bulgária aquilo não tinha acontecido, mas tenho que entender que ali era a Húngria e ela era uma idiota. Acabei por só comprar bilhete para Cluj-Napoca e lá compraria bilhete até Iasi, nem pensar que aquela estúpida me ia cobrar mais 8 euros por algo que eu podia ter de graça.

Bilhete com data errada

Após a discussão acesa com a mulher da bilheteira, fui para o starbucks beber uma bebida estupidamente cara, pois ainda tinha dinheiro húngaro, eram mais de 10 euros e tinha que o gastar, fiquei lá a fazer tempo com a Carolina até à hora do comboio. Quando fomos à procura da nossa carruagem e lugares no comboio, apercebi-me de que a data do bilhete estava errada, estava marcado para o dia a seguir, a Carolina começou logo a dizer que tinhamos que ir trocar de bilhete, ela fica logo stressada quando ocorre um imprevisto, por isso eu preciso de ser aquela que tenta manter a calma e diz que está tudo bem e não vai acontecer nada, embora esteja a passar-me por dentro. É que não bastava ser estúpida e mal-educada, a mulher da bilheteira também tinha que ser incompetente! O que eu pensei foi que provavelmente o revisor não ia notar o engano na data e não iria dizer nada e foi isso que aconteceu. Quando ele passou e deu o certo nos bilhetes, eu senti-me como uma criminosa que tinha escapado impune, mas eu paguei o bilhete, o problema foi devido à outra incompetente, juro que se o revisor nos tivesse expulsado eu ia atrás daquela maldita.

Homem no comboio que não parava de fazer barulho enquanto tirava a comida dos dentes

Durante a longa viagem de comboio eu dormi nas primeiras 2 horas, acabei por acordar, pois comecei a ouvir o som do estalido da língua a passar pelos dentes, como se alguém estivesse a tirar restos de comida entranhada. Não sabia de onde vinha o som, então comecei a imitar e a rir-me com a Carolina e nesse momento descubro quem estava a fazer esse som, era o homem que estava nos bancos à minha frente. Ele começou a olhar para mim e a fazer uma expressão facial estranha, acho que era uma tentativa de expressão facial sedutora, disse isso à Carolina e rimos ainda mais com isso, acho que o homem interpretou isso como um sinal de interesse da minha parte, pois ele não parava de olhar e de mandar sorrisos, só que eu estava a rir-me da cara dele, não porque estava interessada.

O homem vem falar comigo

A Carolina disse que ia à casa-de-banho e no momento em que ela se levantasse ele ia lá falar comigo e não é que ela tinha razão! Assim que ela se levantou ele foi logo ter comigo, não faço ideia do que ele disse, começou a falar húngaro e eu não entendi nada, disse-lhe que não sabia húngaro e ainda assim ele continuou a falar. Senhor, já lhe disse que não falo húngaro! Lá desistiu e voltou a sentar-se, mesmo assim continuava a olhar e a fazer os estalidos com a língua, era repugnante. Os estalidos prolongaram-se até ao final da viagem. Sempre que ele fazia isso, eu e a Carolina começavamos a rir sem parar, ou seja, toda a viagem a rir.

Mulher manda-me calar no comboio

O homem acabou por adormecer no final da viagem e acabaram-se os estalidos com a língua, foram substítuidos pelo ressonar dele. Entretanto, eram 22 horas e estava a falar com a Carolina, não estava aos berros, mas também não estava a sussurar, estava a falar com um volume de voz normal e aparece uma idosa a mandar-me calar. Eu não acho isto normal, queria dormir? Que fosse de uber, aquilo era um comboio, ainda por cima só eram 22 horas, se fosse uma da manhã ou mais, ainda se compreendia, mas às 22 horas? Poupem-me. Tive que passar o resto da viagem a sussurar para não incomodar a excelência.

Chegada a Cluj-Napoca e espera pelo próximo comboio na sala com cheiro a morte

Na última vez que estive em Cluj-Napoca, a sala de espera cheirava a cadáver e mais uma vez também cheirava, há sempre algum idoso que contamina o sítio e o cheiro é tão mau, as opções eram aguentar e respirar pela boca ou esperar 3 horas ao frio, na rua, pelo próximo comboio, por isso a escolha foi óbvia.

Carolina atrai ciganos

Enquanto aguardavamos pelo comboio, uma criança cigana não parava de tentar chamar a atenção da Carolina, não me perguntem como é que sei que era cigano, simplesmente sei. Começo a ver que a Carolina é um íman de crianças ciganas, visto que não é a primeira vez que isto acontece.

Erro ao comprar água com gás

Após uma longa viagem de comboio, eu estava completamente desidratada, necessitava urgentemente de água, por isso fui comprar ao bar da estação. Para quem não sabe, água em romeno é "apa". Pedi uma garrafa de água das grandes e a senhora perguntou "naturala?", em Portugal quando perguntam natural, presume-se que seja sem gás, então eu disse que sim. Assim que pus a água à boca, senti o gosto a gás. Mais uma vez tinha comprado a porcaria de uma garrafa com gás de 2 litros, já não aguento, mas quem é que vai querer beber 2 litros de água com gás? Ainda tentei beber, mas parecia veneno, não suporto beber esse tipo de água. Se vierem à Roménia e quiserem comprar água, não comprem a "naturala".


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