Dançando

Publicado por flag-pt Cristiana * — há 6 anos

Blogue: Uma portuguesa em Verona.
Etiquetas: flag-pt Blogue Erasmus Braga, Braga, Portugal

Gosto de ter alguma atividade que acrescente algo de novo aos meus dias.

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É sempre bom ter uma nova experiência que consigo manter a novidade na nova vida, mantendo aceso o interesse por novas sensações, conhecer outras culturas e pessoas. E este é um pensamento que tenho sempre em mente. Ou pelo menos, tento ter. Nem sempre é fácil seguir à regra, mas não custa tentar.

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Por vezes pode estar um pouco mais adormecido, mas ele está lá. À espera de ser acordado. E foi precisamente isso que acontece quando, ao passar nas escadarias do CP2 da Universidade do Minho, vi um panfleto a anunciar aulas de danças latinas. Sempre tive interesse por danças, pelo que melhorar um pouco os meus passos era algo que queria fazer. Para além do mais, tinha ainda a vantagem de, como sou aluna da Universidade do Minho, tenho a primeira aula gratuita. Posso experimentar sem qualquer risco. Como podem concordar, não havia nada a perder, e tudo a ganhar, pelo que quando acabei de subir o lance de escadas já sabia perfeitamente onde ia na noite seguinte: a uma aula de danças latinas.

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A aula decorre no pavilhão desportivo do Campus de Gualtar. O pavilhão, diga-se, tem boas condições, sendo casa para alguns atletas olímpicos e é até onde o Sporting de Braga realiza as suas partidas de futsal. Isso, por si só, traz alguma notoriedade ao complexo desportivo. Por isso, estava com alguma expectativa para saber como seriam as instalações destinadas às aulas de dança.

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Ao entrar, damos de caras com a receção. Lá dentro, estavam duas pessoas a trabalhar. Informei-os ao que ia e eles disseram-me que precisava de fazer o cartão de desporto da Universidade do Minho e que só assim teria acesso ao interior do complexo. Para tal, seria necessária uma declaração de matrícula e alguns dados pessoais. Forneci-lhes os dados que me requereram, paguei um valor algo simbólico, et voilà, tinha o cartão na minha mão. Passei-o numa geringonça metálica, semelhante àqueles que estão colocadas no metro de Lisboa, para nos barrar o acesso, e depois era apenas seguir caminho.

Os balneários, diga-se, não são impressionantes. Parecem os que todas as escolas secundárias são obrigadas a ter. Dá a deia que se regem pelos mínimos necessários para o seu bom funcionamento. Não há extravagâncias, não há beleza em nenhuma parte dos mesmos e nem mesmo grande conforto. Mas sim, existem as condições particulares para poderes seguir para o que vieste ali fazer: desporto! Vesti uma roupa confortável, apertei as sapatilhas e guardei as minhas coisas. Estava preparada para que a aula começasse. Não tinha noção de quanto me iria divertir... Durante aquela hora conhecemos pessoas incríveis, muito descontraídas, e divertimo-nos imenso, sem dúvida.

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Ao chegar à zona onde a aula ia decorrer, pude confirmar as boas instalações onde as mesmas iriam decorrer. Uma superfície plana, com espelho em volta e umas janelas para o exterior que nos davam alguma luz do mundo que acontecia lá fora. O professor, um homem na casa dos trinta anos, dá as aulas acompanhado pela sua namorada. Os dois fazem um casal muito engraçado. Simpáticos, prestáveis e pareceram estar disponíveis para ajudar. Dirigi-me a eles para lhes dizer que queria fazer uma primeira aula grátis, ao que eles acederam com todo o gosto. Disseram-me para esperar um pouco, mas que tinha vindo em boa altura porque as aulas tinham começado na semana anterior e que, por isso, iria apanhar muito bem todos os pequenos passos que tinham aprendido na aula anterior.

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Mal o ginásio começou a ficar mais composto, o professor anunciou que íamos dar um bocadinho de Merengue e que iriamos terminar com uns toques de Kizomba.

  • Comecei a desesperar ao ouvir essa palavra “Kizomba”, tantas vezes maldita na minha vida, pois o meu gosto musical não recai muito sobre Badoxas, Nelsons Freitas e os seus derivados. Mas se tivesse que ser um mal necessário, que fosse um mal menor.

O professor ligou o sistema de som, escolheu um merengue sempre alegre e convidou-nos para formamos pares com a pessoa do sexo oposto mais próxima de nós. Como era de prever, existiam mais raparigas que rapazes. Solução: a namorada do instrutor teve que fazer de homem. O professor avisou para que não nos afeiçoássemos muito, pois o objetivo seria rodarmos por todos. Esta ideia de termos toda a gente como pares, justificou ele, era para aumentar a nossa flexibilidade. E, claro, que melhoraria a nossa aprendizagem a ter contatos com diversos tipos de pessoas, com diversos níveis de aptidão para a bela arte da dança. A minha vontade era muito, a minha aptidão era agradável e a vontade de aprender era ainda maior!

Enquanto que alguns pares tinham, de facto, jeito para a coisa, alguns pareciam estar tão perdidos como um copo de água salgada num banquete. Porém, todos estávamos ali para aprender e eu estava crente que teria uma excelente margem de progressão. Com o passar dos minutos e o desenrolar das aulas, sentia-me melhor a cada explicação. O professor, de facto, merece excelente nota. Não só pelas excelentes indicações que dá, simplificando algo que parece complicado com diretrizes comportamentais especificas, mas também com o feedback personalizado que fornecia, independentemente de ser uma aula com muitos alunos.

Terminámos com uns passos de kizomba, para meu castigo divino. Devo dizer que acabei por não me sair muito mal, mas toda a dança me deixa um pouco desconfortável. Não só não aprecio a música, como todo o contexto envolvente também não me é propriamente sedutor.

Ao terminar, o professor veio falar comigo. Quis ouvir a minha opinião, receber algumas dicas e descobrir se eu estaria interessada em ficar. Acabei por ir às duas aulas seguintes, tendo feito o pagamento de uma mensalidade. Tinha intenção em ficar, pois sentia-se o crescimento a cada aula. Todavia, as aulas exigiam demasiado do meu tempo e tive que sair.

Uma boa experiência para retomar no futuro, quem sabe. Uma boa experiência para memórias – e impressionar em festas – é certamente!


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