Uma partida de matrecos
Estava com a Ana Madalena (outra estudante Erasmus portuguesa) no Aeroporto Al Serio, em Bérgamo, quando nos demos conta de que teríamos mais que fazer do que apenas andar a passear e a contemplar os bolos das pasticcerias.
Vimos, nada mais nada menos, que uma mesa de matraquilhos.
Apesar de não ser uma jogadora por aí além, consigo ser competitiva, então resolvi aceitar o desafio dela e jogar uma partida. A partida que combinámos tornou-se em duas, três... e por aí além. Deixámos de contar pontos.
Quando nos cansámos, fomos sentar-nos nas cadeiras de massagem e contemplámos gastar dois euros para experimentarmos aquelas sensações. Decidimos dar um euro cada uma e partilhar a cadeira. Estávamos a rir do zumbido de uma das cadeiras, quando uns jovens foram até nós. Eram portugueses e tinham-se apercebido, pelas nossas conversas, que também éramos. Também eles estavam a fazer Erasmus, mas em Milão. Começaram a contar-nos tudo o que haviam feito, as suas aventuras e perguntaram-nos para onde íamos. Quando dissémos que íamos para Gdansk, na Polónia, pareciam surpreendidos. Também eles iam lá visitar um outro colega. Quais eram as probabilidades? O Marco, o Tomás e o João Pedro eram um pouco faladores demais, mas pareciam ser boas pessoas. Quando chegámos à Polónia, despedimo-nos e a Ana Madalena trocou contactos com um deles. Diverti-me a chateá-la com a possibilidade de arranjar um novo namorado. Ela ficou irritada, porque tinha vindo para tão longe, também um pouco para fugir da cultura e das pessoas, mas acabou por se rir também.
As horas no aeroporto passaram a voar. Partilhámos batatas fritas grandes e comemos um gelado. Apesar de ser mais olhos que barriga, tínhamos que desfrutar daquela sobremesa que parecia tão cremosa. Mesmo antes do voo, ela pediu um bolo cheio de cremes extravagantes.
Acabou por se arrepender, mas rapidamente esquecemos o assunto.
Algo estranho foi o que aconteceu com uma hospedeira de bordo. Estava ela a certificar-se dos bilhetes de alguns passageiros de uma rota, quando tropeçou não sei bem em quê e caiu redonda no chão. Em vez de reagir com naturalidade, teve uma das piores reações a que já pude assistir... Começou a disparatar com os passageiros, mesmo sem eles terem culpa. Foi mais um daqueles episódios inexplicáveis por terras de Itália.
- Os italianos são o oito e o oitenta em termos de personalidade. Por terem personalidades tão apaixonadas, rapidamente se exaltam e ai de quem estiver por perto para ter que lidar com os seus rompantes de mau humor. Por outro lado, conseguem ser um dos povos mais calorosos e empáticos. Tudo depende do dia e das experiências quotidianas.
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